“Acadêmicos Médicos elaboram um plano de cuidados para um usuário do SUS com pé diabético
A Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista (FAMEPP/UNOESTE), por meio do Programa de Aproximação Progressiva à Prática (PAPP), realiza a inserção dos estudantes do Curso Médico em nove Estratégias Saúde da Família (ESFs), localizadas nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado, no interior de São Paulo.
No dia 09/03/2023 os estudantes da Graduação em Medicina participaram de um atendimento interprofissional para um usuário do SUS que tinha diagnóstico de erisipela.
Esta doença se caracteriza por um processo infeccioso que ocorre na pele, sendo causado por bactérias. O quadro evoluiu para a amputação dos dedos de um dos pés. O usuário do SUS também teve diagnóstico de diabetes, cursando com dificuldade para a cicatrização. A pessoa deu entrada na ESF para realização de um curativo no pé direito.
Durante o procedimento os acadêmicos identificaram que o usuário SUS fazia uso de chinelos de dedo. Os estudantes dentificaram a possibilidade de lesão entre os dedos do outro pé, pois a região se apresentava avermelhada, com sinais flogísticos presentes (rubor, calor, tumor e dor). Foi traçado um plano de cuidados, sob supervisão docente, além do aconselhamento sobre os riscos de uma possível amputação. No dia seguinte, os estudantes observaram que o usuário do SUS fez uma adaptação em seu calçado para que pudesse utilizá-lo, mesmo com o curativo. O cliente realizou uma adaptação no seu próprio calçado, diminuindo o atrito entre os dedos.
Os acadêmicos ficaram satisfeitos por utilizarem a Política Nacional de Humanização (PNH) nessa experiência de aconselhamento com o usuário do SUS, utilizando escuta ampliada para o morador da área de abrangência de uma ESF, no interior de SP.
A Professora utilizou o “Arco de Maguerez” para estimular “Reflexão na Ação”.
Estudantes consideraram que a “clínica ampliada” está relacionada a uma abordagem que facilita o diálogo entre o médico, que faz parte da equipe da ESF e o usuário do SUS, possibilitando um acolhimento integral.
A Docente complementou explicando que o diagnóstico deve ser alicerçado na vulnerabilidade da pessoa, a partir de sua história.
Estudantes consideraram que devem ser oferecidas orientações clínicas que considerem as condições:Biológicas; Sociais; Psicológicas, Políticas e Ambientais na condução do caso.
Para que esse tipo de atendimento ocorra, os profissionais da ESF precisam considerar a saúde de maneira integral, interdisciplinar e também integrativa. O objetivo do atendimento ao usuário SUS, na ESF é aumentar a sua autonomia, ajudando a fortalecê-lo por meio de: Conscientização sobre o seu problema; Visão da totalidade do contexto; Colaboração entre os profissionais; Prevenção de doenças.
Acadêmicos explicaram que a relação entre equipe e usuário SUS deve possibilitar a prevenção, recuperação e reabilitação, com utilização de ações terapêuticas individuais e coletivas, de maneira a promover a qualidade de vida das pessoas.
Acadêmicos explicaram, nas discussões com a Professora, que a “clínica ampliada” deve integrar diversos profissionais da saúde, com a finalidade de oferecer o melhor tratamento possível, criando um vínculo com os usuários do SUS.
A Docente complementou que a escuta e a consideração pelos relatos do usuário SUS ajudam a entender seus sintomas.
Referência:
Método e Dispositivos da PNH.
Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/humanizasus/metodo-e-dispositivos-da-pnh
Por Alex Wander Nenartavis
Parabéns à Acadêmica Sophia Ferraresi de Matos pelo belo relato!
É muito importante que os estudantes do Curso Médico estejam inseridos como membros das equipes de Saúde da Família, utilizando o atributo da longitudinalidade para qualificar o seguimento dos usuários do SUS com diabetes. A longitudinalidade e o vínculo são essenciais para que o futuro profissional de saúde possa conhecer os clientes, suas fragilidades e individualizar o seu seguimento.
Congratulações!