Fui apresentada a Política Nacional de Humanização – PNH no curso de Gestão das Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores da Saúde ofertado em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas -SESAU com a Universidade Federal de Minas Gerais no passado não tão distante, em 2013.
E a mesma reflexão que fiz, a época, ainda me inquieta diante dos métodos e princípios da PNH aprofundados durante o Curso de Apoiadores da Política Nacional de Humanização do SUS de Alagoas, em 2018. A co-responsabilização ainda não ocorre. A transversalidade em sua completude também não. Alguns de nós assumem com muita propriedade o protagonismo da gestão e cuidado em Saúde, isso encanta, contamina… Em alguns momentos timidamente. Infelizmente, pois temos uma diversidade de atores competentes com habilidades, porém não conhece em sua complexidade como funciona a Saúde. Tenho dito que deveria ter quando um novo profissional chega a uma instituição de saúde e se registra na rede como usuário ser informado que precisa ler as legislações básicas do SUS, o plano de Saúde, a Programa Anual de Saúde, o papel do Conselho de Saúde, da Comissão Intergestores Bipartite – CIB, da Comissão Intergestores Regional – CIR, Comissão Estadual de Integração de Ensino-Serviço – CIES e as demais câmaras técnicas existentes, para melhor compreensão da gestão da Saúde, para melhor execução de suas atividades aliadas com suas competências e habilidades.
Também tive a oportunidade de participar de um Projeto na SESAU: Programa Aberto Para Ouvir – PAPO, aconteceu na maioria das unidades da SESAU, incluindo a sede administrativa; funcionava como uma roda de conversa onde o Secretário ia a cada unidade conversar com a equipe. Era elaborado um cronograma e divulgado pra que os interessados pudessem participar e não prejudicar os serviços. Para alguns não foi nenhuma novidade, pois alguém já havia feito no passado e não trouxe resultados. Para outros foi a grande iniciativa da gestão, sentar com seus colaboradores para ouvi-los, para conversar sobre os problemas e anseios da gestão daquela unidade. Em todas teve a ida para ouvir e a volta com a sua informações das devolutivas dos problemas apresentados. E continuou com um monitoramento e comunicação com cada unidade. Aconteceram mudanças e não teve evolução do trabalho. Mas teve o momento do encantamento dos servidores da unidade que se achavam esquecidos, desvalorizados e foram ouvidos, tiveram voz, vez de falar e normalmente isso não ocorre.
A literatura fala que quando você se sente parte do processo, se envolve, é co-responsável, você tem um desempenho diferenciado, busca resultados. E o somatório dos esforços traz benefícios e ganhos para toda comunidade envolvida.
Mas quando você não é envolvido, quando há uma distância fica difícil a união de esforços em prol do mesmo objetivo, pelo contrário, há uma dispersão e desperdícios de forças que poderiam somar. Vejo como maior desafio no momento, cada servidor/ colaborador, ser parte do processo de trabalho diário, na gestão… Será que todos na saúde estão alinhados quanto ao seu objetivo final? Quantos os resultados que querem obter? Esclarecidamente estão todos somando esforços para contribuir para o SUS que dá certo?
Vamos unificar nossas forças em prol do SUS que funciona!
Este é um depoimento enquanto aluna do Curso de Apoiadores da Política Nacional de Humanização do SUS de Alagoas – TURMA 1, em 2018. Em 2022, estou como membro suplente da Câmara Técnica de Humanização do SUS em Alagoas e apoiadora da PNH na Superintendência de Planejamento, Gestão e Participação Social da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas – SUPLAG/SESAU.
Por Sérgio Aragaki
Ronilda:
Muito importante seu relato. Faz muito pensar sobre como está a realidade e como podem ser feitas intervenções. Abertura ao diálogo, uso da roda como método, incluir as diferentes pessoas/serviços/instituições, colocar a diferença em pauta, cuidando para que ela seja compreendida de modo ampliado e aprofundado e com respeito e discussões no sentido de produzir negociações e pactuações/corresponsabilizações… humanização como mudança de práticas… só se faz no coletivo.
AbraSUS!