Patologização dos Monstros

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Patologização dos Monstros
Elaine Perez

Desobediência na idade média punia-se expondo deformações.
Monstros tinham que carregar o peso da transgressão.
Manutenção da ordem!
Os deslizes eram expostos no ser, que encarnava todos os males.
O maligno e o bizarro habitavam e testemunhavam o castigo imposto ao Minotauro, semi-humano que pagou pelos erros de seus pais.
A ira dos Deuses!!!
Na contemporaneidade nossos "monstros" não são mais mitológicos.
São corpos, sujeitos de carne e osso.
São os que fogem a norma.
Sujeitos patológicos!
São os degenerados !
Os anormais!
Esse é o ponto: estamos impregnados de estratégias que constroem "monstros" e nos queimam com discursos de preservação da moral e da civilidade.
Talvez hoje não façamos parte da monstruosidade patologizada.
Amanhã?!?!
É melhor nem perguntar…
Vai que a vigilância deite o olhar clínico!
Vai que um simples poema sofra o exame de uma minuciosa análise do discurso.
Minha verruga não vai escapar!
Resta saber se serei colocada na categoria de "Bruxa Monstro" ou de "Monstra pensante".
Adoro fogueira!
Converso com as estrelas!
A floresta sempre me chama!
Ser normal passou longe, não encontrou meu endereço.
Sou caminhante!!!!
Não preciso de etiquetas!