A sociedade ao longo do tempo vem se organizando de maneira individualista, especialmente na área da saúde,o processo de trabalho é baseado no saber das profissões e das categorias especializadas, afetando diretamente a assistência, a continuidade do cuidado e a qualidade do serviço ofertado.
A Política Nacional de Humanização, vem com o desafio de propor a mudança dessa relação de trabalho, por meio de uma gestão centrada no trabalho em equipe, na construção coletiva (planeja quem executa) e em colegiados, análises, decisões e avaliações construídas coletivamente. Todos estes instrumentos são características de um novo modo de administrar – a Cogestão, que inclui o pensar e o fazer coletivo, para que não haja excesso por parte dos diferentes corporativismos. Tais medidas tem como objetivo, promover a autonomia dos diversos sujeitos envolvidos na produção, garantir tanto a participação dos trabalhadores da saúde quanto ao usuário. Maior democratização nos processos de decisões, resulta em melhora no serviço prestado, pois a equipe se sente mais valorizada e motivada a promover ações eficazes para a realidade.
Vale ressaltar, que a cogestão não é restrita a participação dos trabalhadores, o usuário e seus familiares têm papel fundamental. A participação social, não pode ser restrita às instancias formalizadas de controle social e deve ser incentivada diariamente nas unidades de atenção do SUS.
Estamos vivenciando um momento onde a democracia e todos os direitos fundamentais conquistados estão sendo atacados. De forma sorrateira, vem surgindo propostas e intervenções governamentais que descaracteriza todo o processo democrático construídos até aqui. Em todo tempo militamos por espaços democráticos em instâncias governamentais superiores, mas será que em nosso próprio cotidiano somos agentes democráticos?
Por Emilia Alves de Sousa
Na verdade, a participação social e democrática, mesmo sendo garantida na Lei 8.142/90 do SUS, e constituindo-se como uma das diretrizes da Política Nacional de Humanização, ainda é pouco valorizada no dia-a-dia dos serviços de saúde. E como operacionaliza-la no cotidiano dos processos de trabalho? Que ações devem ser implementadas para a garantia da participação dos sujeitos nos processos decisórios?
Compartilho aqui alguns posts que discutem a cogestão e a gestão colegiada nos espaços de saúde.
https://web.redehumanizasus.net/87054-gestao-colegiada-um-espaco-de-participacao-e-de-tensionamentos
https://redehumanizasus.net/85459-gestao-participativa-e-cogestao-o-que-e
AbraSUS!
Emília