Casos e causos do SUS e a ativação dos territórios pela Rede Humanizasus!

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Estar no SUS é viver a atenção e a gestão. Estar na rede Humanizasus é viver no virtual e no presencial ao mesmo tempo. Misturado, sem dissociações.

Ao nos deslocarmos nos espaços, vamos balançando a rede, energizando pontos de capilarização, vivendo o SUS em sua plenitude e intensidade.

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Cheguei ao ESF Martin Volles , bairro Itoupava Central, Blumenau SC, pontualmente às 13h. As duas equipes já estavam agitadas pela presença de novos atores neste espaço. Encontrei por lá antigos e novos militantes do SUS. Revi amigos, conheci outros que sinto que assim chamarei daqui para frente. Amigos.

Falar de humanização pelo vivo do trabalho em saúde. Foi esta minha pretensão naquele grupo. Para isso levei comigo a Rede Humanizasus (RHS), as vivências compartilhadas na RHS e as diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH). Seu Francisco e sua gaita, o senhor da canção do Lulu Santos e as equipes de saúde que um dia viveram essas histórias, tão poeticamente compartilhadas aqui por Jacqueline Abrantes, deram vida às palavras.

 

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Estes relatos acabam por chamar a experiência de cada um para a conversa sobre humanização, sobre trabalho em equipe e seus desafios. Neste diálogo vamos destacando o que a PNH nos aponta como diretriz de humanização: além da empatia entre os atores do encontro da ação em saúde, autonomia e protagonismo dos mesmos, respeito e valorização das diferenças, trabalho verdadeiramente em equipe, criatividade, produção de saúde do outro e de si mesmo, indissociabilidade entre atenção e gestão, transversalidade e outras nuances do calor do vivido.

Em seguida surgiram Andreia (vide anexo), seu bebê e as ansiedades de uma gestação e do cuidado em saúde. Mais uma vez a humanização se mostrou uma diferença gritante e ao mesmo tempo simples, em que se deixa fluir os afetos, as dimensões humanas sociais, a cultura, a ética e a técnica também, obviamente.
Também esteve conosco na roda o Sr Anésio(vide anexo) e sua potência criativa de marcenaria que acaba por fazer a diferença em sua saúde e na de um grupo de adolescentes até então sem muita perspectiva de vida. Ganham todos com a saúde resgatada do Sr Anésio.

E nós, o que ganhamos com todas estas histórias?

 

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Além da riqueza do vivido, da possibilidade de aprendizagem com estas histórias, destacamos o valor inestimável do compartilhamento de experiências. Do aprendizado da generosidade, a valorização do SUS que dá certo!
Assim chegamos à visita domiciliar à idosa, que já esquece um pouco as coisas e se entrega a uma vida que parece estar esmaecendo. Ação com cara de novidade para a equipe, que ousa deslocar-se das ações mais pragmáticas e, com a chegada de novos colegas, busca se reestruturar e acreditar na mudança.

Agora as possibilidades de cuidado se espalham pelos aspectos sociais, pelo resgate das potencialidades de vida da doce senhora e de seu esposo cuidador. “Ela quer mesmo é capinar…” Mas isto o corpo já não pode mais. O que ainda pode este corpo? Quais os desejos e prazeres de antes ainda poderão ser resgatados na vida desta senhora com o apoio desta equipe? Sua comida era boa, dava-lhe prazer fazer isto… ainda sabe fazer crochê? Vamos tentar? Apostar na possibilidade de auto cura e do resgate de potência de vida que ainda existe.

Um novo desafio apareceu na conversa: como seguir acreditando que é possível fazer diferença na vida de alguém para quem tantas vezes já se deu orientações de auto cuidado e tratamento e nada mudou? Por tudo que já havíamos falado, a solução nos pareceu seguir buscando estabelecer vínculos afetivos que sejam capazes de alterar os cenários e criar potências de vida para usuários e trabalhadores.

 

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Assim chegamos à rede humanização novamente. Como viver tanta riqueza sem compartilhar? Navegamos na RHS, descobrimos como as vivências tornam-se joias de vida e produção de saúde. Assim nasceu a ideia deste relato. Espero ter conseguido transmitir muito das emoções e conteúdo deste momento. A única coisa que não poderei compartilhar aqui é o delicioso sabor do bolo de fubá preparado tão carinhosamente pelo grupo para o nosso encontro e tampouco o odor e calor do café, fresquinho, passado na hora.