Horta Medicinal do Hotel da Loucura… E da rega das plantas, frutificaram sorrisos.
Entrando pelos portões do Instituto Municipal Nise da Silveira, no Engenho de Dentro, bairro da Zona Norte da Cidade do Rio de Janeiro, nos deparamos com cenas rotineiras. Usuários internos e externos, visitantes e funcionários andando pelas alamedas, entrando e saindo dos velhos prédios. “Arruma um isqueiro?”, “tem um Real?”, “Onde fica o Museu de Imagens do Inconsciente?”, “e o Hotel da Loucura?”. Martelos e furadeiras fazendo os ouvidos latejarem em obras que parecem intermináveis. E o sol insistindo em transpassar sua luz pelos galhos das velhas árvores, que conhecem toda a história daquele velho local. Muitas vezes observamos alguns clientes sentados nos desgastados bancos de madeira nos passando uma sensação de estarem à espera de algum estímulo que possa mudar o seu dia. E apenas um convite para regar as plantas pode ser a chama que faltava para iluminar um especial e novo dia. Por experiência, podemos até dizer que nos ilumina em dobro… E na simplicidade dos atos nasce o afeto catalisador. Não é difícil encontrá-lo. Difícil é nos despirmos das vaidades e “pseudonecessidades” do dia a dia e entendermos que um simples convite para regar plantas é capaz de fazer sorrisos brotarem de uma face marcada pela brutalidade do sistema ao qual pessoas foram e estão submetidas. É isto que buscamos alcançar com o nosso trabalho desenvolvido na Horta Medicinal Vera Dantas do Hotel da Loucura: afeto catalisador como ferramenta para um dia melhor, e que seja um após o outro…
Abraços!
Agentes Culturais de Saúde:
Alan Botelho, Aldecir F. Costa, Alex Oliveira, Vera Lembo
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Olá Aldecir,
Esta postagem nos enche de alegria pela delicadeza e acolhimento. E o que dizer deste modo de narrar a experiência com as pessoas? Tocante, contagiante e poético?
Você já teve a oportunidade de ver o filme sobre a Nise da Silveira? O nome do filme, “O Coração da Loucura”, tem tudo a ver com este teu post lírico.