Escutar faz parte do acolhimento, significa acolher toda queixa ou relato do usuário mesmo quando possa parecer não interessar diretamente para o diagnóstico e tratamento. Mais do que isto, é preciso ajudá-lo a reconstruir (e respeitar) os motivos que ocasionaram o seu adoecimento e as correlações que o usuário estabelece entre o que sente e a vida.
Muitas vezes nos deparamos com profissionais que não levam em conta o que o paciente tem a dizer, as consultas estão cada vez mais rápidas, resultando em diagnósticos baseados em uma grande carga de exames e tecnologias, desconsiderando a história e relações do usuário, que podem estar diretamente ligadas à condição que ele se encontra. Portanto, acredito que o simples ato de ouvir e realmente considerar o relato como um componente importante para o entendimento da situação, poderia melhorar significativamente o atendimento na clínica.
Ref: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/clinica_ampliada_2ed.pdf
8 Comentários
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Por SILVANA RABELLO
Olá Claudia!
Que legal sua ajuda para encontrarmos outros links relativos ao tema….
Bárbaro, obrigada!
Silvana Rabello
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Por paulo figueiredo
Carina, gostei muito do seu texto. E a escuta, além de ser importante no acolhimento dos pacientes, também é importante na elaboração dos espaços, ambientes, de atendimento a estes pacientes. Muito importante ouvir os trabalhadores, usuários e gestores em rodas de conversa, oficinas de ambiência, ….para a elaboração de projetos arquitetônicos co-geridos. Os engenheiros e arquitetos, junto com os gestores, precisam perceber a potência deste modo de se criar ambientes: valorizando a escuta de trabalhadores e usuários.
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Por SILVANA RABELLO
Carina, adorei seu post!
De maneira simples e objetiva você ressalta uma estratégia de trabalho fundamental a todos os que estão envolvidos com os cuidados às pessoas, mesmo às crianças, adolescentes, famílias…, seja na saúde, educação, assistência, judiciário.
Aproveito essa sua carona tão legal, para sublinhar a importância da escuta atenta e sem julgamentos também a adolescentes e crianças.
Cada um sabe das circunstâncias de produção de seu adoecimento, ou de seu sofrimento, mais do que qualquer outro e, reconhecer essa sabedoria de cada um é restituir sua importância nas estratégias de cuidados, e reconhecer seu valor social. Isto também é produzir saúde integral!!
Muito obrigada, Carina!
Silvana Rabello
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Por deboraligieri
Carina, que belo post você nos trouxe! "O simples ato de ouvir e realmente considerar o relato como um componente importante para o entendimento da situação", como você bem coloca, é importante não só para a melhoria do atendimento na clínica, mas em todos os âmbitos de nossa vida social.
Silvana enriquece o debate ao incluir a assistência jurídica como setor que também depende da escuta e do acolhimento do jurisdicionado para obtermos uma sociedade mais justa. Este é um ponto que me sensibiliza de forma bastante contundente, pois o foco do meu trabalho é a saúde enquanto direito. A judicialização da saúde não se resume a um cidadão ou uma cidadã precisando de medicamentos ou tratamentos, do SUS ou dos planos de saúde. Quando focamos o atendimento jurídico na escuta da pessoa, percebemos que há um senhor querendo se aposentar, mas inseguro em relação à sua capacidade de custear seu tratamento de saúde e/ou seu plano de saúde; uma mãe que não consegue dormir à noite com medo da filha passar mal; uma filha que depende do pai e da mãe para custear seu tratamento, mas que busca sua autonomia financeira e ainda a efetivação prática de seu direito à saúde. Assim, também na área jurídica, xs profissionais do Direito (advogadxs, juízes, promotorxs e procuradorxs) necessitam escutar xs jurisdicionadxs para promover a assistência jurídica humanizada com foco no cidadão e na cidadã, e não no sistema burocrático administrativo. Acho que a escuta – e não a vedação de acesso ao Poder Judiciário – seria uma forma de diminuir a judicilização da saúde.
Paulo também traz a construção de um ambiente acolhedor (para todas as pessoas envolvidas no atendimento em saúde) como uma forma de escuta, e seu último post sobre o assunto é um exemplo riquíssimo de como fazer isso na prática: https://redehumanizasus.net/90359-roda-de-conversa-discussao-de-ambiencia-com-trabalhadores-em-saude
E Peju cotninua a costura dessa escuta qualificada com o (multi)post de acolhimento, que pelo jeito precisará de uma segunda versão depois dos novos debates sobre o assunto…
Muito bom pensar assim com muitas vozes, e com a possibilidade de escuta de todas elas!
Grande abraço,
Débora
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Por ALINE-LEMOS
Praticar a escuta qualificada é se propor a "aprender fazendo" ou "fazer aprendendo" a partir do trabalho, valorizando os diferentes saberes e dando vez e voz a todos os atores envolvidos no processo de produção de saúde.
E serve de ferramenta de gestão na busca por soluções que efetivamente vão funcionar, visto que todos envolvidos foram ouvidos e todas as questões foram levantadas e discutidas.
Ouvir é aprender e ensinar…
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Por deboraligieri
Ou, nas palavras da poeta Cecília Meireles: "Hoje desaprendo o que tinha aprendido até ontem e que amanhã recomeçarei a aprender"
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Por carinapaiva
Fiquei bastante feliz com a discussão que meu post gerou, obrigada a todos que também contribuíram pra enfatizar a importância desse tema na saúde e em todas as áreas.
Abraço, Carina
Por Cláudia Matthes
de uma boa escuta, de um grau de abertura para embarcar com o outro nesse espaço de acolhimento.
E o que é acolhimento?
Veja um pouco do que já foi postado na rede, através do link abaixo:
https://redehumanizasus.net/90050-acolhimento-vivificacao-da-producao-de-saude
Na prática fico sempre lembrando, qual o tratamento que daria/ou gostaria que dessem para alguém da minha família e qual darei ao desconhecido.
Bora, seguir caminho…
bjs
Peju