Feminicídio em MG

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O sargento da Polícia Militar que matou a professora Veridiana Rodrigues na manhã de terça-feira (27) continua internado na unidade psiquiátrica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Depois do crime, o autor de 46 anos foi preso e conduzido ao hospital. Segundo o delegado de homicídios da Polícia Civil, Matheus Ponsancini, o preso foi autuado pelo delito de feminicídio, ou seja, homicídio qualificado por razões de relações domésticas. Ele também poderá ser indiciado ao fim do inquérito por crime hediondo. "Como ele ainda está internado e não compareceu à Delegacia, usamos dos elementos e imagens que tínhamos para conseguir fazer o flagrante", disse.

Ainda conforme o delegado, a lei do feminicídio é nova e ajudou a aumentar a punição contra os autores destes tipos de crime. "A nova lei agravou o delito praticado contra a companheira, em razão de relações domésticas. A pena mínima é como um homicídio qualificado, de 12 a 30 anos de prisão," acrescentou.

Sobre o inquérito, Ponsancini disse que tem dez dias para finalizá-lo. Após concluído, o inquérito segue para o Ministério Público e para a Justiça comum. "Já realizamos algumas diligências e estamos analisando as imagens coletadas. Ainda aguardamos o laudo da arma e a necrópsia. Nesta quinta-feira, vamos ouvir cinco testemunhas do crime", ressaltou.

De acordo o assessor de imprensa da 9ª RPM, capitão Julio Cesar Cerizze Cerazo de Oliveira, o policial está internado e escoltado sob responsabilidade da Polícia Militar. Logo que tiver alta, será encaminhado para a delegacia para ser lavrado o auto de prisão em flagrante e em seguida seguirá para o Presídio Militar em Uberlândia.  Ele ficará no local até o julgamento.

Cerazo acrescentou que será instaurado um processo administrativo disciplinar para avaliar a permanência do policial na corporação.

Velório
O corpo da professora da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) do Bairro Tibery, continua sendo velado nesta quarta-feira (28). O velório termina às 16h45 e o sepultamento será feito em seguida, no Cemitério Campo do Bom Pastor. A familia da vítima contou que os dois tinham um relacionamento que se encerrou há pouco tempo. Além disso, explicaram que o homem tentou reatar com a vítima várias vezes, mas ela não aceitou.

Professora foi morta no meio da rua
Segundo a Polícia Militar (PM), a mulher de 36 anos foi assassinada pelo companheiro, que é policial e atua na entidade há 29 anos. O homem de 46 anos integra a banda de música da PM e morava junto com a vítima. Imagens de câmeras de segurança flagraram a ação criminosa.

Após atirar na vítima, o homem fugiu pelo bairro e a polícia cercou a região. Na ocasião, a PM orientou para que os moradores ficassem dentro de casa com as portas fechadas, pois ele estava armado. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) chegou a negociar por duas horas com o autor até conseguir rendê-lo. Durante as negociações, ainda ameaçou se matar. Há suspeita de que ele estava embriagado.

Após ser rendido, o PM foi encaminhado ao Pronto Socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (PS do HC-UFU). Segundo a assessoria de comunicação do hospital, ele está internado na unidade de psiquiatria, sob escolta policial.

Veridiana era professora da Escola Municipal de Educação Infantil do Bairro Tibery. A assessoria de comunicação da Prefeitura informou que no dia 23 de outubro, ela completou três anos como professora do primeiro ao quinto ano. Ainda de acordo com a assessoria, nesta terça-feira ela deu aula até as 11h25.

https://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2015/10/pm-que-matou-companheira-pode-responder-por-feminicidio-em-mg.html