Publicado na sexta-feira, 29 de agosto – Dia Nacional de Combate ao Fumo – pela Revista Contracampo, da Universidade Federal Fluminense (UFF), o artigo “Cigarros eletrônicos no YouTube: estudo exploratório sobre o Brasil”, de autoria das professoras do PPGICS Pâmela Pinto e Daniela Muzi, e do aluno de mestrado Daniel Azevedo.
Partindo do debate sobre o avanço do uso do cigarro eletrônico (‘vape’) no Brasil, o texto “investiga o uso do YouTube como meio de divulgação desses dispositivos”, por meio de uma estudo exploratório dos canais ativos nessa plataforma.
Contexto
Em que pese a resolução da Anvisa (nº 46/2009), proibindo “a fabricação, a importação, a comercialização, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda de todos os dispositivos eletrônicos para fumar”, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil, o consumo do “vape” cresceu 600% em todo o mundo, conforme reportagem da Agência Brasil.
E gera preocupação na Organização Mundial da Saúde que aponta a comercialização agressiva de cigarros eletrônicos para jovens e crianças. “(…) Os cigarros eletrônicos têm como alvo crianças por meio de mídias sociais e influenciadores, com pelo menos 16.000 sabores atraentes. Alguns desses produtos usam personagens de desenhos animados e têm designs elegantes, que atraem a geração mais jovem. Alguns parecem brinquedos e jogos. Há um aumento alarmante no uso de cigarros eletrônicos entre crianças e jovens, com taxas que excedem o uso por adultos em muitos países”.
O estudo realizado por Pâmela Pinto, Daniel Azevedo e Daniela Muzi tem por objetivo “contribuir com o debate sobre o avanço do uso de cigarro eletrônico (vape) no Brasil, este artigo investiga o uso do YouTube como meio de divulgação desses dispositivos. Foi empreendido um estudo exploratório com o objetivo de mapear canais ativos nessa plataforma. Foram identificados cinco canais ativos, dos quais dois (SmokeVapor e Vaporacast) foram selecionados para examinar as estratégias de desinformação; os indicadores de audiência; as informações do canal e a descrição sobre os conteúdos publicados. Os canais ensinam sobre o uso do vape, analisam produtos, entrevistam especialistas em saúde e adotam estratégias de vendas diretas e indiretas. Embora não delimitem o público, os canais podem influenciar jovens ao consumo desse dispositivo.”
Os resultados do estudo apontam que “os cinco canais relacionados que atenderam aos critérios do estudo, juntos, somaram 382.095 seguidores e obtiveram 8.595.730 visualizações até agosto de 2024. 60% dos criadores de conteúdo sobre vape identificados nesta amostra criaram contas no Instagram, no TikTok e no Spotify. Contudo, observou-se que o YouTube foi a plataforma de maior alcance entre quatro dos cinco perfis analisados”. Além disso, o estudo mostrou que entre dois desses perfis incentivam a regulação do vape e apresentam desinformação sobre o produto.
Leia o artigo “Cigarros eletrônicos no YouTube: estudo exploratório sobre o Brasil” completo aqui
Imagem: Cigarro eletrônico | Stock | Creative Commons (CC)