A importância de se ensinar Educação Popular em Saúde para os estudantes médicos no SUS.

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A Educação Popular em Saúde (EPS) pode ser entendida como uma maneira de reconhecer e enfrentar os problemas de saúde a partir do diálogo com a população que reside nos territórios ligados às Estratégias Saúde da Família (ESF), respeitando as suas culturas, o reconhecendo os seus saberes como válidos, baseando-se na Educação Popular, formulada pelo autor Paulo Freire, no Brasil.
Na Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista (FAMEPP/UNOESTE), no campus de Presidente Prudente, os estudantes médicos são inseridos em oito ESFs, nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado, como membros das equipes interprofissionais, desde o termo 1 da graduação.
O currículo por Competências, utilizado na UNOESTE, utiliza a EPS na competência relacionada à abordagem comunitária em Saúde. A EPS se iniciou no contexto de lutas populares para melhorar as condições de saúde da população, no Movimento Sanitário Brasileiro que ocorreu em meados dos anos de 1970. Os trabalhadores da saúde, estudantes e professores universitários, com a população se uniram em um movimento com a finalidade de romper com as práticas habituais de Educação em Saúde, que estavam voltadas para a prevenção, com foco na Biomedicina, focadas em prescrições de comportamento, feitas de modo vertical pelos profissionais de saúde.
A Metodologia ativa da Problematização, utilizada na Unoeste busca, além da construção de uma consciência sanitária nos acadêmicos, para reverter o quadro de saúde da população. A EPS deseja intensificar a participação popular, colaborando para a promoção da saúde. Os facilitadores da UNOESTE consideram que o educando traz consigo um saber prévio, construído na sua história de vida, sua prática social e cultural. Esses saberes servem de ponto de partida para a aquisição de novos conhecimentos. Esses estudantes, ensinam as comunidades ligadas às ESFs, por meio da EPS, em um processo de busca e de invenção ou reinvenção que parte da ação e da reflexão do estudante e da comunidade, em relação ao mundo, para transformá-lo. A problematização das experiências ou situações vividas constitui um desafio para a transformação e, portanto, uma fonte para a organização do conteúdo do processo educativo.
No Curso Médico da UNOESTE, os Facilitadores problematizam as experiências ou situações trazidas pelos acadêmicos, após frequentarem as ESFs, vivenciando o cotidiano das ações, como membros das equipes interprofissionais. Esses Facilitadores enfrentam desafios pedagógicos diferentes em cada dia, nas Unidades de Saúde, pois as situações de aprendizagem são dinâmicas, constituindo-se como fontes para que o docente o reorganize o conteúdo do processo educativo.
A partir dos anos 2000, a EPS foi efetivamente inserida no nosso aparelho estatal, ocupando um papel importante na gestão da Política Nacional de Promoção à Saúde. A Educação Popular em Saúde tem reflexos na participação popular em saúde e também no controle social. Além disso produz conhecimentos para os futuros médicos e para as comunidades adscritas às ESFs.
Após os acadêmicos participarem de uma Roda de Conversa, com a comunidade, relacionada à alimentação saudável, utilizando os princípios da EPS, a Facilitadora utilizou o Arco de Maguerez para estimular Reflexão na Ação. Os Acadêmicos avaliaram como positiva a utilização da EPS e valorizaram a sua importância para a consolidação do SUS.

Referências:
O ensino de Educação Popular em Saúde para o SUS.
Disponível em:
https://www.google.com/urlsa=t&source=web&rct=j&url=https://scielosp.org/pdf/icse/2014.v18suppl2/15471558/pt&ved=2ahUKEwi_5N73obTzAhVtqZUCHQUmAdkQFnoECDAQAQ&usg=AOvVaw1oHOXtwRlXCTOm88ZwSmCd
Acesso em 05 10 2021, às 19h 09min.