A dança da liberdade – Relato de experiência no CAPS – Casa Verde, em Maceió-AL.
O grupo de dança é programado para acontecer às sextas-feiras pela tarde no CAPS Casa Verde e inicialmente imaginei que seria uma dinâmica com todos os pacientes imitando os mesmos passos e seguindo o ritmo de músicas pré-selecionadas pela instrutora. Ledo engano. O modelo rígido, inflexível e imutável de cuidado não tem espaço no CAPS. No lugar de uma instrutora vi uma facilitadora e no lugar de pacientes vi usuários e juntos, todos faziam parte de uma relação totalmente horizontalizada.
Ao ar livre, à cada participante era dada a oportunidade de escolher uma música e nesse momento via-se a necessidade intrínseca de cada um em expressar o sentimento daquele momento, em forma de canto e de expressão corporal.
Nesta dinâmica pude observar, durante uma hora, a liberdade dos usuários em sua forma mais genuína, ao fazer sua própria dança, seguir os seus próprios passos, cantar do seu próprio jeito e, finalmente, poder viver sua autonomia que muitas vezes foi cerceada em outros serviços e agora é tão zelada e incentivada por todos os profissionais do CAPS que tive o prazer de conhecer.
Nesse dia, tive mais certeza ainda do poder terapêutico da arte.
Giovana Prado Assunção, acadêmica do 9° período de Medicina da Universidade Federal de Alagoas, sob orientação do professor Sérgio Aragaki.
Por patrinutri
Que lindo relato Giovana! Amei saber deste trabalho e vivência no CAPS. Que riqueza esta experiência tem a nos ensinar sobre cuidar em liberdade, poder de cura da arte, respeito a autonomia e protagonismo.
Consegui imaginar a cena e viver isto junto com você , com o mesmo encantamento e emoção.
Parabéns aos envolvidos na proposta de cuidado.
Tratar não é trancar!
Viva o SUS!