A CRISE, A CRUZ E A LUZ

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A crise não é dos pobres, ela não foi forjada no meio dos pobres. A crise é do sistema, é do mercado, é do capital. Os pobres sabem o que é crise real, uma vez que nascem na crise, sobrevivem na crise e fazem da fraqueza, força para superarem, todos os dias, as dificuldades concretas do seu cotidiano. A crise cantada e decantada pela grande mídia, reproduzida e induzida pelos seus arautos promotores do caos, juntamente com seus seguidores acéfalos teleguiados, ela é da natureza e cultura do sistema capitalista, urdida pela lógica do "deus mercado" e as entranhas e vísceras da crise se confundem com a avidez da classe dominante por mais poder político, por mais lucro e domínio político-estratégico sobre os que governam. Viessem a conseguir o intento insano e voraz, qual seja, derrubar o governo legítimo da Presidenta Dilma, no dia seguinte a mídia pautaria a desconstrução do terror por ela mesma fabricado, pelas ordens da classe dominante, com o apoio serviu e lacaio de grande parcela da classe media.

O mote da crise não é a crise em si mesma, a estratégia política e golpista que amplifica o som da crise é provocar a sangria do governo legítimo e gerar o "clima favorável" para a desordem social, que seja capaz de inverter a lógica e a razão, para "legitimar" o ilegítimo, "legalizar" o ilegal e "moralizar" o imoral: destituir o governo eleito pela maioria. Está em jogo o respeito e sustentação da ordem democrática.

A classe dominante e seus vassalos, ao longo da história humana pariram os corruptos e os corruptores, implantaram a cultura da soberania do privado sobre o público, o poder público, nas suas três esferas sempre existiram a serviço de uma classe. O Estado sempre foi gerenciado, planejado e executado para servir a classe dominante. Para os pobres, as migalhas, as políticas do faz de conta, a negação dos direitos, mas tudo de um jeito sutil, em nome do ideário republicano, corrompido na prática e na teoria.

Nos últimos anos, os governos do PT, em coalisão com diversos partidos, ousaram construir, minimamente, na medida do possível, políticas compensatórias, de transferência de riqueza, para as classes empobrecidas do nosso País. Moradia, educação, qualificação, renda mínima, oportunidades em escala aos menos favorecidos. Entre erros e acertos, o governo tem um legado que se comparando com o placar de uma partida de futebol, o resultado seria: Governo 7 x 3 Corrupção. E a corrupção, produzida em escala, vem de longe, gestada que é no bojo das relações publico-privadas. Os pobres, por mais avassaladora que seja a sanha do ódio e intolerância forjada pela classe dominante e encubada, sistematicamente, na natureza volúvel e volátil da classe média, os pobres já sabem pensar com suas próprias cabeças, com exceção de alguns que acenderam à classe média e viraram objeto do consumo do ódio e intolerância teleguiadas. Há uma outra parcela dos pobres, que por não refletir nem problematizar se submete ao pensamento e manipulação política dominante, se torna serviu e cúmplice do pensamento e prática opressora. A crise da economia do horror é um legado da classe dominante, em "comunhão visceral" com a classe média. A cruz e a luz residem nos pobres.

Nota: trago nesta postagem, a simbologia da Casa de Farinha, para expressar a cultura do nosso povo, a riqueza da diversidade cultural, a arte, a produção, a criação e a "inventação", que apesar das crises permanentes a que é submetido, do nascer ao morrer, ressuscita sempre pela capacidade de superação, de mobilização e luta, em sintonia com a esperança.