A CARNE MAIS BARATA DO MERCADO É A CARNE NEGRA?: O RACISMO ESTRUTURAL E A SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
Davi Paula da Silva¹, Gabriela Lima da Silva², Jaqueline Clara da Costa Bergamasco³, Maraiza Nayara Mancio⁴.
¹Graduando de Enfermagem pela Faculdades Pequeno Príncipe (FPP);
²Graduanda de Enfermagem pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL);
³Graduanda de Enfermagem pela Universidade Federal do Paraná (UFPR);
⁴Graduanda de Psicologia pela Pontifícia Universidade do Paraná (PUCPR).
Gilberto Freyre, em sua célebre obra “Casa Grande e Senzala” (1933) inicia uma discussão de suma importância no ramo das Ciências Humanas e Sociais, o conceito de Democracia Racial. Para o autor, o processo de colonização imposta pelos Europeus, somado à miscigenação, contribuiu para atenuar a relação conflituosa entre as raças, resultando em um país livre de preconceito e discriminação.
Entretanto, este fato não resiste à realidade, visto que o racismo estrutural está presente na sociedade, bem como, nas políticas de saúde. Tal situação, por exemplo, verifica-se na distribuição de vacinas pelo governo federal, e nas medidas de combate e controle do coronavírus no SUS. A política adotada pelos Órgãos de Saúde, para distribuição da vacina, se consolidou sobretudo nas regiões mais centrais, abrangendo uma população branca e com alto poder aquisitivo, não considerando as especificidades da população negra, tais como, vulnerabilidade socioeconômica, segregação socioespacial e, até mesmo, a longevidade da população negra.
Além do contexto pandêmico, pode-se observar o racismo estrutural desde a atenção primária da saúde, onde dados do trabalho “A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil” de Leal et al. (2017) revelam que mulheres negras recebem menos anestesia no parto, além de serem menos tocados no pré-natal, configurando uma necropolítica do próprio estado em resumir a vida da população negra.
Diante deste cenário, deve-se salientar a necessidade de medidas que visem atenuar esse embate supracitado. Com base nas aulas ministradas pela LAHCS, é de suma importância inserir a população negra em espaços de tomada de decisões, sobretudo na área da saúde, bem como, democratizar tais informações, de forma a levar para a população negra seus direitos enquanto cidadãos, bem como, orientar e capacitar as equipes multiprofissionais de saúde sobre o racismo estrutural que permeia o corpo social brasileiro. Pois, como diz Audre Lorde, é necessário matar o opressor que há em nós.
Por Raphael
Olá galera da liga,
Há alguns anos, havia uma campanha do Ministério da Saúde com o slogan Racismo faz mal a saúde.
Pensando um pouco mais a fundo logo constatamos o quanto por exemplo a medicina é feita por pessoas brancas que se perpetuam no topo da pirâmide social, se talvez essa questão não seria a chave de uma mudança.
Abraços
Raphael