Educação Permanente e Grupalidade: a Experiência do NEPER

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 A partir da provocação colocada por Patricia Silva (redehumanizasus.net/node/9976) me coloquei a refletir sobre os grupos que tenho participado pois em nossa prática cotidiana no SUS estabelecemos vínculos de diversas maneiras e em diversos espaços coletivos. Especialmente quando ela coloca a situação de grupos formados que não colocam seus processos em avaliação, priorizei em minha reflexão, o grupo NEPER (Núcleo de Educação Permanente Regional) aqui da região de Assis/SP, do qual sou membro e atual coordenadora.

O processo de constituição deste grupo se deu por uma demanda da Secretaria do Estado de Saúde com o objetivo de organizar as regiões para implantarem ações da Política Nacional de Educação Permanente e acessarem recursos para estas ações. Assim os representantes dos Municípios foram convidados a integrarem este grupo e desde então realizamos encontros que inicialmente abriram espaços de escuta das demandas dos serviços de saúde, através de oficinas e atividades de dispersão.

Pois bem, minha reflexão a partir da referida provocação diz respeito a forma como este grupo ao longo de poucos meses afastou-se das propostas iniciais de utilização deste espaço coletivo com dispositivos que favorecessem a formação em serviço e o empoderamento dos municípios num processo de escolhas de caminhos de acordo com a realidade local.

Em momentos onde foi necessária a articulação entre os técnicos que se aproximaram da proposta da Educação Permanente e os Gestores, o grupo perdeu sua potência, por não se utilizar dos referências a que foi criado.

O modo de funcionamento específico dos encontros foi organizado por uma determinação de pautas onde o grupo deveria discutir e decidir situações a partir de demandas externas, sem que houvesse espaço para refletir sobre as ações de seus membros em seus próprios municípios, como se davam as situações de dispersão, ou seja,como discutiam em seus municípios as questões e propostas que eram ali colocadas. Pautamos-nos por tecnologias duras para a gestão de um grupo pretensamente constituído para a ampliação de espaços de co-gestão.

Esta discussão começa a fazer parte de nossos encontros, não sendo uma reflexão individual mas compartilhada por alguns membros e começam então a surgir propostas para não sermos capturados justamente por um modo de estar no grupo que gostaríamos de questionar, como por exemplo uma coordenação compartilhada que colocaria todos os membros em experiência de gestão; criação de espaços nos encontros para discutirmos as metodologias ativas e também os dispositivos da PNH – para o que contamos com a presença do Apoiados Pedro Ivo em nosso Grupo.

Buscamos mais do que instituir um núcleo ou espaço oficial. Buscamos criar espaços onde forças instituíntes presentes em ações isoladas do cotidiano tenham um espaço coletivo para ampliar-se e fortalecer ações que possam antes de tudo manter nossa luta por uma saúde PÚBLICA de qualidade com o constante fortalecimento do SUS.

Certamente não findam aqui as reflexões e espero o apoio desta rede para a construção de alternativas coletivas,

Abçs a todos

Andreia Sanches Garcia

 Assis/SP