TDAH na vida adulta

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          O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), em adultos, caracteriza-se por dificuldades constantes e persistentes na manutenção da atenção e hiperatividade contínua. Tal comportamento, não raro, traz consigo o comprometimento da vida social, acadêmica e profissional do portador desse transtorno. Ainda que o TDAH sofra remissão em alguns casos, segundo a American Psychiatric Association (APA), na maioria das circunstâncias, os sintomas do TDAH persistem na vida adulta. Em 1987, o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-III) passou a reconhecer a forma adulta do TDAH.

          Indivíduos adultos, portadores do TDAH, costumam apresentar comportamento inquieto e ter dificuldades atentivas. Em razão disso, após o diagnóstico do referido transtorno, pelo profissional competente para tal, faz-se necessário que – com o auxílio de um terapeuta – o paciente passe a observar o próprio comportamento.  Isso porque, a partir do exercício, denominado automanejo, o paciente se torna mais apto a perceber os porquês das circunstâncias que o rodeiam. Segundo o pesquisador Michael L. Gordon, o treinamento para a identificação dos comportamentos inadequados é o primeiro passo para o desenvolvimento de estratégias de autocontrole.

          Frequentemente, o portador do TDAH tem dificuldade para se integrar nos meios sociais aos quais frequenta. Não raro, queixa-se de incompreensão por parte dos outros. Segundo pesquisas do Dr. Larry S. Goldman, o portador do TDAH sofre duplamente. Isso porque sofre por não compreender a si e por não ser compreendido pelo entorno. O referido pesquisador ainda cita o sistema educacional tradicional como um dos culpados pela incompreensão externa que tortura o paciente com TDAH. Faz tal afirmação porque acredita que, frequentemente, o nosso sistema educacional seja punitivo com os portadores do TDAH. Tal sistema desconsidera as dificuldades do paciente e passa a exigir o cumprimento de regras ordenadas, a exigir a atenção por horas seguidas e a avaliá-lo com provas monótonas.

          O TDAH, portanto, se não tratado, pode impactar, negativamente, não só a vida dos portadores dessa disfunção, como também a vida das pessoas que convivem com os portadores desse transtorno. Em razão disso, ao não se sentir confortável consigo mesmo e/ou com as circunstâncias ao redor, faz-se necessário que o indivíduo procure um auxílio médico ou psicológico. Caso possua TDAH – com diagnóstico precoce, acompanhamento médico e tratamento – o paciente certamente obterá melhor qualidade de vida. Se não for portador do TDAH, ao procurar auxílio médico ou psicológico, poderá consigo mesmo – e com o auxílio do terapeuta – descobrir o que pode estar lhe tirando a alegria de viver.

 

(Imagem retirada da internet)