I SIMPÓSIO INTERDISCIPLINAR DE SAÚDE LGBT DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
De modo geral, grupos socialmente menos privilegiados apresentam maior risco de adoecimento e de mortalidade do que os grupos mais privilegiados. As condições de saúde estão fortemente relacionadas ao padrão de desigualdades existentes na sociedade.
Sexualidades são dimensões organizadoras de relações sociais e, portanto, produzem desigualdades. Reconhece-se que os processos discriminatórios contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) decorrem em diversas formas de agravo a saúde: dor e sofrimento psíquico, etilismo, tabagismo e outras drogas.
Assim, o preconceito dos profissionais de saúde sobre a prática sexual e social de LGBT acarreta na desqualificação da atenção a esta população, evidenciando assim que os processos discriminatórios alcançam o próprio sistema de saúde. Dessa forma, as políticas em saúde construídas no âmbito do SUS devem reconhecer a existência dessas desigualdades e produzir respostas eficientes, com vistas à promoção da igualdade e equidade de gênero e sexual.
A abertura de espaço para discussão da assistência à comunidade LGBT, através de uma abordagem dialogada e de mútua cooperação em prol do reconhecimento social destes sujeitos emerge do silenciamento imposto e da invisibilidade provocada, acentuada pelas fragilidades na formação profissional, visto que tal temática é, no geral, negligenciada nos currículos de graduação no Brasil. Destarte, acredita-se na pertinência deste evento objetivando proporcionar espaços de divulgação e reflexão aos estudantes de graduação na área da saúde sobre as diversas interfaces da saúde LGBT.
Espera-se o aprofundamento da discussão a respeito das abordagens de acolhimento aos usuários dos serviços de saúde em discussão através da Política Nacional de Saúde Integral de LGBT; o reconhecimento das identidades de gênero e orientações sexuais como legítimas da identidade humana; a identificação de fatores sociais, físicos e psicológicos que interferem no processo saúde-doença da população alvo e; a compreensão das necessidades objetivas e subjetivas em saúde que permeiam a experiência de saúde de LGBT. Programação: em anexo.
Por FRANCISCO ARNOLDO NUNES DE MIRANDA
Oportunidade ímpar para discutir a saúde LGBT como responsabilidade e compromisso com o SUS.