O SUS agora atende pacientes em casa

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Mariella 01/07/2009

Novo serviço permite que enfermos retornem mais rápido para
casa
A dona de casa Leocadia Pereira, 45 anos, prefere nem lembrar
o período em quea família se desdobrava de casa para o hospital
e do hospital para casa enquanto o companheiro, Cilmo de Souza
Vaz, 41 anos, esteve internado sem previsão de alta. Com o quadro estabilizado, Vaz passou à lista de pacientes com permissão para continuar o tratamento em casa, sob responsabilidade da equipe do projeto SUS em Casa, oficializado esta semana, em Novo Hamburgo.
Quando a equipe formada por uma médica, uma enfermeira e
uma técnica em enfermagem chegou à casa do paciente ontem
pela manhã, Vaz já tinha feito chimarrão, sentado ao sol, colhido
limão e visitado o vizinho. Dando continuidade ao tratamento
em casa, demonstra sinais de uma recuperação que parecia distante no leito do hospital.
É o convívio em casa, com a família, que faz a recuperação ser
muito mais rápida diz a médica Nádia Krüger. O projeto piloto está sendo normatizado pelo Ministério da Saúde. Ao atender os pré-requisitos da portaria 2. 529, de outubro de 2006, o município pode pleitear o recurso de R$ 50 mil para a instalação do projeto e de R$ 20 mil mensais para a manutenção de recursos humanos e materiais.
O projeto é tão importante para nós que ganhou até o carro do
prefeito. Quando apresentaram o projeto, foi pedido um carro e
doei o meu diz o prefeito Tarcísio Zimmermann ( PT) . Além de humanizar o atendimento e contribuir para uma melhora na recuperação, o serviço, ressalta Zimmermann, também reduz a demanda da internações no Hospital Municipal. É uma equipe que vale o investimento,  considera.
O serviço atende hoje a 13 pessoas simultaneamente, com recursos
municipais.A partir do credenciamento, poderá atender até 60 pacientes. Ele é oferecido aos pacientes que têm condições de permanecer sob tratamento e cuidados em casa, desde que tenham um cuidador responsável. No caso de Cilmo Vaz, sua companheira, Leocadia, recebeu todo treinamento para lidar com medicamentos e dar atenção especial ao paciente em casa.
Mas damos todo o apoio técnico necessário e fazemos visitas
periódicas destaca a coordenadora do serviço, a enfermeira Ana
Paula Nascimento.

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2 Comentários

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Por Eliana Elisa Rehfeld Gheno
Mariella, muito importante esta experiência. Acredito que seja tipo as internações domiciliares que a equipe do Grupo Hospitalar Conceição, que foi apresentada pela enfª Adelaide na mesa redonda C0-gestão do Encontro Estadual de Humanização.
Fiquei muito interessada em saber mais detalhes desta experiência, já que em nosso pequeno município (Nova Ramada) temos diversos usuários acamados que recebem acompanhamento regular da ESF, onde são disponibilizados os instrumentos/equipamentos que disponibilizamos no domicílio (cama hospitalar, oxigênio, cadeiras de rodas, entre outros).
Pelo que vejo, estamos fazendo várias ações que para muitos locais ainda estão em faze de experimentação, mas percebemos muitas deficiências e gostaríamos de melhorar nossa atuação enquanto equipe de saúde, especialmente em relação ao suporte ao cuidador.
Eliana E. R. Gheno
Enfermeira, apoiadora institucional PNH
Ajuricaba / Nova Ramada/RS
Por Losekann

A internação domiciliar no Hospital Nossa Senhora da Conceição, hoje ampliada para todo o grupo, iniciou a partir da iniciativa do gestor da emergência na época, Luiz Ronaldo Huber, sendo o primeiro serviço dessa ordem na região sul. Pensávamos constantemente sobre formas de reduzir a superlotação da emergência, que sempre trabalhou com portas abertas, independente da lotação, para todos os usuários do SUS e essa iniciativa foi uma delas. O serviço, criado para podermos reduzir a permanência dos usuários em macas dentro do ambiente hospitalar, contava inicialmente com um médico, uma enfermeira e dois técnicos de enfermagem. Hoje expandiu seu trabalho para todo o grupo, inclusive na pediatria, retirando do hospital crianças que estavam há anos hospitalizadas. Tenho orgulho de ter acompanhado e colaborado para sua implantação, pois acredito que ninguém  cuida do paciente melhor do que o prórpio familiar, mas ele precisa de orientação e auxílio para isso, pois não é muito simples levar para casa alguém que não caminha, não consegue expressar suas necessidades, que tem cuidados que a família desconhece, reações nunca vistas, medicamentos, aspirações, sondas, tudo novo e estranho. O "como fazer agora, como que eu vou cuidar" é respondido por essa equipe que, com muito carinho e competência, torna um pouco menos sofrido o processo de adoecimento.

Sou apaixonada por esse trabalho.

Maristela Losekann