Pessoal,
o envio dos produtos não se remete a mim e sim a produção e pactuações com o grupo. Em alguns momentos fico no papel "chato" e muito solitário de lembrar desses pactos, mas não me coloco como "chefe" ou figura equivalente neste projeto.
Quando são apresentadas propostas de trabalho, os instrumentos e prazos só aparecerem elogios. Me pergunto então, o que esta acontecendo nesse momento? A agenda cotidiana dos apoiadores tem sido outra e a gente não esta dando espaço ou conversando sobre isso?
Digo isso porque não acho que é apenas uma questão de organização ou agenda dos apoiadores, acho que são problemas da coordenação desse projeto também.
A minha sensação é que se criou uma zona de conforto onde não são ditos os problemas e desconfortos (enfrentados pelos apoiadores e pela coordenação do projeto). Fico me perguntando se essa conversa não tem sido abafada… naquele baile do eu finjo que faço e do outro lado que tá tudo bem.
Um exemplo concreto? Para ilustrar… poucos estão acompanhando esta comunidade, embora tenha sido discutido seu uso na ultima oficina e encaminhado que seria por aqui a comunicação. Bem, muitos utilizam o e-mail ou telefone por não achar um espaço protegido, ou mesmo por não ter facilidade com seu acesso, por achar outras formas mais fácil, etc. Isto acontece no cotidiano, isto é normal e por isso existem as conversas e ajustes. Mas então me pergunto, porque a gente não faz essa conversa de forma franca e encaminha de forma coerente?
Citei apenas esse exemplo que é menos espinhoso para falar de várias outras coisas. Chamo atenção para que os nossos pactos e conversas não sejam apenas palavras soltas ao vento.
A cogestão, participação democrática e coletiva, que traduzem princípios da postura ético-politico do Apoio, são dispositivos para a corresponsabilização. E aí temos que pensar o que cada um tem de implicação nisso, inclusive se a condução desse processo (projeto) não tem oportunizado isso.
Com relação ao material da Cartografia, nesse primeiro momento, será utilizado para sistematizar as informações sobre Vigilância do Óbito. Em breve damos a devolutiva dessa sistematização.
Abraços
Américo
10 Comentários
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Por Helena Caldas
Olá Américo e todos da comunidade,
Sinto vc angustiado por demais. Penso em vc nesse projeto de trabalho, como uma pessoa que está ajudando a preparar um coletivo de pessoas para apoio institucional o que não é nada fácil. Na área indígena é inovador e um pouco mais trabalhoso. Antes como RT eu tinha outros problemas para enfrentar e conduzir junto com a chefia da DIASI , EMSI e RT dos Polos. Hoje temos estes ampliado no coletivo da DIASI e mais a co-gestão junto com o chefe do DSEI e a interlocução nos espaços/territórios dos municípios, DIASI, EMSI, CONDISI e outros órgãos interfederativos. A co-responsabilização é muito mais ampliada e exigente para uma resposta mais efetiva e que coloque o DSEI em condições para avançar no processo de atenção à saúde indígena, tanto na gestão como na assistência. Por fim, estes momentos de algumas ausências nestas redes é por conta da presença nestes territórios que são extremamente dinâmicos e sensíveis nos encontros, reuniões, arranjos etc…. Enfim, estamos contribuindo para um momento mais interativo e dialógico no Dsei Guatoc. Estamos saindo de momentos muito conflituosos para a abertura de diálogos muito positivos entre trabalhadores e povo indígena assistido. Falaremos mais no percurso da semana.
Abraços,
Helena Caldas,
Dsei Guatoc.
Por alana.bispo
Sabemos o que implica este projeto Américo para todos nós, da importância de solidificação dele, da validação e acredito que todos embora muitos estejam realmente atribulados dento dos DSEI´S, estão ciente da sua fala como algo que é necessário. No DSEI Potiguara estamos em fase de reestruturação, chefia nova na DIASI novas atividades, reorganização dos serviços nos pólos base, reuniões de ajustes nas equipes ta uma loucura, muitas vezes tenho que parar para explicar o papel do apoiador novamente e com cautela para não ser confundida com alguém que não quer ajudar nesta nova etapa , esses processos demanda tempo, conversa e às vezes faço parte destas atividades para que toda a relação de confiança estabelecida não se fragilize.
Sabemos das cobranças que vcs que estão na coordenação recebem, estamos juntos quanto a isto , somos um grupo forte, sólido apenas alguns ajustes necessários e vamos indo, uns motivando os outros, uns ajudando aos outros, este projeto já se faz importante pelos territórios que estamos conquistando, pela presença da saúde indígena em instancias que nem queriam saber de saúde indígena.
Vamos juntos…
Abraço.
Att.
Alana Bispo
Apoio Dsei Potiguara.
Por rogeryons
Américo,
Bom dia…
Concordo com vc na questão ao uso da plataforma, há instrumentos mais rápido de maior interação e proximidade… Contudo talvez necessite de nós maior criatividade para interagir por aqui.
Quanto as agendas, creio que cada apoiador avança na sua especificidade, dentro de uma realidade muito diversa uma da outra. Talvez seria interessante, a visita em locus de vcs (não sei se é possível) para avaliação e analise. As nossas demandas se confundem com as necessidade do Dsei as vezes, como na Etapa distrital da 5 CNSI, isso demandou de nós empenho, dedicação, trabalho, por que muitos de nós fizeram parte da comissão organizadora, outros assumiram papeis de comunicador, relator etc e propiciaram algumas ausências e igualmente o não cumprimento de acordos.
Tenho certeza Américo que a procura imensa por nós a vc é devido ter encontrado o apoio do apoio em sua figura e por ter a certeza de uma resposta em tempo hábil que nos possa conduzir muitas vezes. É através do seu sinal e da sua proximidade que nos tem norteado também as diretrizes e aos roteiros necessários e pactuados para que possamos dar as respostas esperadas pelo projeto, pois penso que a própria coordenação já estratégica pensou nisto, visto serem muitas as demandas do Dsei.
No mais quero e pretendo contribuir ainda mais com este processo, por que percebemos hj já nos limiares do final do ano, o potencial deste projeto e o quanto de processos se iniciaram através das propostas demandas pelas oficinas em brasilia..
Um grande abraço
Rogério Nunes
Apoiador do Dsei Kayapo-MT
Por rogeryons
Américo,
Bom dia…
Concordo com vc na questão ao uso da plataforma, há instrumentos mais rápido de maior interação e proximidade… Contudo talvez necessite de nós maior criatividade para interagir por aqui.
Quanto as agendas, creio que cada apoiador avança na sua especificidade, dentro de uma realidade muito diversa uma da outra. Talvez seria interessante, a visita em locus de vcs (não sei se é possível) para avaliação e analise. As nossas demandas se confundem com as necessidade do Dsei as vezes, como na Etapa distrital da 5 CNSI, isso demandou de nós empenho, dedicação, trabalho, por que muitos de nós fizeram parte da comissão organizadora, outros assumiram papeis de comunicador, relator etc e propiciaram algumas ausências e igualmente o não cumprimento de acordos.
Tenho certeza Américo que a procura imensa por nós a vc é devido ter encontrado o apoio do apoio em sua figura e por ter a certeza de uma resposta em tempo hábil que nos possa conduzir muitas vezes. É através do seu sinal e da sua proximidade que nos tem norteado também as diretrizes e aos roteiros necessários e pactuados para que possamos dar as respostas esperadas pelo projeto, pois penso que a própria coordenação já estratégica pensou nisto, visto serem muitas as demandas do Dsei.
No mais quero e pretendo contribuir ainda mais com este processo, por que percebemos hj já nos limiares do final do ano, o potencial deste projeto e o quanto de processos se iniciaram através das propostas demandas pelas oficinas em brasilia..
Um grande abraço
Rogério Nunes
Apoiador do Dsei Kayapo-MT
Américo e demais colegas,
Diria simplesmente, retomando uma expressão de Freud: “Angústia é algo que se sente”.
Vejo o projeto de apoio, especialmente na saúde indígena, pois ele se diferencia dos demais apoios, onde os apoiadores são externos, não estão inseridos (compondo o quadro de funcionários) diretamente nos espaços para os quais estão para apoiar.
O apoiador indígena “está no centro do olho do furacão”. Está no lugar da angústia, no nível central buscando equilíbrio entre os sujeitos(apoiadores dos apoiadores) e o todo social (apoiadores dos DSEI e os DSEI) e na ponta estão a busca do equilíbrio entre os sujeitos (apoiadores do DSEI) e o todo social (que se constituem pelo Coordenador do DSEI, Chefe de DIASI, equipe da DIASI, outros integrantes do DSEI, Condisi, comunidade indígena e os parceiros locais – rede de saúde).
Sinto falta de uma maior aproximação e concordo com Américo quando nos chama a estarmos mais presentes no espaço da comunidade, como bem lembrou que foi o que foi acordado.
Mas também é necessário compreender que o tempo no DSEI é um tempo diferenciado, nem todos os prazos são possíveis atender. O tempo lógico no espaço indígena é diferente dos outros tempos lógicos que fomos criando enquanto sociedade.
Acho que talvez a conversa sobre os problemas e desconfortos são de certa forma abafadas. Esta é a minha sensação. E a zona não é de conforto e sim de desconforto. Mas por outro lado vejo a comunidade como um espaço não adequado para falar dos desconfortos específicos. Por outro lado isto é ruim, pois não oportuniza o apoio integrado entre nós mesmos.
Partilho com muitos de vocês das muitas angústias, mas o que apazigua minha angústia é o fato de que se não há angústia, não há também produção, não há a busca para a solução dos problemas. O que inquieta, provoca, e se provoca leva a um caminho.
Grande abraço a todos,
Hiojuma
Por nayara.vieira
Boa tarde Américo,
Compartilho das suas angústias e sensações sobre o projeto. Me coloquei num espaço de mais observar os movimentos do que me manifestar na comunidade. Nunca foi segredo pra ninguém que não entendo esta comunidade como espaço seguro para compartilhar as angústias e dificuldades, já deixei claro isto em algumas oficinas, porém venho tentando cumprir os pactos coletivos de utilização da mesmas. Entretanto, as dúvidas que aqui levantei foram discutidas apenas entre apoiadores e se perderam no espaço e no tempo (está é a minha sensação) com as postagens posteriores.
Concordo com o Rogério das nossas dificuldades de cumprir alguns prazos. Porém entendo que temos que negociar nossas prioridades com o coordenador do DSEI, respeitando as especificidades e características de cada território. Mas não podemos deixar as atividades do projeto apoio em segundo plano (e não acredito que estamos deixando isso acontecer).
Uma das minhas dificuldades de cumprir prazo é a forma de trabalho que adotei, de não ser alguém que meramente pede dados. Cada informação solicitada, cada ponto de discussão do projeto apoio é discutido com as RTs e equipe da DIASI. E com isto, levo um pouco mais de tempo, mas ganho em significação da ação.
Reforço que acredito no potencial do projeto e entendo que estamos aqui para construir juntos e sinto que podemos atuar mais no coletivo, no sentido de construir orientações e respostas.
Enfim, estas são as minhas impressões e sensações.
Abraços a todos,
Nayara
Por thiago felix
Boa noite Américo e colegas apoiadores! Concordo plenamente com você Américo quando diz que temos que cumprir com os prazos pactuados no projeto. Mas ao mesmo tempo é importante expor que nós apoiadores temos dificuldade em cumprir alguns destes devido a tarefas demandadas em nossos territórios ( DSEI ), talvez seja necessário uma conversa com os coordenadores dos DSEIs afim de priorizar as necessidades pra não perdermos o foco e a essência do projeto. Não podemos esquecer também da 5 CNSI, que diante das etapas locais e distritais demandou muito tempo da grande maioria dos apoiadores que se empenharam pra que acontecessem.Acredito e muito nesse projeto, vejo o impacto positivo que o mesmo está ocasionando nas bases, e por fim me sinto orgulhoso por está fazendo parte desse processo.
Abraços!
Por Americo Mori
Muito bem povo,
acho que vocês pontuam questões importantes e coerentes, tanto da relação do apoio com o território, impactando nas agendas cotidianas e do cenário nacional com as conferências. Com certeza a Saúde Indígena tem seus tempos diferenciados para se construir as ações e agendas.
Essa conversa é fundamental para trazerem elementos da realidade para uma boa análise e planejamento coerente. Chamo a atenção que devemos então ser mais protagonistas em nossos momentos de encaminhamentos, no sentido de trazer essa realidade como elemento para a tomada de decisão e não de justificativa por não ter ocorrido o que planejamos, essa é a diferença de ficarmos paralisados em justificativas e de ser propositivos, "empurrando" esse projeto para frente.
Obrigado por terem acolhido também o meu "desabafo" e pela pronta resposta em agilizarem/se esforçarem no cumprimento de nossas ações.
Temos uma situação no projeto em que vocês são apoiadores descentralizados, muito mais próximos da realidade do território (elemento muito positivo), mas também com risco de serem "capturados" pelas agendas cotidianas. O Plano de Trabalho foi apresentado como instrumento para essa negociação da agenda, é um movimento tímido nesse primeiro momento, mas visa criar a cultura de negociação e corresponsabilização pelo projeto entre Apoiadores, DASI e Coordenadores de DSEI. Traduzir no plano de trabalho a agenda do apoiador é também falar (dar respaldo a vcs) sobre o papel do apoiador e negociar junto ao coordenador as ações de vocês neste projeto.
O contrário também é verdade, então, damos espaço para que seja explicitado a necessidade do DSEI na agenda do apoiador. Vocês entenderam que o instrumento de Trabalho tem o objetivo de orientar a agenda de vocês e ao mesmo tempo empoderá-los para essa negociação junto ao coordenador, chama-os também para a cogestão desse projeto?
Por isso, não tem como chamar atenção do grupo quando isso é encarado como mera tarefa. Sei que em alguns lugares a conjuntura pode não estar sendo favorável para essa intencionalidade… nem todos os lugares terão condições para isso nesse momento e teremos que ter paciência para algo a ser construído em processo, aos poucos. Mas o Grupo de Apoiadores precisam estar conscientes de onde queremos chegar… os objetivos comuns ajudam a construção de um coletivo, de um grupo com identidade e projeto comum.
Abraços e adiante…
Américo
Por Osvaldo Nelson
Boa tarde Apoiadores
Américo, eu me coloco na sua situação que é angustiante e mais ainda por que não estamos utilizando a plataforma com mais frequência para maior consolidação do nosso trabalho.
A Saúde Indígena é algo muito importante e bonito justamente pela sua especificidade em que temos muito para colaborar.
Até o momento estava meio distante na comunidade, mais precisava conhecer um pouco do meu DSEI, que abrange cinco Estados, para poder opinar e contribuir um pouco mais com o meu trabalho. Pelos Estados que passei notei que o trabalho do Apoiador foi muito bem vindo pelas comunidades, e necessário para desenvolver uns dos seus papeis que é o de articular com as demais esferas de governo.
É tamanha a angustia para que o projeto dê certo que percebo que realmente precisamos nós Apoiadores articularmos mais com nossos Apoios, e não só apenas tentar cumprir os prazos estabelecidos nas pactuações e dar a impressão de esquecimento, que no momento no intuito talvez de apoiar no DSEI, nas conferências, ficamos um pouco relapsos com as datas.
Eu aproveitei as etapas locais das Conferências onde faço parte da comissão organizadora, para viajar e conhecer a realidade e a extensão do DSEI Litoral Sul. Foram muito proveitosas as minhas visitas tanto com a população indígena, como uma maior integração com o Controle Social, trabalhando assim em total harmonia.
Como todos os Apoiadores fiquei preocupado para cumprir a data estipulada para a entrega do nosso trabalho, devido ao nosso envolvimento com as Conferências. Isso dificultou as nossas pactuações.
As angústias são muitas, mais percebo que a medida em que o tempo vai passando está mais visível o trabalho do Apoiador nos DSEIs. O seu papel está ganhando espaço junto às equipes. Isso se percebe em cada reunião que é realizada dentro do DSEI .
Vamos todos juntos expor as nossas dificuldades, nossos anseios e que acreditamos que o projeto está dando certo.
Nós podemos colaborar e muito participando com mais entusiasmo na comunidade para ajudar a crescer a Saúde Indígena.
Abraço a todos
Por Eliana Henrique dos Santos
Bom dia Américo!
Entendo seu depoimento e acredito que vc está correto no seu papel, muitas vezes sou taxada de chata pelos coordenadores de pólos, porque dependo das informações que eles precisam enviar e muitos, não enviam e nem todos momentos posso ir até os territórios para conseguir ajudá-los a catalogar essas informações e com certeza essas angústias não aparecem em lugar nenhum. Temos que ficar insistindo na busca da clareza e veracidade das informações e pra muitos, isso é incômodo, talvez implica na área de conforto, mas faz parte do nosso dia a dia.
Quando vc escreve em negrito dá a sensação que vc está gritando, mas ao mesmo tempo eu vejo que vc está nos ajudando. Fique em paz!
AbraSUS!
Eliana