COMENTÁRIO ACERCA DO VÍDEO “Conferência de Beth Barros: A valorização do trabalho e do trabalhador da saúde: como encarar esse desafio?”

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Meu nome é Mariana e sou psicóloga residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto e do Idoso da Universidade Federal de Alagoas. Assisti recentemente o vídeo “a valorização do trabalho e do trabalhador da saúde: como encarar esse desafio?” e gostaria de expor algumas compreensões e até discutir se de fato foi isso que ela trouxe em sua conferência.

Beth Barros problematiza o que queremos dizer quando falamos em valorização do trabalho e do trabalhador/trabalhadora. Ela traz conceitos complexos e de fato, não sei se alcancei seu posicionamento, mas me fez pensar na precarização do trabalho, quando a produção do trabalho provoca sofrimento patogênico, quando o trabalhador está inserido numa lógica funcionalista e limitado apenas ao exercício mecânico de determinada função e a relações de poder caracterizadas pelo domínio do outro. Em detrimento a isso, ela aponta o conceito também de trabalhador ético, aquele que problematiza o mundo de normas que modulam a vida em um padrão, que (re)inventam novos modos de sentir, de existir e de selecionar aquilo que favorece e o que não favorece a vida e sua potência criadora, capaz de disparar novas formas de cuidado, atenção e gestão do trabalho.

Nesse sentido, ela aponta que valorizar trabalho está atrelado a indissociabilidade entre atenção e gestão dos processos de trabalho e a PNH surge como uma forma de fazer emergir esse trabalhador ético e fazer acontecer esses princípios nas rotinas dos serviços, através das diretrizes de clínica ampliada e cogestão. Nesse contexto, fazer gestão não se restringe a ser diretor, ela envolve as relações entre sujeitos, trabalho e poderes; significa aumentar a democracia nos espaços de trabalho, problematizando a própria atividade de gestão e a gestão em atividade. Fazer emergir esse trabalhador ético significa lidar com o desafio da corresponsabilidade, da autonomia do trabalhador e consequentemente o seu grau de dependência com o outro e do desafio do compartilhamento de saberes para produção de uma força coletiva. Beth conclui que não é possível fecharmos uma resposta como valorizarmos o trabalho/trabalhador, considerando o sujeito como ativo e seu caráter inventivo, capaz de intervir em sua própria história.

Segue abaixo o link para o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=Cg94DAz3CMY