Releitura – A psiquiatrização da vida: Arranjos da loucura, Hoje

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No artigo- A Psiquiatrização da Vida: arranjos da loucura, hoje – as autoras Tania Mara Galli da Fonseca e Regina Longaray Jaeger abordam através de um passeio pela história da psiquiatria, como está sendo tratada atualmente os novos conceitos de loucura, ou transtornos mentais, e trazem uma leitura sobre Política de Humanização da Atenção e da Gestão (PNH) em seus campos de atuação. Abordando principalmente a proposta de atendimentos Humanizados nos sistemas públicos (SUS) e assim cria-se a discussão todo o histórico da Reforma psiquiátrica até o entendimento atual da loucura. Ato de decisão, que liga e separa razão e loucura, o que faz oposição entre o sentido e o insensato. A partir da promulgação da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental, o Brasil entrou para o grupo de países com uma legislação moderna e coerente com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde.  A protagonização dos usuários e dos trabalhadores compromissados na afirmação de um novo jeito de fazer saúde.

O texto traz a subjetivação do sujeito enquanto doentes mentais que eram submetidos a viver dependentes de instituições de cuidados, que em muitas vezes não havia classificação das causas de doenças como hoje em dia existe. Atualmente temos menos registros de acidente de trabalho e mais registros de transtornos mentais, logo com as novas classificações diagnosticas, as ampliações de saberes, e dos poderes na atenção à saúde terão maior acesso na melhoria na vida dessas pessoas, logo com esta premissa o poder psiquiátrico que parecia ter o domínio próprio, onde decretava que era louco ou não, perde esse poder.

A criança também passa a ser avaliada como um sujeito, pois entende-se que a criança que não tem um desenvolvimento infantil normatizado, se tornará um adulto com algum tipo de bloqueio. E desordens neurológicas, desordens econômicas, desordens sociais na vida produz sofrimentos, e nesse ponto encontra-se a psiquiatria, a psicologia, o serviço social para nos ajudar nesta gestão de equilíbrio.

O texto chama para a seguinte questão: Qual é a experiência da loucura na atualidade? E de que matéria e acontecimentos são constituídos? O mundo moderno nos exige muito, onde existiam 05 para realizar determinada tarefa, hoje existe 01, o que por muitas vezes nos tornou um pouco máquinas, fomos submetidos a sofrimentos silenciosos, de enlouquecimentos silenciosos, onde em nosso externo muitas vezes é diagnosticado como síndrome do pânico ou depressão, etc…

Saliento que além de conhecimentos acadêmicos, jurídicos, não podemos lidar coma diferença mental como algo comum. E necessário a união dos poderes para o auxílio nos diagnósticos das incapacidades biológicas, pois todos os cidadãos precisam de algum tipo de cuidado com sua saúde mental, criando políticas do “bem viver” do acolhimento e principalmente do respeito a diferença.

 

Texto realizado para disciplina de Introdução a Psicologia da Saúde , ministrada pelo Profº. Msc. Douglas Casaroto, no curso de Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria – FISMA