A história ensina que, mais cedo ou mais tarde, civilizações decaem, degeneram e são extintas em violência, seja em conflitos com outros povos ou em guerras civis. Gênese, auge e decadência: Uma espiral de círculos que coincidem com desenvolvimento tecnológico e expansão da população humana pelos continentes desde a revolução agrícola.
Antes, nos tempos da caça e coleta, os humanos já estavam em todo o planeta. Esse tempo é várias vezes maior do que toda a história depois da escrita. As revoluções tecnológicas, num ritmo expansivo, são constantes e, de certo modo, são parte do que define a espécie humana.
Porém, nos últimos dois ou três séculos, em aceleração constante, as revoluções tecnológicas adquiriram um caráter de mutação.
De uma perspectiva negativa percebemos a mudança como uma mutação tão radical que assume o signo da extinção para o caráter de tudo que é anterior à mutação.
Numa perspectiva positiva, a mutação adquire o caráter de uma diferenciação que levará consigo o caráter ancestral da humanidade, seja no que for que ela se transforme.
O processo que observamos tem, simultaneamente, o caráter de um acontecimento que nos atinge, na mesma medida em que é também o que estamos agenciando. Essa simultaneidade comporta uma incerteza: se é algo que acontece com a espécie, ao modo da extinção dos dinossauros, a autodestruição equivale a um fenômeno inerente aos nossos limites.
Nos destruirmos seria um efeito dos limites de nossos modos de pensar e interagir com o Ser e Estar no mundo. A Terceira Guerra Mundial, com o uso dos arsenais de destruição em massa, diria da impossibilidade de a espécie humana persistir no cenário que ela mesma fez emergir.
Por outro lado, se fazer permanecer através, e na mutação que está acontecendo, seria um modo de agenciar seu próprio devir como parte do processo de persistência da vida.
Uma tendência representa cedermos ao ressentimento. A outra, implica em assumirmos nossa condição factual de perceber o que está acontecendo conosco e ser agente desse acontecimento.