Saúde do Adolescente: Sexualidade e Drogadição

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Adelescência

INTRODUÇÃO

Esta intervenção foi realizada durante o Internato de Saúde Coletiva do Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN, desenvolvida pelos doutorandos Amanda Gosson de Melo, Ana Beatriz Florêncio Cabral e Diego Herbert Duarte da Silva do 9º período. Estes alunos fizeram o estágio durante sete semanas na Unidade Básica de Saúde Eloy de Souza, em Macaíba – Grande Natal/Rio Grande do Norte (RN), sob Tutoria da profª Dra Vilani Nunes, sob a preceptoria do médico Honório Henrique de Farias Neto.

A realidade dos jovens em nosso país tem nos mostrado a grande necessidade de intervenção nessa faixa etária, principalmente, nas classes sociais menos favorecidas. Adolescentes estão iniciando cada vez mais cedo a vida sexual, na maioria das vezes sem  um mínimo conhecimento de proteção à saúde, como o uso de preservativos, por exemplo. As práticas sexuais na juventude têm sido descritas como dinâmicas e em constantes transformações, sendo que seus perfis podem acarretar impacto importante na vida reprodutiva dos jovens, como, por exemplo, o aumento das taxas de fecundidade na faixa etária dos 15 aos 19 anos de idade observado para o Brasil como um todo e a magnitude da AIDS e outras DST’s no perfil epidemiológico dos jovens brasileiros.
Em estudo realizado pelo Ministério da Saúde (MS)  a idade média do início da vida sexual encontrada em 1984 foi 15,3 anos entre os homens de 16 a 19 anos de idade e 16 anos entre as mulheres da faixa etária. Já em 1998, a idade média verificada diminuiu para 14,5 e 15,2 anos respectivamente.
Um outro fato importante na vida dos jovens é o uso abusivo de drogas ilícitas. O consumo de substâncias psicoativas (SPA) costuma ter início na adolescência, e estudos brasileiros, entre escolares, demonstram que ele vem crescendo a cada ano. Os levantamentos epidemiológicos sobre o consumo de álcool e outras drogas entre os jovens no mundo e no Brasil mostram que é na passagem da infância para a adolescência que se inicia esse uso.
  Entre os fatores que desencadeiam o uso de drogas pelos adolescentes, os mais importantes são as emoções e os sentimentos associados a intenso sofrimento psíquico, como depressão, culpa, ansiedade exagerada e baixa auto-estima. A identificação do adolescente de risco em função do uso de álcool ou drogas e a definição do melhor tratamento ainda são assuntos bastante complexos e alvo de muitas discussões. 
A partir desse panorâma observamos a necessidade em estudar o perfil dos jovens em uma escola municipal no município de Macaíba-RN para a partir daí montar uma estratégia de atuanção, no sentido de orientar os jovens quanto às questões de promoção e proteção a saúde.

OBJETIVOS
1. Traçar um perfil epidemiológico dos adolescentes entre 13-18 anos que estejam cursando o nono ano do Ensino Fundamental no Centro Educacional Municipal Pedro Gomes de Souza, Macaíba-RN;
2. Fazer um levantamento do conhecimento acerca de saúde, sexualidade, uso de drogas ilícitas e bebidas alcoólicas;
3. Orientar os adolescentes a respeito de sexualidade (prevenção de DST’s, prevenção de gravidez indesejada), uso de drogas ilícitas e uso exagerado de bebidas alcoólicas;
4. Incentivar a procura do serviço de saúde do seu bairro (UBS), para ficar mais envolvidos com as ações de promoção e proteção à saúde  desenvolvidas pela UBS;
5. Atualizar o calendário vacinal dos adolescentes, com as vacinas contra Hepatite B e Difteria e Tétano, como ação de proteção.

METODOLOGIA
1. Esclarescimento à diretora  da escola sobre o projeto em questão bem como o motivo em se estudar o perfil dos adolescentes da escola;
2. Consentimento da diretora em realizar pesquisa e ação de intervenção na escola, oficializado em documento;
3. Confecção e aplicação de questionário sobre conhecimento a cerca saúde, sexualidade, uso de drogas, traçando também o perfil epidemiológico desses jovens;
4. Compilação dos dados do questionário e tabulação no programa Excel;
5. Ação de intervenção sobre a saúde e sexualidade, que foram os pontos de menos conhecimento de acordo com o questionário aplicado, sob forma de roda de conversa, no dia 19 de março de 2013, no Centro Educacional Municipal Pedro Gomes de Souza, Macaíba-RN
6. Oferecimento de vacinas dos adolescentes contra Hepatite B e Difteria e Tétano.

Durante a conversa

RESULTADOS

Houve bastante interesse pelos adolescentes presentes sobre o assunto abordado, com alguns questionamentos, alguns pontos de vista compartilhados. Pelo interesse dos alunos, percebemos que conseguimos alcançar o nosso objetivo de consientização sobre a temática em questão (a importância de prevenção de algumas DST’s e gravidez  não planejada e os malefícios trazidos pelas drogas). Antes de iniciarmos nossa intervenção muitos alunos, que já sabiam que íamos oferecer vacinas, já diziam que não iam se vacinar. Mas após a realização da roda de conversa, nos quais mostramos os benefícios que as vacinas trariam, conseguimos a atualização de 57% do calendário vacinal dos adolescentes, inclusive alguns alunos de outras turmas, que não participaram da intervenção pediram para se vacinar. Todos receberam as duas vacinas, com exceção de dois adolescentes que já haviam tomado o reforço da DT previamente.

Cadastro para vacinação

CONCLUSÃO

O adolescente é um ser em constante modificação e com uma alta vulnerabilidade de sofrer influências de fatores externos. Então necessita-se de uma intensa modelação em seu comportamento, seja em casa ou na escola. Através de práticas como essas, de conversa sobre os assuntos mais prevalentes nessa faixa etária (sexualidade e drogadição), conseguiremos evitar diversos transtornos tanto na vida pessoal desses jovens como no ambiente em que eles estão inseridos,  sendo importantes também para a saúde pública e economia do país.