Intersetorialidade, Criação de Ambientes Saudáveis e mobilização Comunitária são estimuladas pelos Estudantes do Curso Médico para o combate ao Aedes aegypti, nos territórios de 7 ESFs, em dois municípios do Interior Paulista
Existe uma parceria entre a UNOESTE e as Secretarias de Saúde dos Municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado. No primeiro semestre do ano de 2018, estudantes do Curso Médico, orientados por Facilitadores da UNOESTE, elaboraram planos de ação com foco na Intersetorialidade, na Promoção à Saúde e no “empowerment comunitário”, de acordo com o Eixo da Educação em Saúde, sugerido pelas Diretrizes Curriculares Nacionais propostas pelo MEC em 2014, afim de criar ambientes saudáveis para a comunidade adscrita às ESFs.
O Plano de Ação emergiu da Metodologia Ativa da Problematização utilizada na Faculdade de Medicina da UNOESTE. Escolares da Rede Pública de Ensino participaram de Rodas de Conversa relacionadas à Dengue, chikungunya e zika. Os acadêmicos explicaram aos escolares que as doenças citadas são transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti. Os Facilitadores também alertaram os participantes que, embora zika, chikungunya e dengue apresentem sinais clinicamente parecidos, como febre, dores de cabeça, dores nas articulações, enjoo e exantema (rash cutâneo ou machas vermelhas pelo corpo), há alguns sintomas marcantes que as diferem. A partir de perguntas trazidas pelos escolares, os Acadêmicos do Curso médico esclareceram aos ouvintes que a principal manifestação clínica de chikungunya, por exemplo, são as fortes dores nas articulações, a artralgia. Que essa artralgia pode se manifestar em todas as articulações, mas, em especial, nas dos pés e das mãos, como dedos, tornozelos e pulsos. Explicaram também que na chikungunya, essas dores são decorrentes de um processo inflamatório nas articulações e podem ser acompanhadas de edemas e rigidez.
Escolares solicitaram que os Acadêmicos diferenciassem os sintomas diferenciais nas três afecções. Os futuros profissionais disseram que também é possível haver esse tipo de dores na dengue e no zika, mas a diferença está, segundo especialistas, na intensidade da dor. Enquanto o paciente com dengue ou zika pode apresentar dores de leves a moderadas, o paciente infectado com chikungunya apresenta dores de nível elevado, tendo como consequência a redução da produtividade e da qualidade de vida. Acadêmicos explicaram que na fase subaguda ou crônica da doença, as dores podem persistir por meses ou até mesmo anos, particularmente em pacientes mais velhos.
Com relação à febre, os futuros médicos explicaram que a dengue e chikungunya são marcadas pela febre alta, geralmente acima de 39°C e de início imediato. Já os pacientes de zika apresentam febre baixa ou, muitas vezes, nem apresentam febre. Os sintomas relacionados ao vírus zika costumam se manifestar de maneira branda e o paciente pode, inclusive, estar infectado e não apresentar qualquer sintoma. Mas uma manifestação clínica que pode aparecer logo nas primeiras 24 horas e é considerada uma marca da doença é o rash cutâneo e o prurido, ou seja, manchas vermelhas na pele que provocam intensa coceira. Esclareceram que há, inclusive, relatos de pacientes que têm dificuldade para dormir por conta da intensidade dessas coceiras.
Outro sintoma citado pelos Estudantes do Curso Médico, que pode servir nos diagnósticos clínicos dessas doenças é a vermelhidão nos olhos. Enquanto a dengue provoca dores nos olhos, o paciente infectado com zika ou chikungunya pode apresentar olhos vermelhos, com uma conjuntivite sem secreção. Finalizaram explicando que, dentre as três doenças, a dengue tem sido considerada a mais perigosa pelo número de mortes. Mortes relacionadas à chikungunya são muito raras e ocorrem por complicações em pacientes com doenças pré-existentes. Explicaram que, embora ainda não se tenha relato de morte relacionada à infecção por zika, esse vírus é o único dentre os três que tem sido associado a complicações neurológicas, conforme relatado durante epidemias simultâneas de zika e dengue na Polinésia Francesa.
Os participantes, escolares, Acadêmicos, Facilitadores e Professores da Rede Pública de Ensino, consideraram como positiva sua participação na Roda de Conversa no Programa Saúde na Escola.