Fiocruz cria, em parceria, matriz analítica para indicadores de saúde pública para AL e Europa
O que Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, México, Paraguai, Peru, Portugal e Uruguai têm em comum? Todos eles integram o Observatório Iberoamericano de Políticas e Sistemas de Saúde – OIAPSS – onde os países membros partilham de um sistema que lhes permite realizar uma abordagem que relacione “determinantes sociais, condicionantes e desempenho, além de incorporar nós críticos pouco explorados em matrizes”, podendo, a partir daí, produzir uma análise dos resultados e das tendências apresentadas “numa perspectiva comparada que procura destacar desafios comuns no contexto da crescente internacionalização das relações sociais e de produção”.
O OIAPSS é formado por uma rede marcada pela diversidade de parcerias que variam conforme o país: Observatórios, Universidadades, Federación en Defensa dela Sanidad Publica, entre outros. Como uma iniciativa inter-institucional e intergovernamental, se notabiliza por ser um espaço de comunicação e intercâmbio de informações, com o propósito fundamental de defender e fortalecer os sistemas públicos e universais de saúde. O projeto sempre contou com o apoio do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Entendendo o OIAPSS
O Observatório possui um sistema de indicadores (66 ao todo), com dados a partirda primeira década do século 21, distribuídos da seguinte forma: Determinantes Sociais (Demográficos, Sócio-econônomicos e Condições de vida); Construção Social de Política de Saúde (Marco legal); Condicionantes (Complexo produtivo, Financiamento e Atenção primária); e Desempenho (Acesso, Efetividade e Adequação técnica), que são comparados entre os países que o compõem, utilizando o sistema de comparação entre os dados dos países como um recurso para “identificar as tendências de blocos regionais ou intervenções que contribuam para a qualidade dos serviços”.
Além de comparar os indicadores, “o OIAPSS enfoca a análise de temáticas e desafios no contexto da crescente internacionalização das reações sociais e de produção com suas repercussões no âmbito da saúde”, conforme está descrito no “Projeto Desenvolvimento de matriz analítica para acompanhamento dos países do OIAPSS: história, fundamentos e metodologia”, escrito por Eleonor Minho Conill, coordenadora do projeto e uma de suas fundadoras – Conill é professora aposentada do Departamento de Saúde Pública do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Dados reveladores
É possível – a partir da análise de séries temporais dos indicadores – observar, por exemplo, algumas tendências comuns a quase todos os países que integram o OIAPSS, como explica a pesquisadora Eleonor Conill: “na primeira análise dos indicadores da matriz, que recobria sete países e a primeira década do século XXI constatou-se um resultado surpreendente. Apesar de diferenças demográficas, sociais, econômicas e das características dos sistemas de saúde,com exceção da Argentina todos os demais países analisados (Brasil, Colômbia, Espanha, Paraguai, Peru, Portugal) apresentaram semelhança em três aspectos: aumento do sobrepeso, crescimento dos gastos e aumento do desequilíbrio da balança comercial por importação de medicamentos.”
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