Entre o ideal e a prática

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Nas escolas desde o ensino básico ao universitário, nos hospitais e nas prisões, instituições que no campo legal são amparadas por leis como a Lei de Diretrizes e Bases, Lei orgânica da Saúde e Lei de Execução Penal respectivamente é lugar comum se perceber a distância abissal entre “teoria e prática” e nesses contextos tem se tornado cada vez mais uma espécie de chavão que muitos profissionais repetem ao infinito sempre dizendo o quanto “é complexo”, o quanto “é difícil”, o quanto “é limitado” e praticamente intransponível essa distância.

Pois bem, sem pretender negar a dimensão macro, de cunho político-econômico-social que faz com que vivamos nesse estado de coisas, pode-se dizer sem receio de incorrer em leviandade que todas as pessoas das quais se costuma ouvir tal espécie de discurso não fazem no limite de suas possibilidades um milésimo do que poderiam fazer para contribuir na transformação desse cenário, fazendo antes desse discurso do “muito complexo”, “muito difícil”, motivo, pretexto, desculpa para não arregaçar as mangas e ir à luta nas suas práticas cotidianas em tais espaços nas minúcias que muitas vezes dependem apenas de sensibilidade e motivação.

Desacreditados, desesperançados, mal remunerados, tudo parece contribuir para o pacto de mediocridade que vige, o que não apenas é lamentável, como grave. O desafio parece ser não perder de vista a grande conjuntura, mas ao mesmo tempo não a utilizar para se permitir a isenção da parte que cabe a cada um de nós nessa mudança de direção, é preciso mudar o macro, contudo não é menos necessário mudar o modo de agir no micro até porque talvez o todo apenas esteja refletindo as mínimas partes que o constituem.