Violência Letal contra as Crianças e Adolescentes do Brasil – um assunto sempre na ordem do dia?

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Um dos alicerces de nossa moderna convivência civilizada, acordada entre diversos países em 1948, em um mundo que estava tentando superar os horrores da Segunda Guerra Mundial, é a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nela, se estabelece, em seu art. 3º, que “todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal”; em seu art. 5º, adiciona que “ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”.

Se esse princípio é válido para o conjunto da humanidade, poucos anos mais tarde, em 1959, foi promulgada a Declaração Universal dos Direitos da Criança, na qual se estabelece a necessidade “de proteção e cuidados especiais, inclusive proteção legal apropriada, antes e depois do nascimento”. Sob essa ótica, a “Assembleia Geral proclama esta Declaração dos Direitos da Criança, visando que a criança tenha uma infância feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e as liberdades aqui enunciados (…) a criança gozará proteção social e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidades e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade (….) a criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber proteção e socorro (e) gozará de proteção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração”.

Nessa mesma linha, a Constituição Federal estipula, em seu art. 227, que: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

 

A introdução do livro nos coloca em alerta para o exercício e busca de uma das verdades éticas mais fundamentais do contemporâneo: a proteção da vida das crianças e jovens. Até quando vão ser o alvo da barbárie de um modo de viver pautado pelas violências do biopoder?

 

https://flacso.org.br/files/2016/06/Viol%C3%AAncia_Letal_web.pdf