Estudantes Médicos aplicam PNH na VD considerando a influência do lazer na saúde de pessoas idosas

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O Programa de Aproximação Progressiva à Prática da Universidade do Oeste Paulista (PAPP/FAMEPP/UNOESTE), por meio de visitas domiciliares junto às ESFs, permite aos Estudantes de Medicina desenvolverem competências muito importantes para a prática médica, com foco na Política Nacional de Humanização (PNH).
Os Facilitadores utilizam Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem como a “Problematização”, nas Estratégias Saúde da Família (ESFs) nas quais os acadêmicos se inserem como membros das equipes interprofissionais.
Os estudantes criam Planos de Ação, com foco na Epidemiologia, a partir das Necessidades de Saúde encontradas nos territórios adscritos às ESFs.
Um dos Planos de Ação, criados pelos acadêmicos esteve voltado à aplicação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa (PNAISPI). A facilitadora organizou uma Visita Domiciliar (VD) para uma idosa que reside na área de abrangência da ESF, a ser realizada pelos estudantes.
Após a realização da VD, a docente utilizou o “Arco de Maguerez” para estimular “reflexão na ação”. Acadêmicos relataram, após a visita, que conseguiram entrar no universo no qual os usuários se situam e, assim, entenderam as suas distintas condições, na maioria das vezes, bem diferentes da realidade dos estudantes. Dessa forma, foi possível que observassem, na prática, as condições de vida, apoio familiar e social em algumas residências do bairro, e como isso pode interferir diretamente na saúde do usuário SUS, em especial, de pessoas idosas. Além das “condições de vida”, puderam observar: o “acesso às tecnologias que prolongam a vida”, o “vínculo entre equipe da ESF e usuária do SUS”, além de estimularem, na VD, a “autonomia na maneira da usuária idosa, de ‘andar’ a sua vida”.
Segundo o Estatuto do Idoso, são considerados idosos aqueles que possuem idade igual ou maior que 60 anos. Atualmente, é recorrente a associação do envelhecer com o adoecer, no entanto, estudantes notaram que idosos que possuem atividades de entretenimento e lazer dispõem de melhor qualidade de vida e saúde e, isso, ficou evidente na medida em que os acadêmicos puderam conhecer mais “de perto” os hábitos de vida dos usuários do SUS, no território ligado à Unidade de Saúde.
A ESF é a porta de entrada dos usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS). É na ESF que se desenvolve desde a ação de promoção até a redução de danos, sendo o lugar no qual se compreende o real sentido da palavra: “atenção biopsicossocial”. Acadêmicos resgataram o conceito de Integralidade, na discussão com a docente, para compreenderem o usuário SUS em todos as suas “necessidades”. Utilizaram também os princípios da “Medicina Centrada na Pessoa” e não na doença, buscando fazer uma “escuta ampliada” na VD. Procuraram exercitar o atendimento aos usuários SUS com foco, também nos Princípios da Equidade, isto é “dar mais a quem mais necessita” e na Universalidade, que entende a Saúde como um “direito de todos os cidadãos brasileiros”, de acordo com a Lei 8080 de 1990.
Ao entrarem nas residências de cada família, os acadêmicos buscaram construir vínculos de respeito e confiança, com toda a família, principalmente com as pessoas mais idosas.
Estudantes refletiram que, para os idosos terem um bem-estar biopsicossocial, eles devem se manter ativos, executando atividades como “hobbys”, ou seja “passatempos”, realizando atividades manuais como crochês, exercitando a mente com a realização de “caça-palavras” ou de “palavras cruzadas”. As distrações contribuem para que esse grupo etário se aproxime do restante da comunidade e seja incluído em novos contextos sociais, diminuindo os sentimentos relacionados à solidão, por exemplo. Além disso, essas atividades contribuem para o desenvolvimento de novas habilidades, compartilhamento de experiências e saberes, para que esses usuários SUS consigam “minimizar seu pertencimento a um universo relacionado à doença”, melhorando seu estado de saúde.
Os idosos que concentram a atenção apenas nas suas enfermidades e enfrentam maiores dificuldades nas relações familiares, acabam evitando conversar sobre seus sofrimentos. Assim, se o idoso tem um apoio social restrito, acaba diminuindo as suas expectativas de saírem daquela situação de tristeza e desolação, apresentando piora na sua qualidade de vida.
Atrelar, com o avanço da idade, ações que exercitem o corpo e a mente, se torna um verdadeiro “remédio” que auxilia o idoso a buscar um maior bem-estar e, consequentemente, pode contribuir para uma maior expectativa de vida e longevidade com qualidade.
Os participantes consideraram como positiva a ação de “Promoção à Saúde” realizada na Visita Domiciliar para a usuária do SUS, com foco na PNAIPI e na PNH.

Referências:
Brasil. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso / Ministério da Saúde. – 2. ed. rev. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2009. 70 p. – (Série E. Legislação de Saúde).
Cecílio LCO, Lima MHJ. Necessidades de saúde das pessoas como eixo: a integração e a humanização do atendimento na rede básica. In: Linhares AL. Saúde e humanização: a experiência de Chapecó. São Paulo (SP): Hucitec; 2000.