VIDA FABRICADA
Vida fabricada
Um dedo de prosa com Aguiar, Foucault, Deleuze, Negri e Agamben
Elaine Perez
O show começou!
Temos o “poder” de transformar a própria vida.
Espetáculo permanente que cria subjetividades.
Cultura moldando novos seres artificiais.
Na contemporaneidade, para além dos desvios e das aberrações
categorizadas em múltiplas doenças da anormalidade.
Fabricamos corpos, modos de viver, de ser, de sentir
Sofrimento passa a ser sinônimo de doença.
Os sofrimentos precisam do olhar, do encontro, de um dedo sensível de
prosa.
O “sujeito” que sofre não é um caso com sintomas.
É uma vida pulsante.
Desejosa de vida!
Para muito além da vida orgânica, o viver, o sentir, o existencial, a
potência da vida está ao alcance de soluções “magicas” das pílulas que
ativam, atiçam as substâncias químicas do cérebro.
Existência resumida na química cerebral…
Para além da cura de doença estamos buscando silhuetas
performáticas.
Hiper-humanos, livres dos medos, das rugas, dos quilos, das dobras, das
tristezas, das incertezas do dia a dia.
Mas constantemente autocontrolados pelas tendências, sintomas,
fissuras.
Pelo excesso.
Tapa-buraco artificial.
Para além de estátuas de areia, somos mar, oceano, dobras que
acariciam a areia .
Movimento que anuncia que as estátuas ruem.
Algo fica!!!!!
Algo pulsa!
Algo vive!!!!
!
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Muito belo, Elaine!