Fazer um SUS Universal, Integral e Equânime é o grande objetivo do Instituto da Mulher Dona Lindú em Manaus AM. “Seu lema é acolher e cuidar da mulher na Amazônia. Seus valores são fazer a vida acontecer com respeito, doação, acolhimento e muito amor.”
O foco deste documentário é o atendimento humanizado no pré-natal através do projeto sobre o parto. “Todos os funcionários do Instituto da Mulher foram treinados para acolher a mulher e proporcionar a ela e seus familiares o nosso melhor.” diz Maria Gracimar Oliveira Fecury da Gama, enfermeira obstetra que inscreveu o vídeo no Prêmio HumanizaSUS relatando seus 3 anos de experiência com o atendimento humanizado às mulheres gestantes.
Aspectos das boas práticas do parto e nascimento como visita à maternidade no pré-natal, reunião diária com as grávidas que visitam a unidade, e acompanhamento de equipe multiprofissional, promovendo à vinculação da gestante a instituição que lhe acolherá neste momento importante, são aplicados no processo de atenção deste serviço de saúde. Outro aspecto valorizado é a garantia do direito ao acompanhante:
“Aqui o acompanhante é respeitado desde a chegada até a unidade até o parto”, ressalta a enfermeira Maria Gracimar.
A Classificação de Risco aplicada no momento em que a gestante chega para o parto é uma ferramenta que possibilita acolhimento aliado a apoio técnico para favorecer um parto adequado. A oferta do parto natural com o apoio de doulas e enfermeiras obstetras são prerrogativas éticas do Instituto.
Dado à localização geográfica e as características culturais da região, o retrato do parto na cultura indígena não poderia ficar de fora deste documentário.
“Mãe ensina primeiro filho, depois não ensina mais, dai a gente faz sozinho” diz Dona Isabel ao contar um pouco de seus aprendizados sobre parto na aldeia.
No vídeo original de inscrição no Prêmio Humanizasus, o mote “acolhe e cuida” é o fio condutor das diversas diretrizes do parto humanizado aplicadas no Dona Lindú.
O documentário tem a direção de Diogo Martins e Rafael Frazão.
Diogo Martins:
Filmou o longa-metragem Através (2015), o média O outro lado da notícia (2009) e o curta Entre Vielas (2008). Atualmente está filmando uma ficção com refugiados haitianos em São Paulo.É sócio da produtora Estrangeira Filmes em São Paulo
https://vimeo.com/estrangeirafilmes
Rafael Frazão :
É artista visual e videomaker, graduado em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos. Tem experiência na realização de diversos projetos audiovisuais em diferentes linguagens como cinema, ficção e documentários de longa e curta duração, webséries, broadcasting, projetos de arte e tecnologia, fotografia e outras linguagens audiovisuais. Com sua produtora Filmes para Bailar produz conteúdo desde 2009, principalmente nos campos de intersecção entre arte, tecnologia e direitos humanos. Co-criou o coletivo de empresas e ativistas Casa da Cultura Digital, o festival de intervenções urbanas e direitos à cidade Baixo Centro e uma série de ações relacionadas a apropriação crítica das tecnologias e a cultura livre. Atualmente, além da continuidade dos trabalhos com a produtora, estuda abordagens da neurociência na performance cênica com a obra Objeto Descontínuo, desenvolve o longa-metragem de ficção cosmopolítica São Pã, articula a rede Tecnoxamanismo e compõe o coletivo Ruínas.
Conheça mais de perto este SUS vivido e possível no Norte do país.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Muito lindo e emocionante. E a humanização do parto é algo tão simples e valioso.
Fica difícil entender como se chegou a tratá-lo como algo que demandasse a parafernália hospitalar desrespeitosa dos procedimentos invasivos do curso de seu processo.