A LSFC da UNOESTE estimulando olhares acadêmicos sobre a Saúde da Mulher Negra.

11 votos

A Liga de Saúde da Família e Comunidade, da Universidade do Oeste Paulista (LSFC/ UNOESTE) procura organizar “Rodas de Conversa”, mensalmente, com Acadêmicos da Área da Saúde, no Campus da UNOESTE, em Presidente Prudente, de acordo com a Epidemiologia loco-regional. Um dos temas escolhidos para o semestre 2 de 2021 esteve relacionado à saúde da mulher negra no Brasil. Nós, organizadores da Liga, sabemos que a Saúde da Mulher Negra depende de muitos fatores, indo além das condições de atendimento nos hospitais e da oferta de atendimento médico para esta população, em especial.
Considerando a saúde para além do olhar biomédico, os fatores sociais aos quais a população negra está exposta, diariamente são muito importantes para podermos entender a grande vulnerabilidade dessa comunidade na sociedade brasileira.
De acordo com o conceito ampliado de Saúde, proposto pela OMS (Organização Mundial da Saúde), percebemos que o “bem estar biopsicossocial” está associado à moradia, ao saneamento básico, ao emprego e à renda. A saúde também está ligada ao acesso à educação, à cultura e às políticas de lazer, por exemplo. Ter saude é muito mais do que ter um corpo funcionando, “corretamente”, sem doenças.
A saúde mental das pessoas negras, no Brasil, apresenta maiores problemas do que a saúde de pessoas não negras.
Existem muitos fatores que influenciam de maneira direta e indireta para que essa situação, não desejável, continue ocorrendo.
As mulheres negras, no Brasil são vítimas de depressão, doenças afetivas, ansiedade e insônia, mais do que as brancas.
O diabetes também atinge 50% a mais, as usuárias do SUS negras do que as brancas. Essa doença causa problemas nas mulheres negras, antes do que nas brancas e esta situação não está relacionada apenas a fatores físicos.
As mulheres negras estão expostas a condições de vida, de alimentação, de moradia, além de situações psíquicas muito mais adversas que as mulheres brancas. Dessa maneira, os indicadores de Saúde para mulheres negras são muito piores do que os mesmos indicadores para mulheres brancas.
Na Pandemia do Covid 19, essa situação se escancarou, com a piora das condições de vida da população, em geral, com o maior sofrimento dos mais carentes, em nosso país.
O SUS precisa ser fortalecimento, pois ele representa, para grande parcela dos brasileiros e brasileiras, a única opção para o cuidado com sua saúde, principalmente para a população negra.
A Política Nacional de Saúde da População Negra está sofrendo uma descontinuidade, na atual conjuntura Nacional. As Politicas Públicas emergem da Epidemiologia. Esta Política de Atenção Integral à Saúde da População Negra, foi idealizada em 2006, e teve a participação da sociedade civil para a sua construção. Ela perdeu força a partir de 2017, por causa do desmembramento de comitês técnicos, nos estados e nos municípios.
A LSFC/UNOESTE julgou ser importante abordar o tema relacionado à Saúde da Mulher Negra, com foco no “Princípio da Equidade” do Sistema Único de Saúde.

Referências:
Condições que agravam a saude das mulheres negras no Brasil.
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-11/condicoes-sociais-agravam-saude-da-mulher-negra-no-brasil%3Famp&ved=2ahUKEwj_6rHm2u3yAhXXH7kGHQAqAVMQFnoECCkQAQ&usg=AOvVaw2C1JyVcfVDEmjwG2uWm19_&ampcf=1
Acesso em 07 09 2021 às 16h 30min.