OFICINA: A MORTE E O MORRER NO COTIDIANO HOSPITALAR
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Esta oficina foi um grande desafio, posto que a temática, ao mesmo tempo em que atrai por ser uma necessidade, assusta um pouco, por ser uma realidade difícil de aceitar. No início, surgiram algumas dificuldades quanto à presença de público, pois as pessoas não apareciam. Foi preciso uma intervenção da Câmara Técnica de Humanização, indo nos setores para lembrar a oficina, o resultado foi fantástico, se fizeram presentes quase 50 pessoas, entre médicos, enfermeiras, assistentes sociais, estudantes, residentes e técnicos. Dra. Annatália Gomes (consultora do Ministério da Saúde) inicia com uma dinâmica de apresentação. Em seguida, o Dr. Erasmo Ruiz (consultor do Ministério da Saúde) inicia sua participação discorrendo sobre a dificuldade que temos em lhe dar com a morte, falar dela. Fala também da necessidade de acolhermos, para receber bem. Ele chama atenção ainda sobre o paradoxo de estarmos numa maternidade falando de morte, enfatiza no entanto que somos seres pra morte, vulneráveis. Lidar com a vulnerabilidade do outro, nos vulnerabiliza. Ressalta que somos frutos do nosso cotidiano, na vida, a morte é velada, protegida, não é levada a discussão. Temos que aprender a morrer. Quando pensamos que não somos eternos, na nossa finitude, damos mais valor à vida. Lidar com a morte do outro, de certa forma é cuidar um pouco de si nos levando a uma profunda reflexão acerca do tema em comento. Dr. Erasmo prossegue com questionamentos e solicita um diálogo em dupla sobre a primeira experiência com a morte. Após este diálogo, a experiência foi colocada na grande roda pra quem sentisse vontade de falar. Nestas experiências cada um trouxe um pouco suas vivências e suas influências nas suas condutas de trabalho. No fechamento da oficina algumas sugestões foram apontadas: rever os processos de trabalho, utilizar o protocolo, organizar um espaço para acolher a família e a pessoa falecida, bem como outra oficina de continuidade desta, onde trataremos da comunicação da morte (como abordar e a quem cabe este papel).
Esta mesma oficina foi também trabalhada na parte da noite, focando um pouco mais os médicos. Teve uma participação expressiva dos médicos e de outros funcionários da maternidade, entre eles professoras, estudantes e enfermeiras. Dr. Passos faz abertura do evento falando da necessidade desta temática nos espaços hospitalares. Depois Dra. Annatália faz a apresentação de todos com seus setores de trabalho. Erasmo inicia a explanação falando que o ocidente se afasta muito desta temática e que somos seres vulneráveis. Questiona como lidar com a morte no cotidiano da maternidade? Morte não é doença, é conseqüência do viver. Após a explanação, é aberto um breve debate sobre a temática, aonde os médicos demonstraram a importância deste momento para suas práticas profissionais assim como na vida também;