Sociedade Líquida e circuitos neurofisiológicos do prazer

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Sociedade Líquida e circuitos neurofisiológicos do prazer

 
Estamos diante de uma nova geração aonde valores digitais se sobressaem aos valores reais, trocamos o diálogo real pelo encontro virtual, criamos a falsa impressão que aos nos desnudarmos virtualmente não nos expomos de forma real e promovemos a banalização corporal. Esta exposição virtual nos traz fama momentânea e quanto mais nos expormos mais seremos curtidos e cutucados; tornamo-nos produtos da mídia digital. 
Parafraseando “A Modernidade Líquida” (BAUMAN,2001), vivemos de forma atemporal aonde relações se constroem e se desconstroem em questão de minutos, aonde somos produtos iminentes do desejo virtual, de um corpo irreal que se molda e se forma segundo as necessidades extrínsecas do nosso desejo de aceitação social.
Em uma geração caçadoras de pokemons digitais temos a predominância de uma sociedade líquida dopaminérgica em detrimento a uma sociedade serotoninérgica sólida. 
Neurofisiologicamente provocamos a estimulação de circuitos que promovem a liberação do neurotransmissor,  que é um sinal químico liberado na fenda sináptica pela membrana pré-sináptica e promove uma ação excitatória ou inibitória na membrana pós-sináptica, dependente de forma diretamente proporcional ao sinal químico liberado.
Na sociedade líquida dopaminérgica através do circuito dopaminérgico entre área tegmentar ventral e núcleo accumbens existe uma liberação dopaminérgica no giro pré central que age por mecanismo de recompensa,  gerando um circuito excitatório, porém transitório, seja a cada Pokemon caçado, promove uma alienação do mundo real,uma compensação transitória e efêmera, semelhante ao estase transitório causado por drogas alucinógenas como a cocaína, causando assim um vício virtual. Associadamente a liberação de  norepinefrina (noradrenalina) no locus coeruleus do Bulbo provendo ações simpáticas do sistema nervoso autônomo como taquicardia, dilatação dos brônquios e pupilas para  execução da ação de caça virtual,  e  a liberação serotoninérgica do núcleos da rafe para manutenção de uma vigília virtual promovendo um stress fisiológico á médio e longo prazo principalmente na concentração e atenção as atividades reais da vida diária, como apresentado nos circuitos neurofisiológicos abaixo:
Não se tem a ilusão de que o mundo virtual é uma necessidade real da evolução da espécie, mas por ser uma experiencia recente, teremos que nos programar e aos nossos filhos a este novo mundo digital; devemos estimular relações reais como desligar o celular na hora das refeições, limitar 1 hora de mundo virtual intercalando 1 hora de jogos reais como amarelinha, pique esconde e bola de gude, promovendo assim, o estreitamento de laços  indissolúveis de amizades reais, desenvolvendo nos pais a necessidade de disciplina, tônus moral e família em promoção ao prazer dopaminérgico, sustentado pela manutenção da qualidade deste prazer por meio de circuitos  neurofisiológicos serotoninérgicos  em prol do equilíbrio interno neurofisiológico.