Sei que é Carnaval e é momento que o riso e o querer rir corre solto. Mas este homem não estava e não queria ser mártir, não andava com índios e caipiras de fantasia, mas reais, como nossa carne que sangra e dói.
Um tiro covarde tentou calar sua voz, mas ela, reverberando na garganta, faz que eu grite, apesar do Carnaval, que não vestirei o pierrô da tristeza.
Brinque, pule, se arrebente de felicidade, mas não deixe que nada o aliene das coisas que acontece nesse nosso país.
Marcus Matraga não era um visionário, era alguém comprometido com a vida.
Morreu no quase Carnaval, festival da carne, como um grito de que muitas carnes não estão conseguindo viver.
Curta seu bloco e sua escola de samba, ria e gargalhe, mas não se esqueça de um país aonde, apesar da ostentação, muitos sequer conseguem chegar a rir.
Presente Marcus, o presentifico aqui, como aquele que, embora forçado a vestir uma fantasia que mata, não interrompe sua luta nem quer ser mártir.
Marcus, você viveu e vive na alegria de defender à vida para além da alegria consentida e manipulada de qualquer carnaval.
Você não é e nunca será fantasia e suas cinzas não é pós festa da carne, é motivo de acirrar a luta e o grito.
Gritemos! Eu grito.
Marcus Matraga, mais do que nunca presente!
O tiro não calou a voz, apenas a fez mais sonora. Gritemos!
Por ele, por nós, por todos.
Por patrinutri
#Marcus Matraga, Presente!
Bjs Pat