Acadêmicos Médicos aplicam a PNH em uma Ação de “Curricularização” no interior de SP.

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Acadêmicos Médicos aplicam a PNH em uma Ação de “Empowerment Comunitário” na “Curricularização” no interior de SP.

Algumas atividades realizadas no Programa de Aproximação Progressiva à Prática, da Faculdade de Medicina da Universidade do Oesre Paulista (PAPP/FAMEPP/UNOESTE) compreendem a “Curricularização da Extensão”.
Esta “Curricularização da Extensão” permite que nós, futuros médicos, possamos iniciar e desenvolver a consciência, o compromisso e as atitudes para mudar a realidade social das pessoas que residem nos Territórios ligados às Estratégias Saúde da Família (ESFs), no município de Presidente Prudente, SP.
Nós, Acadêmicos da Graduação em Medicina, por meio do PAPP/FAMEPP/UNOESTE, somos inseridos como membros das Equipes Interprofissionais, em 07 ESFs, localizadas no Município de Presidente Prudente, SP.
As Facilitadoras do PAPP utilizam a Metofologia Ativa da Problematização para estimular a Criação de Planos de Ação, com foco na Política Nacional de Promoção à Saúde.
No dia 25 de abril de 2023 foi realizada uma ação de “Educação Popular em Saúde” e de “Empowerment Comunitário”, no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) “Morada do Sol”, em Presidente Prudente SP.
O Plano de Ação, desenvolvido com os Acadêmicos Médicos, sob supervisão docente, com os profissionais do CRAS, teve como objetivo: levar informações sobre o “Uso racional de medicamentos” para os participantes. Este tema tem grande importância para o Sistema Único de Saúde (SUS), pois o descontrole sobre o uso de medicações pode gerar problemas de ordem administrativa com reflexos negativos na vida da população. Como exemplo, podemos citar os problemas enfrentados no combate às bactérias que estão se tornando cada vez mais resistentes aos antibióticos. Esta situação ocorre por conta do uso indiscriminado dessas medicações,
sem recomendação de um profissional da saúde. Além da interrupção precoce no
tratamento, já que não há uma orientação adequada para instruir o uso das medicações da maneira correta.
A ação estimulou nos participantes, o uso responsável dos
medicamentos, que devem ser sempre prescritos por profissionais da saúde que estão habilitados para
tal função. Foi ressaltada, de maneira simples e motivadora, que os participantes seguissem o tratamento até o fim, como prescrito pelo médico, sem interrupção e sem fazer um uso prolongado, além do período prescrito no receituário médico.
O armazenamento correto também foi abordado pelos Acadêmicos, na “Roda de Conversa”, como fundamental, tanto
para evitar problemas como perda de validade e eficácia do fármaco, quanto para evitar que alguma pessoa acabe por fazer a ingestão indevida. Foi citado o exemplo das crianças, que muitas vezes ingerem
remédios que estavam ao seu alcance.
As orientações não ficaram somente no campo dos medicamentos. Foi realizada uma abordagem muito mais ampla. Com foco na Prevenção das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), os futuros médicos conversaram com os participantes sobre a alimentação saudável, o período de sono considerado adequado, a prática regular do exercício físico e o autocuidado. Todos esses temas foram tratados no Plano de Ação de “Educação Popular em Saúde”.
As práticas e as metodologias da Educação Popular em Saúde (EPS) são muito importantes, pois possibilitam o encontro entre trabalhadores da ESF e usuários do SUS, entre as equipes de saúde e os espaços das práticas populares de cuidado, entre o “dia-a-dia” dos conselhos e dos movimentos populares. Dessa maneira é possível ressignificar os saberes e as práticas.
A Facilitadora do PAPP/FAMEPP/UNOESTE utilizou o “Arco de Maguerez” para estimular a “reflexão-na-ação”.
Entendi que nós, futuros médicos, conseguimos, por meio desta Ação de Educação em Saúde, mostrar para os participantes a importância de cuidarmos da nossa
saúde de maneira integral, uma vez que no senso comum, “ter saúde”, muitas
vezes está relacionado somente com o fato de “não precisarmos ir ao hospital”.
Entendi que a Saúde é um estado de “completo bem-estar físico, mental e social”, e não apenas a ausência de doenças, conforme a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Expliquei para os participantes da Ação de Educação em Saúde, que precisamos ter cuidados com o aspecto físico biológico (alimentação e exercícios físicos regulares), mas também precisamos manter equilibrada a nossa saúde mental (o aspecto psicológico e o autocuidado). Expliquei que precisamos refletir sobre a nossa existência e sobre a nossa importância, em um mundo tão grande e, muitas vezes, indiferente às fragilidades humanas.
A Facilitadora utilizou a Metodologia Ativa da Problematização, para estimular a produção deste Plano de Ação, ligado ao “Empowerment Comunitário”.
Após a busca em referências confiáveis, entendi que o “Empowerment” pode ser entendido como o processo de saúde que está comprometido com a transformação da realidade. Com a produção de saúde e de sujeitos saudáveis, sendo muito importante a efetiva e concreta participação social. Essa participação da comunidade é estabelecida como objetivo essencial da Promoção de Saúde, ou seja, da “Criação de Ambientes Saudáveis”.
Acredito que foi muito importante podermos aplicar a Política Nacional de Humanização (PNH), na transversalidade da nossa Ação de Educação em Saúde.
Entendi que a “Transversalidade”, na PNH, trata-se de práticas que atravessam as diferentes ações e instâncias, na ESF, aumentando o grau de abertura da comunicação entre os grupos. Dessa maneira, pode ocorrer a ampliação das grupalidades. Percebi que a aplicação da PNH trouxe mudanças nas práticas de Educação em Saúde, no território da ESF.
Nós Acadêmicos do PAPP/FAMEPP/UNOESTE, conseguimos resgatar a importância da vida de cada pessoa participante da nossa “Roda de Conversa”. Foi uma forma de mostrar que vale a pena viver e sendo assim, vale a pena cuidar da nossa saúde.

REFERÊNCIAS:

AQUINO, D. S. DE .. Por que o uso racional de medicamentos deve ser uma prioridade?
Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, p. 733–736, abr. 2008.
CARVALHO, J. J. V. DE et al.

Bactérias multirresistentes e seus impactos na saúde
pública: Uma responsabilidade social. Research, Society and Development, v. 10, n.
6, p. e58810616303, 10 jun. 2021.