Uma reflexão (questionamento) sobre a abertura para a participação social na saúde
Como dito anteriormente, aqui estou para a minha postagem semanal, o que ainda está valendo já que sábado é o último dia da semana..rs
E inicio a reflexão de hoje com uma pergunta. Como a sociedade civil está sendo inserida na constituição da agenda na saúde? Não penso simplesmente na importância da participação social, que é de fato bastante importante, mas efetivamente, tem havido participação e qual a qualidade dessa participação?
Um pequeno caso numa fila do “postinho” de saúde seria uma pessoa virar para você e falar “Nossa, o médico passou um tanto de exames que mal consegui fazer”. Perguntei o porquê. “Porque é caro, tem que fazer particular”. E quando você não pode fazer particular? ¨Faz o que dá, ou não faz”.
No primeiro momento nós já podemos criticar o problema no acesso e a partir daí a gestão e inúmeras dimensões do sistema de saúde. Mas como os usuários entendem a importância da sua participação no aperfeçoamento do sistema? E não digo em tom de crítica aos usuários, já que eles não se sentem, muitas vezes, convidados para isso, afinal, a saúde é uma área muito restritivo quanto à opinião de quem não é “entendido no assunto”, porque possui seus termos técnicos, seus códigos, sua lógica, suas políticas, até a receita é escrita de forma que mais parece outra língua. Mas por que os usuários acham que devem apensas aceitar o que está posto do jeito que está? Porque eles não sabem que essa é uma decisão que também lhes diz respeito, como outras são?
Talvez uma pergunta melhor seja: qual a abertura que o sistema de saúde dá para que os usuários participem dos espaços e processos de decisão em relação a quastões que interferem em sua própria saúde? E como podemos pensar o sistema de saúde como um espaço comum, espaço de todos, que haja pertencimento?
Sei que isso faz parte de um processo politico e social bastante complexo, que extrapola, inclusive, o setor saúde. Mas o sistema, os gestores, os profissionais, etc., mesmo tendo as suas dificuldades nessa e em outras questões, também possuem sua cota de responsabilidade e nos atermos à esta responsabilidade faz parte de uma dimensão ética e política do direito à saúde.
Afinal, em momentos políticos tão incertos, a sociedade é, provavelmente, a melhor aliada que o SUS pode ter.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Olá Pedro,
Boa inauguração do debate com o tema da participação social. Escolha ético-estético-política certeira e provocadora em tempos de grande necessidade de mobilização das potências em torno da cidadania.
Pedimos que você coloque uma imagem no post para que possamos dar maior visibilidade ao material na fan page da RHS e no próprio carrossel da rede.
AbraSUS!