Está acontecendo de 08 a 10 de setembro o III Encontro de Editores da Rede HumanizaSUS- RHS na Escola do Futuro da USP. Acolhidos por Ricardo Teixeira, Dani Matielo e Felipe Andueza, antigos e novos editores da RHS encontram-se na composição de afetos e trabalhos que seguem na perspectiva do cuidado para com os caminhos da Rede HumanizaSUS, suas novas ferramentas, novos rumos e desafios.
Em meio a estes trabalhos, compartilhamos aqui uma síntese da apresentação trazida pelo Dalton Martins (administrador da RHS, integrante do Web Lab – Escola do Futuro- USP) sobre a estrutura e dinâmica da Rede em seus dois anos e meio de historia, ou seja de fevereiro de 2008 a junho de 2010.
Em síntese, o que nos encantou na apresentação do Dalton foi perceber no tempo, a evolução da existência da Rede.
A partir de conceitos da webAnalítica e da sociometria podemos compreender por exemplo que "a RHS caminha como um grupo único e coeso", o que se expressa na figura abaixo, ou seja, "não forma sub-grupos. Porém tem uma centralidade" ( parte mais escura da figura 1), indicando-nos que há um núcleo central da rede que mantém e promove as conexões.
( Figura 1)
Neste encontro, acontece ainda a capacitação de novos Editores para a RHS, a partir da experiência compartilhada pelos Editores presentes desde a sua criação.
Estão acontecendo também discussões sobre novas formas de cuidado, no sentido do futuro e expansão da Rede HumanizaSUS. Falamos assim de "editores cuidadores" no dizer de Ricardo Rodrigues Teixeira. Estamos a caminho… Aguardem novidades !
10 Comentários
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Por Ricardo Teixeira
Gosto demais dessa combinação, Iza.
Muito boa a pertença a um projeto e a um coletivo com essas características, não é mesmo?
Também estou muito feliz com o que estamos construindo juntos.
E o seu modo de aquecer essa Rede é coisa mesmo muito séria…
Bjs,
Ricardo
Por Ana Rita Trajano
Querid@s editores!!! Fiquei com uma dúvida: centralidade da Rede, como é isto? Rede tem centro? Se pensamos nos rizomas falamos de rede sem centro… vocês poderiam falar mais sobre isto?? Parabéns pelo trabalho de fortalecimento de nosso movimento em rede. E o que é uma rede? Esses dias escutei “nossa” Liane Righi dizer que rede é fluxo e fixo, e muito mais. Poderíamos aprofundar este debate por aqui? Beijos, Ana Rita
Por Shirley Monteiro
Oi Ana Rita !!! Então, para responder a tua pergunta de forma mais clara que eu possa, fui buscar meu caderninho de anotações do Encontro. O teu comentário é mesmo um saudável exercício, para trazermos a vida do encontro para cá !
Quando o Dalton nos apresentou seus dados, explicou que na sociometria de uma rede, podemos analisar sua estrutura, o que lhe acontece internamente através do tempo. Centralidade aqui não diz respeito a centralização, de forma alguma, pois na figura ( um grafo) o que vejo mesmo é uma mandala, e ela tem camadas, as linhas externas e medias de conexão são parte da rede e das trocas que nela se fazem !! com a mesma liberdade e abertura de conexões entre o centro e a expansão. Então a centralidade aqui no meio apenas representa as pessoas que postam mais e comentam mais, e além de postarem e comentarem em outros posts, também recebem mais respostas e trocas; é o que estamos fazendo agora ! Citando:
centralidade= nº de conexões diretas que um nó ( pessoa) tem.
Alí no meio , no centro, estão as dezenas de pessoas da rede que mantém as mais intensas conexões.A CENTRALIDADE é aqui expressão do desejo e movimento singular de cada um, no meu entendimento, ou seja, "betweenness" como explicou Dalton é a centralidade por interposição: habilidade de se conectar e entrar na centralidade, por usuários que se conectam nos centros mais comentados. Aqueles que procuram o agito, o estar junto por aqui !!
Este núcleo central mantém as conexões através também daqueles que fazem a ponte (metáforas minhas), pessoas que estão alí no centro ou perto dele, fazem parte do núcleo mas também ligam-se por conexões aos novos usuários que vão chegando pela circunferência externa, à princípio e a depender da intensidade de posts e de trocas ( fazer um comentário em um post de novo integrante, é bem importante portanto, para manter e expandir o rizoma em seus movimentos e fluxos !!! além do acolhimento e das boas vindas, ainda mais importantes !! ). Ser ponte e centro ao mesmo tempo é exatamente isso, dar à rede fixo e fluxo, eu acho !!! Movimentos que o coletivo teceu ao longo deste tempo, todos nós, aqui mesmo nós, movidos pelo afeto e por nossos sentidos filosóficos e cotidianos. Não é legal ?? é mesmo emocionante este foco de vida virtual, pleno e potente.
Deu para entender ? Se não buscamos ajuda !!!!
Beijos !
Shirley
Por Ricardo Teixeira
Impressionante sua resposta, Shirley!
Você caminha rapidamente para se tornar uma webanalista… 🙂
Ana Rita,
Você tem razão, citando a Liane, em lembrar que uma rede não tem centro. Mas acho que a Shirley explicou bem de que tipo de "centralidade" estamos falando…
Eu entendo que esta tendência observada nas análises em formarmos uma comunidade com um "núcleo" relativamente expressivo e coeso é propiciada por dois fatores principais: o fato de sermos uma rede constituída por um foco temático bem definido (por mais amplo e multifacetado que seja este tema) e as notáveis características conversacionais e os fortes laços afetivos desta comunidade (ou seja, os cerca de 5 a 10% dos usuários que agitam essa rede – percentual observado em quase todas as redes sociais – tendem a fazer "todo mundo conversar com todo mundo"). Esses 5 a 10% acabam promovendo essa "centralidade por interposição" que se expressa nesta grande "mancha" central que vemos neste grafo da RHS que a Shirley postou.
Em suma, não tendemos a formar muitos grupinhos de conversa em separado… Quem participa mais ativa e regularmente desta Rede já notou isso, não é mesmo? Os dados só confirmam nossa impressão, neste caso.
Deu pra sacar, Ana?
Abração,
Ricardo
Por Shirley Monteiro
querido Ricardo,
Cuidadora já me deixa bem feliz !!! "webanalista" ?? foi só a partir das anotações do caderninho, e o transbordamento sobre as palavras do Dalton, este sim, um webanalista !
bjos.
Observando os dados da webAnalítica e da sociometria (figura 1), ficou evidente o crescimento desta rede… Mas, muito além dessas "linhas" que demonstram nossas ligações em um centro coeso, ficou registrada a conexão das pessoas que nas outras fotos revelam o que são transbordamentos de @fetos… Transmitindo o carinho, com sorrisos e gestos alegres, totalmente espontâneos, felizes, os nossos editores mostram o real sentido de manter a RHS como uma rede de pessoas comprometidas com a vida… Essa é uma rede única, de muitos, vários lugares, de todos, por isso a renovada importância deste curso.
Parabéns e obrigada cuidadores!
Por Shirley Monteiro
Realmente esta Rede é especial, ouvimos muito a respeito do caráter ético estético e afetual de cuidado, que os analistas web reforçam, em relação as outras redes que estudam e acompanham. Nossas subjetividades se afirmam por diferentes ressignificações, e encontram raízes afetivas neste trabalho coletivo, que é multidimensional, e tende a se expandir, ainda mais !!!
E lembrem-se são voces, e cada um e cada uma que a fazemos especial, todos que por aqui passam, e os que passam e se envolvem neste novelo de afetos e sentidos.
Por Luciane Régio
Shirley e Querid@s! Conhecer a rhs em detalhes, encontrar não mais o virtual mas os corpos, viver os afetos, iniciar os debates para a sustentabilidade da rede, cuidar da rede num plano concreto, ler os posts e ir selecionando os melhores… que presente! Jamais ganhei um tão especial na minha vida: estar no time, ser uma editora-cuidadora da RHS…
Obrigada,
Bjs da Lu
Por Shirley Monteiro
E Não é isso Lu, o trabalho se torna um presente, pelo prazer de se trabalhar em uma proposta tão intensa, e com uma Equipe tão especial e tr@nsunida de afinidades, cumplicidades,e onde as diferenças são doces aprendizados da alteridade, do respeito e do afeto !
Em meio a nossas ligações e proximidade virtual, de todos nós, estar fisicamente juntos e presentes torna-se um valor existencial tremendamente lúdico caloroso e festivo, talvez por isso a intensidade de presentes que trocamos entre si presentes coletivizados tanto na multiplicação das castanhas, erva de chimarrão, cuias, cds e meias , todos sempre plurais; quase como na necessidade de materializarmos o encontro compartilhando objetos comuns, e eternizando mesmo este estar juntos !!! Foi muito linda a intensidade de arte, poesia e trabalho ético estético deste encontro. Vendo as fotos, a gente sente como em meio as imagens da equipe de trabalho, havia encantamento pela vida nas imagens mescladas de inclusão das forças da natureza, arvores, pássaros e flores da USP…. E as músicas que nos unem agora nas frequencias sonoras, em meio ao cotidiano de cada um no RS, SP, RN, CE, mas embalados ainda pelos mesmos sons, músicas transtemporais, que diminuem as distancias de espaço e de tempo entre nós, … novas possibilidades reais ! E se não fosse a Rede e nossos links afetivos desta construção, estas impressões ficariam limitadas apenas as historias de amor a distancia, e que trazem todo um sofrimento e angustia, que não é o caso deste outro afeto de intensidades coletivas, que compartilhamos neste trabalho/ vida presente !
Isso dava um outro post, não é Ricardo ?
Beijos a tod@s.
Shirley.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Shirley,
Volto a dizer, agora com o distanciamento necessário, que houve nestas reuniões o exercício de algo que não se encontra muito por aí: respeito e trabalho colaborativo no mais alto nível.
Foi o que mais me impressionou nesses dias de imersão total nos assuntos da RHS. Há muito tempo não sentia tamanho sentimento de pertença a algo tão forte! Seriedade mesclada de afetos quentes.
Valeu a pena.
Iza