Enfraquecimento, já que ela não se alimentava o que é de se estranhar para uma pessoa que não dispensava uma refeição, se quer. E que tínhamos que ficar de olho já que ela estava acima do peso normal. Mais um motivo para que ele tomasse mais cuidado, embora ela era muito ativa, inteligente, não sentia nem mesmo dor de cabeça, o que era raro."
Alto Caparó, 20/04/2009
Nercinda Claresminda Heierich.
Abuso de remédios cresce no mundo e supera uso de drogas, diz ONU
O uso abusivo de remédios prescritos cresce rapidamente no mundo todo, e o número de viciados em medicamentos já supera o de usuários de cocaína, heroína e ecstasy combinados. O alerta foi feito pela Junta Internacional de Fiscalização a Entorpecentes (Jife), da ONU, que divulgou hoje um relatório sobre drogas em Viena (Áustria).
Veja aqui o relatório completo da Jife.
"As pessoas tendem a achar que o abuso de medicamentos prescritos é apenas um uso inadequado de substâncias para tratar problemas de saúde. Mas esses incidentes são frequentemente resultado de um vício que pode ser tão letal como a dependência de drogas como a heroína ou a cocaína", diz o documento.
A Jife afirmou que a morte de diversas celebridades no ano passado, como o cantor Michael Jackson, chamaram a atenção para o uso exagerado de remédios prescritos. Nos Estados Unidos, país do cantor, 6,2 milhões de pessoas abusaram destes medicamentos em 2008, perdendo em número apenas para o consumo de maconha.
A tendência, contudo, está se espalhando por todo o mundo nos últimos anos, segundo Hamid Ghodse, diretor do Centro Internacional de Política de Drogas da Universidade St George, em Londres, e um dos autores do relatório.
"[O abuso] precisa ser combatido urgentemente", alerta Ghodse, que ressaltou a dificuldade em se conseguir dados sobre o uso abusivo de farmacêuticos, que é um "problema escondido".
O relatório afirma que, na Alemanha, entre 1,4 milhão e 1,9 milhão de pessoas são viciadas neste tipo de droga. Já no Canadá, entre 1% e 3% da população abusam dos chamados opioides.
Em vários países europeus –como França, Itália, Lituânia e Polônia– a porcentagem de estudantes que revela usar sedativos ou tranquilizantes fica entre 10% e 18%.
O consumo é alimentado, segundo a Jife, é por farmácias ilegais na internet que vendem remédios roubados por todo o mundo. A Jife pediu aos países que monitorem mais de perto as farmácias on-line ou que as fechem.
(Fonte: Folha Online, 24/02/2010)
11 Comentários
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Por Angela Vaz7
Ontem,quando estava fechando o ambulatório deu entrada uma mpça que um senhor sem saber de nada a encontrou na rua agitada,ele pela falta de conhecimento até pensou que era uma PCR.Eu ao perceber fui acalmando ela querendo e falando que precisaria de uma receita azul etc,a única coisa que fiz diante desse fato chamei os bombeiros que a levaram para o pronto socorro.Sua mãe ficou sabendo eu ainda estava no portão,a senhora foi contando que perdeu o pai não sabendo lidar com a situação a levou ao médico e depois disso viciou na medicação.E cada dia aumenta a dose etc.Penso que poderia usar e prescrever para casos assim,mais dentro de 3 ou 4 meses não aceita a perda,indicam um psicológo ou psiquiatria.
Oi Bruno,
Nossa! Eu não tinha essa dimensão da coisa. Mas, como é que esse tipo de quantificação é feita?
Tenho pensado muito na mudança de abordagem da vida das crianças e jovens pq convivi com diferentes modos de pensar a saúde mental. Quando entrei neste hospital, os psiquiatras eram psicanalistas. Faziam grupos de psicoterapia e um atendimento clínico apenas para alguns casos. Medicavam raramente e com drogas tão inofensivas quanto um placebo. De vez em quando um Neuleptil em doses baixas. Falo da década de 80.
Hoje assisto diariamente a um cortejo regado a Ritalina, antidepressivos,ansiolíticos ( para crianças!!!)…Trabalho grupal feito por psiquiatras, jamais…Como se isto ( fazer grupos )fosse uma invasão do campo dos psicólogos. Agora tudo tem “dono”. Veja o ATO MÉDICO!!!
Mas, sei também da existência de outros modos de resistir dos psiquiatras. E vamos lutando como podemos…
bj da Iza
Por Angela Vaz7
É isso é muito mais.
ANA CAROLINA CORDOVIL HEIDERICH SILVA
"Ela só tinha 18 anos,e foi mais uma vida ceifada pelo criminoso sistema psiquiátrico de nosso país.
POR ESTA E MUITAS OUTRAS VIDAS, PRECISAMOS UNIR FORÇA EM PROL DE UMA URGENTE URGENTÍSSIMA REFORMA PSIQUIÁTRICA ANTIMANICOMIAL NO BRASIL.
DEPOIMENTO DE NERCINDA (MÃE DE ANA CAROLINA)
Internei minha filha no dia 26/11/2006 por volta das 19h. Numa Clínica num município do Es. O meu objetivo era outra Clínica por ser bem menor e possuir, apenas cerca de 35 leitos divididos entre masculinos e femininos. Chegando lá o médico nos informa que não tinha vaga e fez o encaminhamento para a Clínica . Antes de ser atendida lanchou. Como ela queria biscoito de chocolate e dei de morango, por engano, ficou chateada. Logo o médico chegou e pediu que os enfermeiros a levassem para outra sala enquanto ele conversava comigo. Ela perguntou ao médico se não poderia ficar comigo até à hora da internação, ele alegou que era apenas para ver a pressão. Até eu acreditei. Porém, ela perguntou por que ele mesmo, não olhava sua pressão ao que respondeu que, o seu aparelho estava lá dentro. Foi a última vez que nos vimos.
Falei das suas dificuldades, dos medicamentos que ela tomava (trileptal300ml, rivotril2ml, fluoxetina20ml, metformina e glimepirida para controlar a glicose tipo II e que ela nunca tinha tido problema, pois media sempre 113, 123, 124 e poucas vezes chegavam a 145). Mas nunca havia ficado doente fisicamente.
Pedi que não lhe ministrasse Haloperidol, pois era alégica e já tinha sido socorrida na emergência com a língua inchada, para fora após ter tomado 20g de haldol mais um comprimido de akneton em dois dias somando 40g e dois comprimidos de akneton de 1ml.
Para reverter o quadro, a medica plantonista lhe aplicou Decadron e fernegan. Ele anotou, pois me pediu que repetisse os nomes dos medicamentos enquanto escrevia. Esta ficha não consta no prontuário, já que o mesmo me foi negado durante 6 meses.
Pedi a exumação após três dias e só consegui após 7 meses e dezesseis dias com muita insistência.
O médico diz que foi infarto do miocárdio , o legista diz , causa indeterminada, já que o coração estava em perfeito estado de conservação. Porém o pulmão esquerdo estava murcho. Além do tempo ainda os materiais só foram enviados para exame de laboratório depois de 40 dias, assim mesmo porque eu liguei para o IML para saber do resultado, eles não sabiam de nada já que estes materiais ainda estavam aqui em outro município e só saiu depois que eu falei com a delegada. Liguei outra vez para o IML e a perita me disse que foi impossível detectar a causa pelo fato das víceras estarem e formol o que atrapalha, segundo ela, as investigações. Estas partes não podem ser colocadas em nenhum conservante. Tentei contestar o laudo, mas encontrei dificuldades. O advogado do caso não se pronunciou. Infelizmente parece que neste mundo temos que saber de tudo, o que é impossível.
Ao terminar a consulta quis ver minha filha. Ele me disse que não era possível, pois ela estava sedada. Assustei-me e, falei: O Dr. não deu haldol pra ela! Ele me disse que não e que teria lhe dado apenas diazepam com biperideno.
Ao sair a atendente me pediu que eu deixasse para vê-la após,pelo menos 05 dias até que o paciente se habituasse no ambiente. Eu ligava cerca de três a quatro vezes por dia e só recebia boas notícias. Ela está bem!Mas não podia falar com opaciente hora nenhuma pelo telefone.
No final de 05 dias, fui visitá-la, mas cheguei depois da visita por causa de atraso do carro que nos levou. Mesmo assim o atendente me deixou vê-la, mas fui convencida sutilmente, por uma enfermeira a deixar a visita para segunda feira, uma vez que era o dia da reunião e ainda era muito cedo, já que agora era que eles estavam conhecendo o seu problema e que a minha visita poderia interromper o tratamento. Deixei uma bolsa com várias peças de roupas, maçãs, e voltei chorando, mas nunca me passou pela mente que ela corria risco de morrer.
Cheguei na segunda feira às 11h. Dirigi-me a assistente Social, me identifiquei ao que me respondeu que esperasse à hora da visita oficial às 13,30h. Quando fui entrar no pátio de visitas, ao mencionar o nome da paciente fui barrada e levada de volta para a sala da assistente Social onde gritei, rolei pelo chão, não sabia mais o que fazer. Minha única filha estava sem vida com apenas 18 anos. 04/12/2006 Quando consegui o prontuário vi que o médico não só prescreveu haldol, como em doses altíssimas 10ml de haloperidol;300ml de amplictil,4ml de biperideno além de Daonil. Só Daonil não era injetável. Cheguei à triste conclusão. Os medicamentos eram injetáveis porque ela não aceitava tomar haldol pois tinha plena consciência do mal que lhe causava. E lá eles são obrigados a tomar os medicamentos que é para manter a ordem. Se quiserem explicações de como lá funciona entrem em contato com o serviço social
Integralidade e intersetorialidade em álcool e drogas: a relidade dos municípios capixabas
Voltei a clínca no dia 08/12/2006 para mais esclarecimento. O diretor nos disse que ele soube que ela havia caído.já que eu havia constatado um grande hematoma em sua cabeça da orelha para cima no lado direito no dia do seu falecimento e meu sobrinho, no dia do velório, constatou hematomas na parte inferior do braço e na costela do mesmo lado. No dia 08 me acompanhavam: advogado e o motorista que presenciou uma senhora conversando comigo no pátio a qual me disse que era quem dava banho em minha filha,que lavava suas roupas e que lhe deixara muitas recordações. Fiquei mais uma vez surpresa Ana Carolina era totalmente independente.
No prontuário consta que ela estava em estado de prostração e que nos dia 02e03/12/2006 o clinico geral passou a ministrar-lhe 40g de buscopan+40g de elixir paregórico, pois ela estava com diarréia em grande quantidade.
Denunciei ao MP por orientação do Médico que lhe acompanhava a cerca de 3 anos mais ou menos, ao CRM e a Comissão de Direitos Humanos do Estado do ES.
A investigações da Polícia Civil, na minha opinião muito deficiente. O primeiro delegado não deu conta do inquérito. O segundo chegou a me dizer que estava confiante que iríamos a júri mais foi transferido. O terceiro já concluiu dizendo que: não encontrou fundamento suficiente para indiciamento dizendo que eu sublimasse a minha dor de outra forma, que tinha mais coisas para fazer e desligou o telefone, já que eu insistia na intimação de mais pessoas para serem ouvidas, uma investigação mais apurada dos fatos e acareação entre o Clínico e o Médico e a serviçal que mudou todo o seu depoimento, o advogado que conversou em particular com o Dr. e achou que eu não deveria representar contra a clínica. Suspeitas: Hipoglicemia, overdose medicamentosa, além da alergia ao haldol, tombo,
Sabemos que educação e alerta devem existir,mais existe um professor muito mais atuante na vida do individuo, este é a propaganda.
A cada 10 comerciais na Tv, 5 á 6 sao de remedios, pomadas, o tal "alivio rapido" que pode ser perigoso se administrado erroneamente ou concomitantemente com outras medicações ..
Enquanto nao houver uma fiscalizaçao e normatizacao destas propagandas , este risco só tende a aumentar.
Abraço , seus post´s sao muito interessantes !
Ursula Paiva Enfermeira Natal – RN
Por Angela Vaz7
Concordo com você!Além do mais estão aumentando por si próprio as dosagens tenho preocupada com tudo isso!
Angela
Dificilmente voce sai de um consultório médico sem receita de medicamentos. Existem dois tipos de médicos. Vou chamá-los de 2 em 1 sem generalizar. Um no seu consultório particular e o mesmo no consultório do SUS. Infelizmente, as maioria das pessoas ficam sem saber, que rumo tomar. O que fazer?
E aí acontece o que chamamos de LAVAGEM CEREBRAL. Se
estou exagerando, me perdoe. Pasei por isso e o resultado esta aí na minha história.
Um grande braço
\Nercinda
Louva´vel a atitude do Aragão de colocar este texto na rede.
Por Angela Vaz7
Bruno
Estava procurando algo que falasse que gostaria de postar hoje.Encontrei na busca a deixa sua:
No momento deparei Abuso de remédios cresce no mundo e supera uso de drogas, diz ONU.Parto que como em 23 anos nunca havia trabalhada na atenção primaria,ambulatórios sabe lá os nomes que vão evoluindos.Sempre trabalhei nas emergências que não vou mencionar o por que estou na rede ambullatórial.
Realmente estou assustada o que levou a população a se medicarem tantos e e as buscar por exames etc.Como foi adotado o sistema de prontuarios, todos os médicos saibam que aquele usuário passou pelos profissionais etc.
Ontem,mais uma vez a mesma usuária passou pela consulta clínica e encontra no seu prontuario quase todos os especialistas que a rede tem,na mesa o profissional do outro lado o usuário que tem usado muito das vezes o sistema de forma ora errada.Sabe o que ela exigiu que indicasse o único especialista que não havia passado!!!!Não estou acusando a mídia,mais se uma senhora dessa morre como todos nós podemos morrer vão acusar, o medo e receio muito das vezes fazem que os gastos aos sistema procedem isso ai que faltem para outros.
Quem tem diminuindo a demanda são os psicologos que tem feitos trabalhos muito bom com resultados 1000.Talvez a vida das pessoas a procura de medicamentos possam ser a vida corrida,as perdas em não saber lidar com determinadas situações.A isso deveriamos apoiar mais os psicológos que passam horas e mais horas ouvindo,lidando com tudo isso.
esses dados alarmantes da JIFE ( ONU ).
Por Angela Vaz7
Realmente é assustador tudo isso.
Por Sonia Mara de Fatima Ferreira
Acredito que não é somente o comércio pela internet, nos deparamos todos os dias nós profissionais de saúde com pacientes saindo do consultório com receitas de controlados, e trabalhando na dependencia quimica presencio mães, esposas alienadas com medicações para não enfretar a dependencia dos esposos, filhos, quando elas próprias são dependentes quimicas e por ai vai sem contar com os p´roprios profissionais que abusam de medicações para perder peso, ou para ansiedade entre outras por facilidade de ascesso, é realmente preocupante.