Na primeira quinzena de setembro, ocorreu a estreia, pela Universal Channel, da série brasileira Unidade Básica. Tal seriado estreou em momento oportuno, porque percebo que, infelizmente, uma parcela considerável dos cidadãos brasileiros desconhece o mecanismo de funcionamento de uma Unidade Básica de Saúde. Além disso, a referida série, por meio de histórias baseadas em fatos reais, evidencia não só o desenvolvimento da atenção primária à saúde, no Brasil, mas também os empecilhos enfrentados para que o nosso Sistema Único de Saúde continue a oferecer aos cidadãos o melhor atendimento possível.
Em uma UBS, o atendimento é regido pelos princípios propostos pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). Segundo tais preceitos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, a atenção primária à saúde (ou atenção básica) deve ser a porta de entrada do nosso sistema de saúde. Assim sendo, teoricamente, a UBS deveria ser o primeiro recurso a ser procurado pelo cidadão. Entretanto, a atenção primária, não raro, acaba não sendo a porta de entrada do SUS devido, principalmente, a dois fatores: a informação que não chega ao cidadão e a falta de um interesse mais efetivo do Estado em aperfeiçoar o nosso sistema público de saúde.
O trabalho exercido uma Unidade Básica de Saúde deve ser regido pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da humanização, da equidade e da participação social. Em função disso, médicos (as), enfermeiros (as), técnicos (as) em enfermagem e agentes comunitários de saúde, por exemplo, trabalham para proporcionar ao cidadão o melhor atendimento possível na Unidade Básica. Em razão disso, faz-se necessário que o cidadão valorize e busque a medicina preventiva da UBS.
Portanto, a atenção primária à saúde, ofertada pelas Unidades Básicas de Saúde, pode ser melhor utilizada pelos cidadãos. Para que isso ocorra, faz-se necessário que o cidadão entenda que não precisa procurar a UBS – mais próxima – apenas quando estiver debilitado. Isso porque a medicina praticada na UBS é, preponderantemente, preventiva. Caso o indivíduo não encontre, na atenção primária à saúde, os recursos dos quais necessita para determinado tratamento, tal cidadão será encaminhado ao profissional que melhor poderá ajudá-lo. Por fim, ressalto que, segundo o Ministério da Saúde, 80 % dos problemas de saúde, da população, podem ser tratados, na UBS, sem que haja a necessidade de um encaminhamento.
Link: https://andersonpires2016.blogspot.com.br/2016/09/unidade-basica-de-saude-ubs.html
*Inspirado no texto escrito pela usuária do SUS Débora Aligieri e pela trabalhadora do SUS Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Link: https://redehumanizasus.net/95278-unidade-basica-mostra-o-sus-que-nao-se-ve-na-tv#sthash.9ukYBaNi.dpuf
Por Emilia Alves de Sousa
Olá Anderson,
Muito boa a sua análise sobre a Atenção Básica, como ela é vista por uma grande parcela dos usuários. Como trabalhadora da saúde tenho essa percepção também. Grande parte das pessoas ainda não vê a AB como uma ação preventiva. Acredito que, mais pelo desconhecimento, e/ou, pela dificuldade de acesso, do que pelo simples comodismo. As pessoas, via de regra, só procuram o médico quando a doença já está em processo, É importante desenvolver a cultura da prevenção médica para evitar que os 80% dos problemas de saúde, que podem ser evitados, cheguem à Atenção Especializada. Além de garantir a qualidade de vida das pessoas, a conta sai bem mais barata para o governo, “prevenir do que tratar”
Acessei o seu blogue, e achei o máximo a mensagem pinçada da Série e destaco aqui:
“A gente acha que tem que aprender tudo sobre as doenças, mas esquece de aprender um pouco mais sobre as pessoas…”
(Unidade Básica – Universal Channel)
Essa é a grande aposta da humanização do SUS, fortalecer a cultura de uma atenção com um olhar que vai muito além dadoença. Construir processos de saúde centrados na pessoa, numa abordagem holística, vendo o sujeito como um todo, valorizando a escuta, entendendo que cada pessoa é única, e assim deve ser atendida, com respeito e protagonismo.
Parabéns pelo blog e obrigada pela postagem aqui na Rede!
AbraSUS!
Emília