Trabalho desenvolvido na UBS Vila Marchi é apresentado em evento realizado em Fortaleza
O município de São Bernardo do Campo foi premiado no XXXII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, com relato de experiência da Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Marchi, sobre a criação de um grupo para pessoas com dor crônica.
O congresso de 2016, realizado entre os dias 1º e 4 de junho no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, teve como tema “Municípios Brasileiros – Acreditamos, fazemos e temos propostas”. O encontro do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) reuniu mais de 4 mil gestores de todo o País, e teve como objetivo promover a troca de experiências e proposições em prol do Sistema Único de Saúde (SUS).
Essa foi a segunda vez que o projeto desenvolvido na UBS Vila Marchi recebeu reconhecimento, já que também obteve menção honrosa no XXX Congresso dos Secretários Municipais do Estado de São Paulo, etapa realizada em abril último, na Capital. Na ocasião, a Secretaria de Saúde de São Bernardo apresentou 24 dos 538 trabalhos inscritos na Mostra de Experiências Exitosas dos Municípios, exposição realizada durante o evento, que é promovido pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems).
Vinícius Santos Sanches, Adriane Campo Gaino, Renata da Silva Santana, Márcia Teixeira da Silva e Elisângela de Oliveira Nascimento, trabalhadores da UBS Vila Marchi, foram os autores do trabalho premiado. A unidade decidiu criar — após a constatação de grande número de usuários nas especialidades de ortopedia e reumatologia –, grupos de orientação para tirar dúvidas e ensinar exercícios para o alívio das dores crônicas. Os grupos tiveram início em outubro do ano passado, mas primeiramente os médicos de Saúde da Família analisaram cada caso em conjunto com o especialista em reumatologia da Policlínica Rudge Ramos. A partir daí, os usuários foram sendo convocados para uma reavaliação de seu quadro clínico e convidados a participar dos grupos de orientação.
Com o objetivo de adotar uma estratégia rotativa, novas turmas com no máximo 20 participantes, são formadas após ciclos de dez semanas. A cada nova semana é abordado um aspecto diferente na recuperação e promoção da saúde, e os pacientes executam alongamentos e exercícios para resistência e fortalecimento, além de abordagens multidisciplinares sobre a dor.
O trabalho desenvolvido na UBS Vila Marchi indica que, ao contrário do tratamento da dor aguda, os analgésicos não são tão eficazes contra a dor crônica. Isso porque a baixa eficácia do uso contínuo de remédios é uma consequência dos efeitos secundários indesejáveis e à baixa adesão ao tratamento farmacológico. Estudos comprovam que 47% dos pacientes com fibromialgia (síndrome de dor crônica difusa) não aderem à medicação prescrita, seja intencionalmente ou pela intensidade dos efeitos colaterais da medicação.
Segundo a gerente da UBS Elisângela Nascimento, o relaxamento com as atividades físicas e as orientações práticas para as atividades do dia a dia dos pacientes — além de minimizar o sofrimento causado pela dor –, acabam por reduzir a ansiedade, depressão, angústia e outras complicações geradas pela dor crônica.
