Ação de Educação Permanente com ACSs com foco na Territorialização e atualização do mapa inteligente
Acadêmicos de medicina organizam Ação de Educação Permanente com ACSs, com foco na Territorialização e atualização dos Mapas Inteligentes no interior de SP.
A Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (FAMEPP/UNOESTE), por meio do Programa de Aproximação Progressiva à Prática (PAPP), possibilita a inserção dos graduandos do Curso de Medicina como membros das Equipes Interprofissionais de nove Estratégias Saúde da Família (ESFs), localizadas nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado, no interior de SP.
Os futuros médicos acompanham os trabalhadores da saúde e vivenciam as experiências no campo, realizando procedimentos, sob supervisão da Facilitadora e participando das Reuniões de Equipe.
Como graduando da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), tive a oportunidade de acompanhar a professora do PAPP na ESF do Bairro Morada do Sol e conhecer uma ferramenta muito importante para a territorialização: o mapa inteligente. Ele é a representação gráfica da área de abrangência em cada ESF, delimitando suas microáreas, compostas por até 750 habitantes, sendo cobertas por um Agente Comunitário de Saúde. O Mapa Inteligente leva em consideração a dinâmica da região e da população. Ele contém informações importantes daquela localidade, além da condição física de seus pacientes. No Mapa também estão representadas as escolas, a Assistência Social, as barreiras geográficas, dentre outros dados socioambientais, socioeconômicos, demográficos, epidemiológicos, infraestruturais e políticos.
Essa ferramenta utilizada na ESF é resultado do trabalho realizado pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) na territorialização, em cada ESF. Esses Trabalhadores da Saúde têm como atribuição as atividades de prevenção e promoção à saúde, realizadas por meio de visitas domiciliares e ações comunitárias, conforme as diretrizes do SUS (BRASIL, 2006). São eles que reconhecem as “necessidades de saúde” daquela comunidade por meio do contato direto com as pessoas que residem em um determinado território. Eles são responsáveis por garantir que os Princípios do SUS, Universalidade, Equidade e Integralidade sejam colocados em prática para toda a população.
Para que o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e de toda a Equipe Interprofissional seja eficiente, na ESF, é necessário que o mapa inteligente seja sempre atualizado, a fim de que as informações disponíveis sejam, o máximo possível, próximas da realidade daquele momento, para que elas possam ser utilizadas como base para o planejamento de ações voltadas para a saúde daquela região. Para isso, foi proposto que os Acadêmicos de Medicina do primeiro termo realizassem, sob supervisão docente, a capacitação dos agentes comunitários de saúde da sua respectiva ESF, em relação à Territorialização. O meu grupo do PAPP, do Jardim Morada do Sol, realizou uma apresentação, baseada na Política Pública da Educação Permanente em Saúde (EP).
A atividade de “EP” corresponde à aprendizagem cotidiana, na ESF, a partir das dúvidas dos Trabalhadores da Saúde. Os ACS que estavam presentes foram estimulados a perceberem a sua importância para o bom funcionamento da ESF e para a atualização do mapa inteligente. Ao final da “Roda de Conversa” dos Acadêmicos com os agentes, foi proposto um novo modelo de mapa inteligente, que foi fragmentado em cada microárea para facilitar a utilização e atualização pelos ACS. O novo mapa consiste em folhas A4 plastificadas, uma de cada microárea para seu respectivo agente, que podem ser facilmente marcadas com canetas permanentes e removidas com álcool. Nas reuniões semanais da equipe, o mapa inteligente geral da ESF pode ser atualizado mais facilmente, com base nos mapas de cada ACS.
Dessa forma, é possível manter o mapa inteligente sempre atualizado, facilitando o processo de planejamento das ações de saúde e melhorando sua eficiência, na criação de ambientes saudáveis. Os participantes consideraram como positiva a ação de Educação Permanente realizada na área de abrangência da ESF, no interior de SP.
Referências:
BISSACOTTI, A. P.; GULES, A. M.; BLÜMKE, A. C. TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE: CONCEITOS, ETAPAS E ESTRATÉGIAS DE IDENTIFICAÇÃO. Hygeia – Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, [S. l.], v. 15, n. 32, p. 41–53, 2019. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/view/47115. Acesso em: 20/05/2022.
BRASIL. Lei nº11.350, DE 5 DE OUTUBRO DE 2006. Regulamenta o § 5º do art. 198 da Constituição, dispõe sobre o aproveitamento de pessoal amparado pelo parágrafo único do art. 2º da Emenda Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro de 2006, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11350.htm. Acesso em: 20/05/2022.
Por Alex Wander Nenartavis
Parabéns à Acadêmica Lyandra Marra, pelo belo relato.
Ações de Educação Permanente com ACSs são muito importantes para a formação dos Acadêmicos Médicos, em relação aos Processos de Trabalho em Saúde, conforme preconizam as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o Ensino da Graduação em Medicina, editadas em 2014. Congratulações !