Escrita como encontro e cuidado de si e dos outros

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foto de File International Festival de Linguagem Eletrônica

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Cada um de nós já foi em algum momento um portador de notas, fragmentos de poemas, frases ou palavras performáticas em qualquer tipo de suporte, seja em guardanapos de bar, bloquinhos de bolso, capas de talão de cheques e, mais recente e civilizadamente em tablets e celulares. Desde as famosas frases de Millôr, os aforismos de Nietszche e os hai-cais dos poetas, entre tantas milhões de outras possibilidades, a escrita de singularidades é experimentação e intervenção crítica da realidade, dirigida para nós mesmos e para os outros. E puro encontro quando nos identificamos com os ditos e escritos.

Flávia Silveira Lemos, Maria Lívia do Nascimento e Dolores Galindo arrasam neste artigo publicado originalmente nos Arquivos Brasileiros de Psicologia da UFRJ:

https://seer.psicologia.ufrj.br/index.php/abp/article/view/928/994

 

Este artigo visa problematizar a escrita na pesquisa como encontros e conversações, por meio de práticas de cuidado de si e dos outros, tendo Foucault, Deleuze e Guattari como intercessores. O objetivo foi analisar anotações, cartas e a escrita através do compartilhamento de saberes e experimentações para os amigos como uma intervenção crítica do presente. Criar, pela escrita e pela leitura, um analisar produtor de liberdade pela história do próprio pensamento era, para estoicos, pitagóricos e epicuristas, um desafio de buscar a transformação de si e o deslocamento de onde se estava. Trata-se de forjar uma caderneta de notas pensadas a partir do cotidiano, na qual se registra algo para não se perder em uma instabilidade da atenção e poder constituir um cuidado de existências.

Aqui vai o texto em PDF:

https://seer.psicologia.ufrj.br/index.php/abp/article/view/928/985