Uma reflexão sobre a luta por direitos sociais e na saúde
Mesmo já tendo discutido um pouco a participação social, no caso anterior, na área da saúde apenas, devido ao atual contexto político e no ataque aos direitos conquistados pela sociedade brasileira, acho pertinente pensar novamente sobre a questão da mobilização social.
Estamos próximos ao dia 28 de abril, data de mobilização para a greve geral, e de combate às medidas que visam atacar os direitos dos cidadãos.
Acho pertinente que além de pensar na estrutura social e suas condições socioeconômicas, pensemos também a nossa noção coletiva de justiça social, não apenas no seu modelo de distribuição equânime de bens, serviços e riquezas, mas em como essa ideia se faz manifesta no ideário do povo brasileiro. Atualmente nos deparamos com argumentos como “o problema do Brasil é o excesso de direitos” ou “a CLT e os direitos têm atrapalhado os trabalhadores”, apesar dos fatos que refutam esses argumentos, o que me indago é sobre como tais afirmações tão superficiais, desprovidas de uma análise social que considere as especificidades e contextualidades brasileiras, podem ser defendidas principalmente pelos representantes de forma tão escancarada.
A limitação do teto de gastos primários, que afetarão dentre outras coisas saúde e educação, a perda de vários direitos trabalhistas, que irá colocar na mão dos patrões maior força sobre os trabalhadores, etc., são questões que em uma medida muito grande afetam dimensões que fazem parte dos determinantes sociais da saúde, são uma teia de aprofundamento das iniquidades.
Com certeza esse é um momento de a sociedade civil se colocar politicamente em favor das suas conquistas, e se colocar em favor de um projeto civilizatório que abranja toda à população. Para além da discussão sobre a diminuição de receita para saúde, o que é urgente e de extrema importância, está a discussão desse projeto que é maior que um único setor.
Acho que este post, até em razão do momento atual, tem uma veia mais política, mas no SUS, na gestão, na prática da assistência, está a dimensão política, que precisa ser engajada com o direito à saúde.
Por Emilia Alves de Sousa
Oi Pedro,
Embora já tenha falado na postagem anterior sobre o tema, nunca é demais ampliar a discussão por aqui.
Como já foi dito, vivemos um momento delicado de violação de direitos sociais,trabalhistas, dentre outros, e ainda é perceptível a baixa conscientização política de algumas pessoas sobre esse cenário. Hoje estava eu com um grupo de pessoas a espera de um atendimento médico numa clínica, quando entra uma reportagem sobre o cenário da greve aqui no estado, oportunidade em que foram mostrados alguns flagrantes dos manifestantes fazendo barricadas com pneus incendiados em pontos de acesso ao centro comercial, e surpreendeu-me a atitude de algumas pessoas quando disseram “isso é coisa desses vagabundos que não tem o que fazer!” As pessoas olham o ato em si desprovido de uma análise do contexto das reformas postas, que retiram direitos em prejuízo de toda a sociedade, inclusive delas. E não existem mudanças resolutivas sem participação social!
E vamos que vamos nessa luta que é de todos!
AbraSUS!
Emília