Recicloterapia

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RECICLOTERAPIA
Adriana Nunes Martendal1Eliane de Souza2Giancarlo Falchetti3Graziela de Novais4Janaína Chagas Vieira5Jenici Aparecida Luíz da Silva6Liliane Bello Gonçalves7Karla Cristina Estevam Daros8Karyn Piazzetta dos Santos Chaves9ariza Rita Jung Percowski10Roberta Marin Gomes11Talita Rechetelo Strano12

Introdução:
A depressão tem sido amplamente estudada nas últimas décadas, pela sua alta prevalência e altos custos sociais, vindo a ser um problema de saúde pública (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002).
A depressão será sempre incapacitante em algum grau, pois ao longo do tempo pode provocar desdobramentos complicados e desgastantes para a pessoa e a sua família, provocando um sofrimento moral, uma inibição global e um estreitamento vivencial (BALLONE GJ, 2007).
Diante disso, o apoio para pacientes depressivos é fundamental para o seguimento de um tratamento multifacetário, para permitir o resgate das experiências vivenciadas pelo doente, como nova proposta de tratamento psicoterápico.
Objetivo:
O presente estudo, denominado “Recicloterapia”, tem como objetivo promover um núcleo de apoio e ressocialização para pacientes depressivos da unidade de saúde Estratégia Saúde da Família Pontal do Norte, através do seu envolvimento com a reciclagem de materiais utilizados na própria unidade de saúde.
Materiais e Métodos:
O projeto Recicloterapia foi realizado na Unidade Estratégia Saúde da Família Pontal do Norte, em Itapoá, Santa Catarina – Brasil, no período de abril a outubro de 2012, totalizando seis meses.
Contando com o apoio de toda a equipe de profissionais da saúde da própria unidade, foram incluídos 20 pacientes com diagnóstico prévio de depressão maior. Estes foram divididos em dois grupos de dez pacientes. Foi realizada uma triagem médica, palestra com a equipe de saúde, seguido do questionário Beck-II para a avaliação do grau de depressão, antes e depois da terapia.
Foram promovidas oito oficinas de artesanato a partir de materiais recicláveis. Dentre os produtos desenvolvidos foram confeccionados caixa de medicamentos, patchwork sem costura, porta canetas com porta retrato, entre outros.
Resultados:
A avaliação inicial contou com 17 pacientes, sendo 16 mulheres, dentre elas uma adolescente, e um homem. A média de idade destes pacientes ficou em 54,35 anos.
De acordo com o primeiro questionário, a porcentagem maior prevalece sob a depressão moderada a grave, a qual não necessita de internamento hospitalar, porém com a necessidade de uma terapia adjuvante aos medicamentos antidepressivos.
Ao final dos seis meses de terapia, permaneceram 11 pacientes no grupo, demonstrando melhora do quadro depressivo coletivo, com uma pontuação inicial de 22,54 pontos, caracterizando uma depressão moderada, evoluindo para um decréscimo, com 9,63 pontos ao final de oitos reuniões, enquadrando o grupo com depressão leve.
Conclusão:
Verificou-se a melhora do grau da depressão maior em todos os pacientes avaliados no projeto Recicloterapia, a partir de um núcleo de apoio e ressocialização dos pacientes depressivos da unidade de saúde em questão, através da reciclagem de materiais, fazendo com que o paciente depressivo entenda que a sua doença não representa um defeito de caráter ou fraqueza moral, mas que sua recuperação é a regra e não a exceção.