Caros e caras humanautas
O tempo é um zeloso agricultor que sulca de rugas nossas faces ao mesmo tempo em que rou a energia de nossos corpos, mas nos premia com a luz da experiência.
Já se foram alguns anos sendo uma das formiguinhas que compõem a inteligência coletiva chamada de Rede HumanizaSUS. Tive a alegria e o orgulho de estar com ela desde seus primórdios quando ainda era um sonho movido pela vontade de tornar o SUS algo cada vez melhor, com muita ousadia, desejo e afeto.
Nesse tempo todo exerci o papel de editor, algumas vezes um anjo invisível que limpava o espaço de spams ou que entrava em contato com alguém sugerindo imagens para um post e que ia compondo uma tessitura com outros editores sobre qual seria a melhor forma de cuidar dos espaços, das pessoas enfim, como ir traçando os complexos e as vezes íngremes caminhos de uma boa curadoria.
Hoje comunico a todos e todas que meu tempo como editor da RHS terminou. Mas vou ficando como um frequentador sempre assíduo desta rede, militando por uma saúde que esteja à altura da dignidade do povo brasileiro e em especial da sua classe trabalhadora. Assim, precisamos estar firmes e fortes.
Estar firme e forte não é meramente um clichê da luta política. Estar firme e forte nos dias atuais é questão de vida ou morte num quadro cada vez mais sombrio onde muitas pessoas, seja por desinformação ou má fé, marcham com uma plataforma essencialmente conservadora que restringe direitos, precariza o trabalho e, no limite, faz até apologia da morte e da tortura como instrumento de luta e de eliminação das diferenças.
Saio do papel de editor com uma riqueza incomensurável feita pelas amizades construídas tanto na equipe de editores quanto muitos companheiros que nunca tive o prazer de conhecer pessoalmente e outros que militavam no dia a dia na Política Nacional de Humanização.
Gosto muito de pensar na RHS como uma ágora, uma enorme praça onde a diversidade tenta conviver. Vou agora para um banco mais ao lado do vendedor de pipocas onde crianças alegremente alimentam pombos e outras maltrapilhas mendigam um trocado.
Vou continuar trazendo minhas contribuições talvez de uma forma diferente, pois o papel de editor confundia-se com o de blogueiro. Agora não mais. Assim, desse momento em diante, tudo o que escrever não expressa nenhuma nuance de política editorial da Rede HumanizaSUS, tão somente minha opinião de marido da Cecília, pai do Victor e da Carmen, um brasileiro paulista adotado pelo Ceará, Psicólogo e Professor Universitário.
Em tempos em que a morte e a destruição se tornaram recurso tecnocrático e sinônimo de “avanço” político, é preciso mais do que nunca continuar afirmando o humano com base nos constructos que gravitam em torno da ideia do amor. Não é pieguismo ou mero clichê, tão somente um desafio civilizatório que se apresenta a cada nova geração e claudicantemente tem impedido a nossa destruição total. Vale assim lembrar desse poema de Maiakovsky:
DEDUÇÃO – Vládimir Maiakóvski
Não acabarão nunca com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.
Um Adeus…um até breve!
ERASMO MIESSA RUIZ
26 Comentários
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Oi Luciane
Hoje fiz uma coisa diferente que quase nunca faço, li as postagens na lista de e-mails da RHS:
Gostaria de deixar bem claro que não te ofendi no facebook, o meu comentário foi na lista de discussão e referente aquela postagem do Padilha que eu não inventei. Quanta maldade no seu coração ao dizer que eu não mereço seu acolhimento…. lindo exemplo de Humanização Luciane.
“Tchau querida”
Raphael
Por Erasmo Ruiz
Querida Lu!
Minha grande amiga, um poema de Quintana que se fez carne. Sempre curti muito essa convivência contigo, sua autenticidade, seu carinho, sua transparência de afetos. Era ouvir você, ler você e olhar você que já tinhamos diante de nós alguém genuíno, que não precisa portar máscaras ao lado de quem é próximo. Acho que esse tempo todo estruturou vínculos fortes. Não vamos nos perder nunca. E lembre que as praias de Fortaleza te aguardam com um bom “Peixe a Delícia” que só a terrinha aqui sabe fazer.
Bj no coração
Amigo é coisa pra se guardar dentro do coração… É isto Erasmo, você é um daqueles amigos pra se guardar bem juntinho do coração. Tive e tenho a grata satisfação de desfrutar da sua convivência, seja como consultor da PNH para o Nordeste, seja como parceiro nos eventos de capacitação e de controle social no estado do Piauí, e de uma forma bastante intensa, como editor da Rede HumanizaSUS. Pra mim foi um grande privilégio. Aprendi muito, me diverti bastante, e me afetei por demais com essa bela convivência.
Vê-lo agora nessa despedida é muito nostálgico, mas que bom que não é um adeus, e sim um até breve. Menos mal. Vamos nos encontrar por aqui e pelas andanças do SUS!
Admiro-te e te gosto muito.
Bjs!
Emília
Por Erasmo Ruiz
Oi Querida Amiga!
Emília é essa nossa guerreira de sangue nordestino, apurado pelo calor humano e climático dessa terra linda chamada Piauí. Sua fala pausada e mansa traz o aditivo da perserança de propósitos talhada na pedra do amor pelos oprimidos, não é meramente discurso, é prática, ora plena de carinho, ora ancha de potência a ponto que muitos podem confundir isso com agressividade. Minha linda amiga. Espero revê-la antes mesmo que tu imaginas. Qualquer ora apareço ai em Teresina para beber cachaça e comer um pouco daquela carne de sol que apenas o Piaui é capaz de fazer, só que dessa vez de uma maneira mais comedida pois a saúde não me permite os excessos de antes. Também te admiro e gosto muito, principalmente porque mesmo você sendo pequenininha, é bem maior do que eu.
Bj e eterno carinho
ERASMO
Oba, pode vir que estaremos aqui com a lira, o jambu e a carne de sol a sua espera.
Bjs!
Emília
Por patrinutri
Caro Erasmo e todos os que convivem com ele nesta rede,
Ao tentar buscar palavras que pudessem adjetivá-lo por estes anos aqui vividos, não encontro palavra melhor do que a palavra AMIGO.
Sim, faltou em seu texto que você foi por aqui um amigo, que nos brindava com poemas, que extraia do cotidiano análises capazes de fazer pensar e nunca ficar indiferente a elas, que trazia humor e alegria em momentos desafiadores, que nos presenteava com textos belíssimos sobre a morte o e morrer.
Fico feliz em saber que esta sua face não se afastará de nós!
O companheiro de trabalho sempre questionador, mas atencioso e delicado já não estará tão presente, mas tenho certeza que não se furtará em nos acolher em algumas tarefas desafiadoras.
Em momentos precisosos de cuidado e carinho, muitas vezes recebi teu telefone, hora que fosse, para dizer … estou aqui !
Saber que segues por outros caminhos, bons caminhos e tão desafiadores quanto a RHS, me deixa em paz. Se a saudade apertar sei que poderei te encontrar e poderei saber que estas bem .
Lindas asas construistes por aqui… agora vai e voa… alto e lindo!
Um beijo grande para você e sua linda e doce família!
Pat
Por Erasmo Ruiz
Oi Pat Linda!
Começo a te responder com uma das definições de conceito de projeção em Psicanálise: “mecanismo pelo qual o indivíduo projeta inconscientementefora de si o que experimenta em si mesmo; ato pelo qual o indivíduo atribui aos outros os seus próprios sentimentos ou manifesta nas suas obras a sua natureza própria”.
Ora minha amiga, sua desrição de mim é de você mesma. São teus olhos anchos de bondade que ficam se vendo em tudo que olha. Mas recebo com alegria a luz do teu olhar pois como ensina o Ivan Lins, “eu sou feito purpurina, se você não me ilumina, como eu posso brilhar?”.
Mas continuamos juntos ai pela internet. Pode me chamar pra outras palestras com direito a carro batendo em poste pra acabar com a internet que a gente se vira nos 30. Também faço animação de velórios e enterros e, claro, brincadeiras a parte, sou um Editor Honorário, lembra? Conte com a gente pra o que der e vier na RHS. A gente tá sempre junto!
Vamos então fechar com uma de nossas deusas? Ah, tem que ser a Clarice Lispector e seu olhar de ressonância magnética em nossas almas:
Sejamos Alegres
Olá Erasmo,
Apesar de nossas vivências e visões políticas bem diferentes, talvez por isso eu até gostasse de te provocar um pouco para ler suas argumentações… não fico feliz com tua saída como Editor da RHS, (talvez se fosse outra pessoa eu até ficasse).
Em sua homenagem, aí vai mais uma provocação, não sei se a última ou se apenas mais uma para explodir o “fofurômetro” da RHS:
” Eu fui PT”
Empunhei bandeira, colei adesivos.
Fiz campanha, fui a comícios, usei broches que eu mesmo comprei.
Sei de cor o jingles das campanhas de Lula
Me irritei com as seguidas derrotas
Gritei fora Collor, fora FHC e até fora Globo
Chamei o plano real de golpe
Falei que o “bolsa escola” era forma do governo comprar voto dos mais pobres.
Eu fui PT por que tinha que ser
Eu sou trabalhador, e não democrata, nem liberal, nem comunista
Então o partido do Trabalhador era o lugar do cara que teve que trabalhar pra pagar a faculdade, e sabia que teria que continuar trabalhando duro pra comprar sua casa, pra pagar seu carro, pagar suas viagens.
Eu fui PT por ideologia e não fisiologia.
Não ganhei um centavo, não viajei de graça, não estudei de graça, e nem acho graça nas coisas de graça.
Eu nunca achei golpe o pedido de impeachment de Collor, nem os diversos pedidos manejados contra Itamar ou FHC.
A constituição atribuiu a representantes eleitos pelo povo a função de processar e julgar o presidente, e eu acho isso extremamente democrático.
Eu fui PT
E no ano de 2002 enviei cartões de Natal aos meus queridos amigos com a frase:
“A Esperança venceu o medo!” Eu estava trabalhando na madrugada daquele natal!
Eu fui PT,
E se as redes sociais existissem naquela época, eu compartilharia textos não de Jean Wyllys, ou Jandira, por que eu li Hélio Bicudo, Cristovam Buarque, Fernando Gabeira, eles não são mais PT
Fui PT até quando deu pra ser. Até o dia que o “T”de trabalhador foi substituído pelo “T”de trapaça, de trambique. Por que não de Traição.
O partido dos trabalhadores se agarrou ao poder, e abraçou Renan, Sarney, Collor e até o Maluf, criou fantasias e contou mentiras, soltou a mão de pessoas honestas e sérias, e foi aí que deixei de ser PT.
Eu deixei de ser PT, e me surpreendo com você
Que contesta o fato de Cunha ser o condutor do impeachment
Mas jamais contestou o fato dele ser um dos elos da aliança entre o governo e o PMDB
Eu deixei de ser PT, e me decepciono com você
Que acusa Temer de ser golpista e bandido,
Mas jamais contestou o fato dele ser, desde o primeiro mandato, o vice presidente escolhido por Dilma
Eu deixei de ser PT, e me assusto com você
Que ao ouvir uma gravação não comenta o conteúdo, simplesmente afirma que escuta foi ilegal.
Que diante de uma delação pautada em provas, limita-se a falar em vazamento seletivo.
Que de frente a evidências de fraude, corrupção e tantos crimes, ataca a imprensa, a polícia e o Juiz.
Eu deixei de ser PT, e me envergonho de você
Que aplaude políticos processados, julgados e condenados que entram de punho erguidos na cadeia como se fossem vencedores e não ladrões
Que afirma que o mensalão não existiu, que não há escândalo da Petrobras, que não é dono do sítio, nem do apartamento…. Que nunca soube de nada.
Que afirma que não há crime em uma prática absolutamente ilícita só por que ela já foi feita por outros.
Eu deixei de ser PT, e me incomodo com você
Que vai as manifestações da CUT cheias de balões, camisetas vermelhas, e enormes palcos, tendas e militantes pagos, tudo custeado com dinheiro obrigatoriamente sacado dos salários de trabalhadores todos os anos com o nome de imposto sindical.
Eu deixei de ser PT, e não entendo você
Que fala em defesa da democracia, e afirma que pode ser golpe uma decisão de um congresso eleito pelo povo.
Que fala em voto livre, mas aceita a compra parlamentares com cargos e dinheiro
Eu deixei de ser partido, continuo trabalhador… e você?”
“Tchau Querido”
Raphael Henrique Travia
Querido Raphael
Sempre o admirei e sempre gostei dos seus posts. Creia, ainda o admiro e fico preocupado.
Também já fui PT, não filiado, não militante, porque não consigo ser menos que uma alma livre. Não mais admiro o PT e sempre tive um senão e muitas, muitas críticas ao governo Dilma.
Mas é triste perceber que sua decepção seja tão forte que não consiga separar as coisas e simplesmente comece a apoiar coisas que, pelo pouco que o conheço no que compartilhou, estão completamente longe de sua forma de pensar e de sentir. Você é um guerreiro de luz, assim o vi e continuo vendo. Um guerreiro de luz também se decepciona fundo, é humano! Mas um guerreiro de luz, doído, não pode se aliar às trevas.
Reflita, meu, aquilo que o fez se decepcionar com o PT é aquilo mesmo que agora o faz defender o outro lado. O mundo não é feito de lados, temos escolhas, você sabe escolher.
Diante de toda esta turbulência que estamos atravessando, sempre continuei mantendo no meu Face aqueles que pensavam diferente de mim, até esmo os defensores do Bolsonaro. Excluí somente três e, com grande pesar, você foi um deles.
Creia, não foi um corte de amizade, foi uma proteção. Continuo admirando você muito. Mas, quando o excluí, era porque a carga de ódio cego era tão grande que não conseguiria me manter no prumo. Para não começar a desrespeitá-lo por expressar o que você acredita e sem poder fazer mais nada, acabei dando um tempo para que possamos nos encontrar num tempo de maior delicadeza de nós dois.
Continuo aberto a sua amizade e ao seu retorno, porque, repito, o admiro muito. Quando quiser, volte, eu o aceitarei. Acho que no fundo, no fundo, eu me protegi de mim mesmo.
Desculpe falar aqui, mas é que vejo no seu comentário a mesma carga que me fez preferir dar um tempo.
Amigo Raphael, dá um sacode, o Erasmo certamente não apóia nada do que você sugere que ele possa apoiar e as coisas certamente não se reduzem ao que você expôs.
Pára um pouco e pensa, irmão, você é gente!
Abração.
Miguel
Sou um ser humano, não sou guerreiro da luz nem das trevas porque simplesmente não acredito nesse absolutismo.
Não sabia que você havia desfeito nossa amizade na rede social, porque ando trabalhando tanto que mal tenho tempo de ver a internet.
Mas diante disso você fez uma escolha e eu a respeito e agora faço a minha: Acabo de te bloquear no facebook.
“Tchau querido”
Raphael Henrique Travia
Por Erasmo Ruiz
Raphael!
O que penso de suas provocações respondi num email enviado a lista geral da RHS. Seu poema retrata exatamente isso. Você fixou-se na ideia de que essa rede é um aparelho partidário. Até ai, tudo bem. Todos temos direito a opinião (ainda, não se sabe até quando). Mas ao fixar-se nessa “nóia” de ver partidarização em tudo, você perde a rara oportundiade de usa-la de outra forma, alias, da forma como a maioria utiliza: lutar pelo SUS, lutar para a produção de saúde. Não, você prefere ser um João Batista da Internet pregando no deserto sobre as virtudes da neutralidade em meio a uma situação onde a democracia está agonizando e com ela o SUS caso você não tenha notado. Enfim, fica difícil conversar com quem padece da falta de generosidade. E você está longe de ser generoso com quem discorda de você. Na verdade, o interesse de se discutir nunca deve aparentar um tribunal onde advogado de defesa e promotor tentam a ferro e fogo demonstrar que estão certos no que afirmam. Em algum momento devemos assimilar em parte o argumento que o outro traz como uma condição para o aperfeiçoamento dos próprios argumentos mesmo que se veja o outro em erro, que nunca é algo absoluto. Mas isso não será possível com você pelo simples fato de que não se pode brincar com os afetos das pessoas. E você faz isso. Não consegue destinguir com clareza as ideias das pessoas que as formulam, usa do escarnio desnecessário até em dia de aniversário, lembra? Eu não tenho mais idade e paciência para lidar com isso. É um limite meu. Fique em paz e continue tentando fazer o bem. Eu também estou tentando fazer a minha parte. Paz e bem.
Oi Erasmo
O poema não é meu, ele está circulando amplamente no Facebook e o compartilhei com você que lembra porque me bloqueou no facebook?
Porque quando teve o protesto contra o aumento da passagem de ônibus em São Paulo, você compartilhou fotos de pessoas que apanharam da polícia, certo? Polícia Estadual certo? Então do Alckmin, ao que eu te disse que você se aproveita do sofrimento das pessoas para atacar o PSDB.
Mas quem foi o prefeito que aumentou a passagem de ônibus e causou o protesto e a origem da violência? O Fernando Haddad do PT!
Não estou fixado em nóia, inclusive porque dessa vez falei de política abertamente pois afinal, saúde é democracia, democracia é saúde, saúde é política pública que sim é muito influenciada pela política partidária, então saindo da neutralidade não posso ser comparado á João Batista.
Generosidade é a virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outrem;
Você não convive comigo para saber se possuo ou não tal atributo então nesse sentido o julgamento é precipitado se for baseado em alguns comentários meus opostos aos pensamentos de vocês.
Acredito que juventude e velhice são estados de espírito que não tem necessariamente a ver com idade cronológica e eu adoro aniversários ficaria muito feliz se fosse lembrado no dia do meu aniversário com uma postagem ou se recebesse um email automático da RHS com felicitações.
Agora uma pergunta que me deixou curioso:
O Thiago Petra é o novo editor da RHS?
Seria muito legal se fosse ele.
“Tchau querido”
Raphael Henrique Travia
Por Erasmo Ruiz
Queridíííííííiíssimo Erasmo
“Vou agora para um banco mais ao lado do vendedor de pipocas onde crianças alegremente alimentam pombos e outras maltrapilhas mendigam um trocado”.
Nos encontramos poucas vezes pela PNH, mas todas foram suficientes para confirmar a enorme admiração que já sentia por você aqui na RHS. Amigo, parceiro, sarcástico, risonho, humorado, sua passagem sempre foi e sempre será como um jogar de milho aos pombos e partilhar com mendigos. Alguns reconhecem, outros nem tanto, outros até se irritam e posso imaginá-lo com seu sorriso largo pensando, fazer o quê?
Acho que a RHS, este “fofurômetro”, como diz o Raphael, perderá demais com sua ausência como editor, mas, tenho a certeza, ganhará muito com sua presença marcante que, como criança, jogará milho aos pombos e caminhará entre mendigos que nem sempre o compreenderão. Como eu, você é um “outland”, adotado por um Ceará que você ama mas que, como eu, é pequeno demais para uma alma grande,
Fica aqui meus sinceros agradecimentos a tudo que aprendi com você, a tudo que divergimos juntos no riso, a tudo que nos liga, acima de tudo, à vida e ao que a quer viva, ainda sem esquecer que a morte, esta linda namorada, sempre está à espreita para nos lembrar que nós não somos eternos, mas os laços de amor que fizermos sim.
Enfim, saber que, mesmo sem ser editor, continuaremos por aqui e por aí, conectados e conectantes, tirando sarro da vida e aberto a quem está aberto.
Missão cumprida meu rei. Siga seu caminho, também segui o meu.
“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” e a sua é do tamanho do sem tamnho. Com muita admiração, um grande abraço meu irmão peregrino de alma.
Por Erasmo Ruiz
Grande Miguel!
Cara! Acabei de fazer um exame cardiológicol Li essa sua mensagem e não enfartei. Sinal que as coronárias, apesar dos exessos, ainda dão conta de partilhar o planeta com pessoas como você, essa anfetamina ambulante de amor, carinho e potência de vida.
Disseste tudo meu amigo. É maravilhoso divergir com alegria, mesmo que tensionado quase ao limite. E assim vamos virando meio corda de violinos, dotados de uma tensão que leva a afinação mas que também ficar ali na beira do abismo meio que espreitando a queda nesse flerte delicioso e perigoso que é o risco de sucumbir diante do que sente e reafirma como belo.
Sempre adorei ler as cosisas que você escreve e meio narciso “ofendido” ficava com uma certa inveja (não destrutiva claro) de como inspirado no que eu escrevia você fazia um texto muito melhor do que o meu.
Preserve sempre essa pureza da beleza da sua alma. Nunca deixe os rancores, os humilhado e ofendidos, que sempre acham que a melhor solidariredade é sofrimento conjunto, estragarem o que você pode dar de melhor a eles que é a beleza da sua alegria, do contentamento de existir, da ênfase do insistir, da vontade de transformar aquilo que causa dor. É muito bom existir ao lado de uma alma maior que a minha.
Vai um Van Gogh pra Ti! Abraço forte
Por Rejane Guedes
Oi Rejane
O comentário Tchau Querido pode ser livremente interpretado de acordo com a pureza ou maldade que existe no coração daquele que o ler, afinal como você mesma citou ” cada um dá de si o que pode e aquilo que tem para dar.
“Tchau Querida”
Raphael Henrique Travia
Mais uma que se junta ao coro do fofos e produtores da mais doce fofura, chego aqui meio atrasada. Não porque não tenha visto ainda o post de despedida, mas porque sinto demais e antecipadamente esta falta de um grande companheiro de trabalho por 8 anos. E esta reedita outras saídas de gente de primeira grandeza, da mais rara fofurice possível.
Acontece que esta estética de existência pela força da “brodagem”, da amizade e irmandade tem se tornado revolucionária num tempo marcado por ódio e hipocrisia. E a de Raphael, como bem lembra um dos príncipes dos fofos, o Miguel ( por quem tenho a maior admiração pois também estrela de primeira grandeza ética e estética ), também faz parte dessa rede desde seus primórdios e sempre militou como um “guerreiro de luz” por aqui. Raphael criava posts guerreiros.
Erasmo trouxe para a rede a sua verve de quem afia as lentes no humor. E o humor é mais um instrumento de resistência do kit básico que compõe a fofurice na RHS. Erasmo é acolhimento. Erasmo é amizade. Erasmo é companheiro até no cigarrinho bissexto para acompanhar as amigas. Erasmo é mistério. Religioso e gozozo. É uma figuraça que não podemos perder por aí. Portanto, como referiu outro fofo memorável, Erasmo será o eterno editor. Mas, Erasmo quer ser apenas honorário. Não disse que ele é fofo e tem humor?
Oi Iza
Agradeço por lembrar que algumas coisas sempre existiram na Rede desde os seus primórdios e que na sua esmagadora maioria meus posts foram “guerreiros”, porque parece que de uma hora para outra muitas pessoas se esquecem disso.
Valeu Querida!
Raphael Henrique Travia
“Não acabarão nunca com o amor”
Há pessoas que por onde passam vão inscrevendo suas marcas. Há pessoas que não passam porque, mesmo partindo, seguem compondo, sendo parte, desenhando-se nos nossos corpos. Uma vez encontrando-as, não somos os de antes; não somos só nós. Não somos sós. Talvez por isso não consiga imaginar a RHS sem Erasmo.
Erasmo e o primeiro post da RHS, Erasmo e sua arte de construir pontes entre homens e elefantes, seres humanos e lixos, indivíduo e multidão, Evas e Liliths, ciência e poesia, vida, arte e morte…Erasmo que acolhe, que aquece, que encontra palavras para expressar o que a gente sente e não sabe como escrever; que se faz chama de vela em UTI, que canta o SUS em Sol Maior, que em um só texto nos faz rir, chorar, sair do chão, aterrissar e voar.
Amigo querido,
Penso que nesse momento em que tão delicadamente nos avisa sobre a mudança para um “banco ao lado”, não há tanto a dizer. Há muito pra sentir.
Imersa na intensidade do que há pra sentir, ocorrem-me as lembranças de tantos que aqui foram por você acolhidos, dos que registraram os sentidos criados por meio da leitura dos seus escritos, dos inúmeros anônimos que entram e saem da rede levando algo de você.
Em qualquer que seja o lugar que decidir ficar, não será qualquer lugar quando você chegar. Vejo flores de todas as cores nesse “banco ao lado”. Vejo o amigo, companheiro generoso e solidário, memória viva das histórias da RHS, plantando e replantando respeito, admiração, confiança, gratidão. Amor.
Não. “Não acabarão nunca com o amor”.
Um abraço. Muito obrigada por todos os encontros.
Por CLAUDIA MATIAS
Erasmo querido, eu diria que nem adeus, nem até breve.
Vê-se que a escrita é teu ar e que, de algum modo, continuarás respirando a RHS, por outros poros talvez, mas respirando. Assim, com uma reverência a está linda capacidade de escrita, te deixo com o gigante Octavio Paz:
IRMANDADE
Sou homem: duro pouco
e é enorme a noite.
Mas olho para cima:
as estrelas escrevem.
Sem entender compreendo:
Também sou escritura
e neste mesmo instante
alguém me soletra.
Erasmo, neste instante, alguém te soletra.
um beijo, querido.
Por deboraligieri
Erasmo querido.
Trabalhar ao seu lado nessa rede foi e continuará sendo uma intensidade alegre de afetos, assim como esse seu post, que nos lembra da luta diária em defesa de um sistema de saúde que é também um sistema promotor de justiça social. Continuaremos caminhando assim lado a lado, percorrendo caminhos e desviando das pedras, firmes na construção de um Brasil melhor, sem perder a ternura. Certos de que a vida nos ensina que é o amor que nos move, e que esse amor se faz eterno quando compartilhado.
Obrigada pelos momentos divertidos em nossos debates, e por me trazer o riso à face para serenar o coração que às vezes se comprimia em lágrimas. Obrigada por ser meu amigo. Obrigada por ser parte deste grande círculo de amor que nos constitui como amigos e companheiros de luta nesta rede!
Deixo aqui um poema de Cecília Meireles para registrar meu carinho e admiração por você, para que nossa luta por justiça social, na rede e fora dela, mais do que lembrança viva, seja a própria vida resistindo em nossos corações.
Bjs,
Débora
Canção do Amor-Perfeito
beijar o outono.
Eu vi na mão dos adeuses
o anel de ouro.
Não quero dizer o dia.
Não posso dizer o dono.
Eu vi bandeiras abertas
sobre o mar largo
e ouvi cantar as sereias.
Longe, num barco,
deixei meus olhos alegres,
trouxe meu sorriso amargo.
Bem no regaço da lua,
já não padeço.
Ai, seja como quiseres,
Amor-Perfeito,
gostaria que ficasses,
mas, se fores, não te esqueço.
Por Marco Pires
Erasmo,
Finalmente encontro alguns instantes para deixar a posição de expectador desse post e seus intensos comentários.
E, venho apenas para lhe dar parabéns pelo carinho dedicado à função de editoria da RHS e boas vindas a condição de blogueiro.
Um grande abraço!
Por Luciane Régio
Lindo post, Erasmo!
Sem dúvida a rhs merece esse até breve e você, by the way, como sempre… faz isso de maneira generosa.
Também tenho muito orgulho de ter você como amigo, e depois desses anos de trabalho conjunto, admiro-te ainda mais.
Em breve eu poderei também me despedir desse lugar. Talvez, nas próximas semanas, vou pensar com carinho, gostei da ideia. Explicarei depois…
Você estará sempre presente. Um amigo. Um professor. Pai e esposo. Um grande mestre da tanato, aprendi muito e a morte me para… mas hoje ela mobiliza para a Vida, graças a essa convivência.
Muito obrigada, Erasmo Ruiz!!
Até as praias da amizade, da militância da saúde e vida com gosto de vida nas dependências da rhs 🙂 contenteee!!!!!
Vida de blogueir@s enfim. .. beijos
Lu