A Humanização ao Paciente em estado terminal e no Cuidado paliativo neonatal e pediátrico
1 Eduarda Tamy Fujisawa
Graduanda em Medicina pela Universidade Positivo (UP)1
2 Karol Arias Fernandes
Graduanda em Medicina pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE)2
Define-se por humanização o ato de “tornar humano”, dar condição humana a alguma ação ou atitude. Neste contexto, entender o funcionamento da humanização no cuidado ao paciente em estado terminal, bem como da humanização no cuidado paliativo da neonatologia e pediatria fazem-se necessários no atual contexto em que vivemos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o cuidado paliativo é uma abordagem que visa aprimorar a qualidade de vida dos pacientes e famílias que enfrentam problemas associados com doenças ameaçadoras de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas de ordem física, psicossocial e espiritual. Assim, ressignificar o processo natural da vida e trazer sentido à existência são aspectos intrínsecos para proporcionar qualidade de vida a estes pacientes, uma vez que, como diz Ana Claudia Quintana Arantes: “A morte é um excelente motivo para buscar um novo olhar para a vida.
Neste contexto, o documento “Análise situacional dos CP no Brasil”, na ANCP (2018), trás que os cuidados paliativos aumentam a qualidade da assistência ao paciente com redução de custos financeiros e as técnicas dos cuidados paliativos podem ser aplicadas por qualquer profissional de saúde e podem atuar nos mais diferentes cenários, como: hospital, ambulatório ou o domicílio. Desse modo, nota-se que a humanização precisa estar presente em todos os ambientes e se ajustar às normas do local ou país. É essencial que haja conforto e não conflito no período de cuidado do paciente terminal. Na neonatologia e na pediatria, a família faz parte do cuidado paliativo e a equipe da área da saúde precisa oferecer amparo ao paciente e à família. Para isso, algumas abordagens são utilizadas nas UTIs do Brasil quando há falecimento de um paciente, como a cartinha da lembrança, a caixinha de memória (esta em que a equipe prepara uma mecha do cabelo, pulseira de identificação da criança, carimbo do pé) — isso é feito para que os familiares saiam do hospital com uma memória física da criança. Este processo mostra apoio e auxilia no luto dos parentes. Nas palavras da Dra Fernanda Peixoto: “Os cuidados paliativos vêm para amenizar o sofrimento dos pais, trazendo acolhimento, amor e suavidade nesse momento tão difícil. Nessas situações precisamos ressignificar a vida, dar a oportunidade aos pais de que mesmo num curto espaço de tempo possam construir memórias acolhedoras, lembranças acolhedoras. Os pais sentem falta das histórias concretas com o filho, do brinquedo, da roupinha, do berço. Muito pouco fica para que a lembrança desse bebê se sustente ao longo de uma vida, e esse bebê existiu, ele pode ter um nome, então aquilo que o bebê teve a gente tenta transformar nessas lembranças. O coto umbilical, o cartão de vacina, um pedaço do cabelo, coisas pequenas, mas que são concretas, colocamos tudo num saquinho de pano, que leva a história, ainda que curta, mas concreta, da criança” — evidenciando a urgência e a necessidade do atendimento humanizado, seja no contexto do cuidado paliativo (ou fora dele).