SAÚDE, TRABALHO E HUMANIZAÇÃO NUMA RODA QUENTE NA ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY/UFRJ
A Escola de Enfermagem Anna Nery da UFRJ, através do Núcleo de Pesquisa em Enfermagem e Saúde do Trabalhador – NUPENST, promoveu nesse 06 de maio de 2014, seu XVIII Encontro de Enfermagem, Trabalho e Saúde do Trabalhador. Desta vez, o tema escolhido para o evento foi Humanização no Trabalho e Saúde do Trabalhador.
Articulada pela Dra. Regina Zeitoune, da diretoria do NUPENST, a PNH se fez presente hoje pelo consultor Miguel Maia e se fará presente amanhã pela consultora Andréia Thurler e o atual Coordenador da PNH, ainda em transição, Fábio Alves.
Hoje, o encontro reuniu cerca de 70 participantes entre gestores da Escola, trabalhadores, professores, alunos curriculares, especializandos, residentes, mestrandos, doutorandos e etc. numa roda quente de conversa, na qual o tema foi desenvolvido e debatido de forma atenta, crítica e inteligente por todos os integrantes.
Um coletivo ávido acompanhou o painel sobre Política Nacional de Humanização e Saúde do Trabalhador, cuja mesa foi composta pela Dra. Marcia Lisboa, como moderadora, pelo doutorando Alexandre Gonçalves, como secretário, e o palestrante, Miguel Maia, consultor da PNH/MS.
O consultor, que teve toda sua vida profissional formada na DRH e no Núcleo de Humanização do IPPMG/UFRJ, começou o seu discurso manifestando seu enorme prazer em estar de volta a sua casa, já que há quase 3 anos está cedido ao MS, agradecendo a oportunidade e parabenizando a comissão organizadora pelo evento, afirmando que rodas de conversas como esta, envolvendo gestores, trabalhadores, formadores e pessoas em formação, é extremamente valorizada e apoiada pela PNH/MS.
Desculpou-se pelo não comparecimento da consultora da PNH Ana Rita Trajano, prevista para compor a mesa, mas impedida por questões burocráticas de última hora, inviabilizando sua passagem, e utilizou o acontecimento como forma de demonstrar como a PNH costuma lidar com as adversidades e imprevistos, tomando-os como matéria prima de trabalho.
Como Ana Rita havia mandado o material que seria fonte de sua palestra, Miguel Maia brincou dizendo que, em metade de sua fala seria ele mesmo e na outra metade seria Ana Rita, pois, valorizando o trabalho da companheira, o apresentaria, servindo de voz para torna-la presente no encontro, num esforço de esclarecer o material enviado.
O consultor, afirmando que tinha por missão situar o público presente no espírito da PNH e, a partir daí, desenvolver a forma de entendimento desta sobre trabalho, formação e saúde do trabalhador, começou sua fala enfatizando os princípios do SUS e sua forma instituinte como política pública, que, a seu ver, é a que a PNH até hoje procura estimular e apoiar.
Passando do SUS a PNH, considerada como ferramenta teórico/prática para responder aos desafios de efetivar os princípios propostos pelo SUS, discorreu sobre os 3 princípios da PNH – inseparabilidade entre gestão e atenção, entre clínica e política, transversalidade e cogestão, finalizando com uma rápida enumeração de suas diretrizes e culminando no conceito de rede e de luta pela sua constituição como uma meta importante da PNH.
No segundo momento, em que 'encarnou Ana Rita', foram articulados estes princípios e diretrizes como fazendo parte e instrumentando o Programa de Formação em Saúde e Trabalho da PNH.
Ao final, uma rica troca se estabeleceu com a plenária, cujos pontos destacados pela mesma foi a da inclusão dos conflitos e das diferenças como oportunidade de analisar e transformar o que é sentido como defasado na realidade do trabalho; a questão da mistura entre público e privado, sentida como grave, que graça as instituições de saúde hoje em dia, ameaçando as propostas do SUS e gerando sofrimento para os trabalhadores de saúde que, em conjunto com as condições de trabalho e o sucateamento, levam a questionar que trabalho de humanização é possível nestas condições e a questão dos indicadores na formação e na saúde, quando se lida com os aspectos imateriais inerentes ao trabalho em saúde.
Riquíssimo encontro, reflexões importantes que mantiveram a sala lotada até o final, na expectativa de que no dia seguinte, 07 de maio de 2014, possam continuar através da fala da consultora Andréia e do coordenador Fábio, que discorrerão sobre as mesmas questões, mas desta vez pelo viés da prática desenvolvida atualmente em uma instituição de saúde do Rio de Janeiro.
O folder do evento, bem como o material apresentado estão disponíveis no anexo.
Miguel Maia
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Com a intensidade que marca as produções da política de humanização.
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um grande beijo ao poeta e consultor que escreve com as tintas do afeto em redes!