Um primeiro e pequeno encontro …
Sou estudante de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo. Sempre tive plano de saúde, sendo assim, nunca usei de fato os serviços do SUS. Até então, o que eu conhecia sobre, era pelo que as pessoas falavam, e devido ao fato de ter morado muito tempo no interior, ouvia boatos do que acontecia (de ruim) desde o atendimento, quanto a estrutura da unidade de saúde de minha comunidade.
Quando foi solicitado na disciplina Estágio Básico II – Saúde, que fossemos na unidade de saúde mais próxima de nossa casa com alguma demanda – marcar alguma consulta, ou só perguntar como se organizava aquela unidade – fiquei me perguntando como ainda não conhecia o funcionamento do programa, o atendimento, a organização.
Impulsionada principalmente pela curiosidade, fui atrás da unidade de saúde do bairro em que moro atualmente, em Vitória/ES. Ao chegar lá, primeiramente o que me chamou a atenção foi a estrutura da unidade – muito diferente da unidade da comunidade em que eu morava. Quando entrei no local, haviam poucas pessoas esperando para serem atendidas e logo me chamaram.
A primeira pergunta que fiz é como eu conseguiria marcar alguma consulta, e se demoraria muito para ser atendida. E era mais simples do que eu imaginava. Só precisava de um cadastro que seria feito por uma agente de saúde que iria até minha residência.
Outro questionamento que fiz, era como que eu poderia fazer meu cartão do SUS. Fui informada sobre as datas e horários que a própria unidade disponibilizava para fazer a carteirinha. Então, em um outro dia, voltei lá pela segunda vez. Como no primeiro dia, logo fui atendida, e meu cartão do SUS já estava em mãos.
Essa experiência, mesmo que mínima – e sem que de fato eu fizesse o uso do sistema – foi importantíssima, uma vez que pude perceber que o que SUS tende a oferecer é muito mais que as coisas negativas que as pessoas falam.
Por Emilia Alves de Sousa
Oi Bianca,
O seu relato me remeteu à lembrança de uma palestra, do saudoso médico sanitarista Gilson Carvalho, realizada na 7ª Conferência Municipal de Saúde em Teresina, quando ele perguntou quem era usuário do SUS, e muitas pessoas deixaram de levantar o braço, sinalizando que não eram. Imediatamente, ele falou do controle da qualidade dos produtos oferecidos a população para evitar problemas que coloquem em riscos à saúde, como é o caso da fiscalização dos alimentos, bebidas, medicamentos, produtos de higiene, dentre outros serviços, que são disponibilizados por meio do SUS, e que todos se beneficiam. E aí, ele repetiu a pergunta inicial, e todos responderam enfaticamente que eram usuários do SUS. E é isto, todos somos usuários do SUS, querendo ou não, pois o SUS vai muito além de consultas, exames, cirurgias, medicamentos…, enfim, direto ou indiretamente ele abrange todos nós.
Valeu pelo compartilhamento do seu relato, abrindo espaço para essa importante discussão e trocas de conhecimentos sobre o SUS!
AbraSUS!
Emília