Embora esteja quase concluindo a gradução em Saúde Coletiva, a falta de contato durante a graduação com o nosso provável campo de trabalho me assusta, pois são exibidas “n” possibilidades de trabalho, mas ao chegar no mercado, quase nenhuma se concretiza. Começo assim para falar um pouquinho da Gestão em Saúde que tive contato, onde percebi – depois de muita luta – que não há como introduzir saúde em alguém, ou até mesmo mudar certos hábitos que nós, que estamos de fora, com um contexto de vida completamente diferente, julgamos saudáveis. Discutimos em uma disciplina que mesmo o ato de fumar um cigarro, pode trazer saúde à alguém, pois nesse cigarro é onde este alguém encontra certo conforto.
Percebi também, que nosso contato deve ser o mais sutil possível (não somente como sanitarista) para podermos perceber melhor o outro e fazer com que ele, se sinta confortável em partilhar um pouquinho da vida dele conosco, fazendo com que ambos saiam ganhando numa troca de conhecimentos. Podendo ter como resultado dessa troca, uma metodologia diferente de atendimento, alguma mudança no local de trabalho ou até mesmo a elaboração de uma política pública.
Assim, acredito que a Gestão vai além de proporcionar um lugar ideal para atendimento (muitos dizem que trabalharemos em unidades básicas de saúde, hospitais), passa por entender o outro, equilibrar-se não somente no tripé que muitos ouvimos dizer – Ciências Sociais, Epidemiologia e Planejamento – compreende tanto o indivíduo quanto o coletivo, beneficiando todos na construção diária da saúde.
Por Paola Alves
Débora,
Me sinto incomodada como você em diversos pontos. A Saúde Coletiva como graduação é muito nova, ainda estamos dando os primeiros passos. A experiência na pós tem agregado muito nessa construção, mas a graduação enfrenta outras dificuldades e tem que aprender a resolve-las. O fantasma do mercado de trabalho ainda vai nos assombrar muito. De fato nossas atribuições nos permite atuar em diversos campos, mas a pergunta que vem martelando na miha cabeça é como ocupar esses espaços que já estão ocpados por outras profissões, ou ainda, como dividir esses espaços. Infelizmente não teremos essa resposta ainda. A construção de uma profissão leva tempo, o reconhecimento social, que ao meu ver é mais importante que o institucional, vai se consolidar com a nossa atuação, por isso temos que pensar que tipo de profissional queremos ser. O que podemos fazer agora é nos organizar como coletivo e construir nosso espaço no mercado de trabalho.
Espero não ter bagunçado mais sua cabeça. E acredito que precisamos de mais espaço de discussão.
Abs Paola