Artigo relaciona morte de trabalhadores por agrotóxicos e sua subnotificação
Ao analisar os óbitos decorrentes de intoxicações ocupacionais por agrotóxicos, registrados pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, a pesquisadora do Icict/Fiocruz e coordenadora do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas – Sinitox, Rosany Bochner, trouxe à tona um problema grave de saúde pública: a subnotificação ou notificação irregular dos óbitos causados por esses agravos, fato que acaba dificultando não só as pesquisas como também as notificações judiciais contra as empresas produtoras de agrotóxicos.
Segundo dados do Sinitox, foram registrados, no período de 2007 a 2011, 26.385 casos de intoxicações por agrotóxicos de uso agrícola, 13.922 por agrotóxicos de uso doméstico, 5.216 por produtos veterinários e 15.191 por raticidas. Os agrotóxicos são o terceiro grupo responsável pelas intoxicações, com 11,8% dos casos. Antecedido pelos medicamentos (28,3%) e animais peçonhentos (23,7%).
A partir de um caso real ocorrido há três anos no Ceará, Rosany Bochner esmiúça os números dos sistemas de informações de saúde ligados ao Ministério da Saúde e constata que além dos números, se esconde casos graves de subnotificação que ocultam a real situação de intoxicação por agrotóxicos no Brasil.
Esta reportagem marca o início da série “Agrotóxicos: a história por trás dos números”, realizada pelo Icict/Fiocruz, com matérias sobre uso de agrotóxicos no Brasil. Leia aqui
Por miguel angelo maia
Oi Graça
Excelente trazer este assunto para a rede, pois sabemos que as subnotificações de agravos à saúde decorrentes do trabalho, infelizmente, são ainda bastante comuns em todo o país, mascarando e escondendo as reais condições de trabalho existentes, o que, também infelizmente, passa despercebido.
Abs.