A clínica ao longo do tempo vem se mutando. Inicialmente era pensada na tríade agente patológico, hospedeiro e meio ambiente que levava em conta o velho e persistente modelo saúde-doença.
O que predomina na clínica é o modelo que acabou por automatizar a relação profissionais da saúde-paciente, uma vez que, os profissionais fazem muito das suas funções sem questionar o tipo, efetividade etc. Na verdade ele apenas vem seguindo um modelo que lhe foi ensinado e que ele nem sempre entende o porque, apenas o segue. Assim, não são levadas em conta as vontades, desejos, aspirações do profissional e nem do paciente, tornando a relação rígida e de poder. Falando em poder, o modelo clínico é baseado em relação de poder, sendo que, o usuário do sistema acaba tendo a voz mais fraca e pouco ouvida.
Com a reforma sanitária tem-se ampliado o horizonte para a subjetividade tanto do paciente quanto do profissional da Saúde. O modelo da clínica avançada mesmo que não consiga de uma vez, vem trazendo uma outra visão, uma que percebe a singularidade do usuário e do profissional da saúde levando em conta seu subjetivo e que também alem do processo saúde doença, leva em conta os determinantes sociais envolvidos nesse processo.
Não é fácil nem acontecerá de uma vez, mas o antigo modelo clínico vem sendo melhorado e em um futuro próximo pode se tornar um modelo bom para todos. Assim foi pensado o SUS, alterar os modelos vigentes, retirar a burocracia e aumentar a participação do usuário e do profissional da saúde.
Por Emilia Alves de Sousa
Olá josé,
Muito instigante o seu texto , trazendo essas reflexões sobre o modo de clinicar dos profissionais, um modo ampliado, com uma abordagem plural e dialógica. Via de regra quando se fala em clínica, pensamos no atendimento médico simplesmente. Mas a clínica numa visão inclusiva e protagonista vai muito além disso, extrapola a figura do médico, a queixa/ apresentada pelo usuário, a prescrição. Ela fala de escuta, de interatividade, de grupalidade, de promoção de vida. Mas será que é esta a clínica que encontramos nos espaços de saúde? Quem são na realidade os sujeitos da clínica ampliada? Como fortalecer na prática esse modelo de clinica que queremos? Bom, apenas para refletir!
Valeu pelas reflexões?
Compartilho aqui algumas publicações que dialogam com a sua:
https://redehumanizasus.net/86496-clinica-ampliada-e-acolhimento
https://redehumanizasus.net/89363-clinica-ampliada-como-acontece-na-pratica
AbraSUS!
Emília